Rafael Stark: o engenheiro formado pelo ITA decidiu fundar a startup ao perceber a dificuldade de uma empresa realizar pagamentos via bancos tradicionais (Stark Bank/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 07h00.
A Stark Bank, fintech que simplifica as transações financeiras realizadas por empresas, anunciou ter recebido um aporte liderado pelo fundo de investimento Iporanga Ventures (Loggi, QueroEducação). O valor exato levantado nesta rodada seed não foi divulgado, mas ultrapassou um milhão de dólares.
Rafael Stark, fundador e presidente da startup, afirma que o capital será investido totalmente no produto. Para isso, a empresa planeja contratar mais dez pessoas para sua equipe, que atualmente é composta por 20 funcionários. Em 2020, a meta do empreendedor é transacionar 10 bilhões de reais, dez vezes mais do que no ano passado.
Leonardo Teixeira, sócio do Iporanga, diz que o fundo decidiu apoiar a Stark Bank por acreditar que a tecnologia desenvolvida por Stark resolve o problema de processamento de pagamentos em larga escala para empresas. “Ele tem um treinamento acadêmico diferenciado, conseguiu atrair outros engenheiros muito bons e está entregando valor para os clientes”, afirma.
Desde sua fundação no começo de 2018, a fintech conquistou 190 clientes, entre eles as empresas Rappi, Buser e Ingresse. O objetivo da Stark Bank é ser a principal solução bancária de outras startups e empresas de tecnologia.
No futuro, outros produtos — como cartão de crédito — serão oferecidos aos clientes. Para viabilizar os projetos, a fintech planeja uma nova rodada de investimento, com fundos de venture capital norte-americanos, até a metade do ano.
A Stark Bank surgiu de problemas que Rafael enfrentou como empreendedor. O engenheiro, formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, fundou uma empresa de venda de software em 2014, a Hummingbird. No começo, ele trabalhava sozinho, mas com o crescimento da operação, precisou contratar funcionários.
Em 2017, percebeu que perdia horas do mês fazendo o pagamento dos 16 empregados manualmente no banco. Foi aí que teve a ideia de criar um sistema para automatizar os pagamentos. “Pesquisando o que existia no mercado, descobri os arquivos de remessa, que são uma tecnologia antiga, que requer operações manuais frequentes”, conta.
Com a tecnologia da Stark Bank, as empresas conectam seus servidores aos da fintech por meio de uma API, que captura os dados de pagamento automaticamente e realiza as transferências. A Rappi, por exemplo, demorava de 2 a 3 dias para pagar os restaurantes parceiros. Com a API da Stark, o dinheiro é enviado em 10 minutos.
Em termos de custo, o serviço é vantajoso, especialmente para pequenas empresas. Enquanto um banco cobra, em média, 10 reais por transferência, a fintech cobra 2 reais. Conforme o volume de transações aumenta, o preço cai.
Ainda assim, o principal desafio que a empresa enfrenta, segundo Stark, é conquistar a confiança de clientes de bancos tradicionais. “O melhor marketing é boca a boca, quando nossos clientes recomendam, o mercado entende que o produto é bom”, diz o engenheiro.
Nos próximos dez anos, a missão do empreendedor é colocar a empresa como a principal solução bancária para empresas do Brasil. Por enquanto, Rafael não cogita uma expansão internacional. “Não vamos para outro país enquanto não dominarmos o Brasil”, afirma.