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Baixista da Pitty faz tortas com os amigos e já fatura R$ 1,2 mi

Felipe Rota, Guilherme Almeida e Vitória Ferreira começaram a Helpie Tortas em um apartamento - e, hoje, já estão em 300 pontos de venda

Empreendedores da Helpie Tortas: negócio surgiu quando Felipe Rota passou a vender  em seu trabalho as tortas que a mãe fazia (Helpie Pie/Divulgação)

Empreendedores da Helpie Tortas: negócio surgiu quando Felipe Rota passou a vender em seu trabalho as tortas que a mãe fazia (Helpie Pie/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 18 de março de 2017 às 08h00.

Última atualização em 20 de março de 2017 às 09h31.

São Paulo - Ideias de negócio podem surgiu a partir das experiências mais banais. Foi o que aconteceu com o estudante de Relações Internacionais Felipe Rota: ele havia se mudado para São Paulo, no ano de 2013, e sua mãe lhe mandava gostosas tortas congeladas para os dias mais corridos. Até que ele pensou: e se isso virasse um negócio?

Esse foi o começo da Helpie Tortas: uma empresa criada em 2015 que trabalha com tortas congeladas artesanais. O negócio nasceu no apartamento de Rota, com a ajuda do amigo e baixista Guilherme Almeida e da namorada e ex-arquiteta Vitória Ferreira. Hoje, já está presente em mais de 300 pontos de venda. Apenas em 2016, a Helpie Tortas faturou 1,2 milhão de reais.

Os primeiros passos e a decisão por empreender

Em julho de 2014, Rota estagiava em uma multinacional e começou a fazer propaganda da torta de sua mãe para os colegas de trabalho. Eles gostaram do produto e queriam fazer encomendas. Porém, a mãe de Rota disse que não arrumaria tempo para cozinhar tantos pedidos.

Então conversou com a namorada Vitória Ferreira, que era arquiteta e não queria exercer a profissão. Ela se prontificou a aprender a receita da sogra, enquanto Rota sugeria a sociedade também para o colega de quarto Guilherme Almeida, que é até hoje o baixista da cantora baiana Pitty.

"Eu não acho que a carreira de empreendedor seja tão diferente. O artista tem que ser empreendedor também, assim como o empreendedor tem que ter um aspecto humano. Foi algo natural, eu já convivia com eles", conta Almeida. Ele é responsável pela identidade da marca e pelos sabores.

Juntos, os três empreendedores começaram a produzir as tortas congeladas em casa e vendê-las para o pessoal do trabalho de Rota.

"Pedimos um processador Walitta para o pai da Vitória. Depois, compramos uma batedeira e o rolo de abrir massa. Começamos só com isso e fomos juntando dinheiro aos poucos", conta. "Tivemos um happy hour na empresa e eu me ofereci para levar tortas. Tomamos prejuízo, porque nem todo mundo pagou. Mas saí com 19 pedidos na mão, e depois tive o lucro". Em pouco tempo, produziam cerca de mil tortas por mês.

O ponto de virada aconteceu na passagem para 2015: Rota recebeu uma proposta de efetivação na multinacional. Ele optou por recusar a oferta e abrir seu próprio negócio, que se chamaria Helpie Tortas.

"Pensei nesse nome porque a mãe do Felipe dava uma 'ajuda' para ele. Foi uma brincadeira com isso e com a pronúncia dessa palavra pelos jovens, já que nosso posicionamento de marca é descontraído e se relaciona com esse público", explica Almeida.

Negócio para valer

A Helpie Tortas só começou efetivamente em 2015. Os três sócios procuraram um aluguel e montaram uma pequena fábrica de tortas no Jabaquara (São Paulo), que ficou pronta em abril daquele ano. O ex-chefe de Rota e administrador de empresas Renato Gianni também virou um sócio da empresa.

No começo, a Helpie Tortas operava por encomendas; assim que atraiu os olhares de supermercados, porém, não conseguiu mais atender os pedidos individuais. Hoje há 300 pontos de venda que vendam as tortas, de Pão de Açúcar e St. Marche até hortifrútis menores.

Rota atribui o sucesso da Helpie Tortas ao conceito de fazer as tortas congeladas do jeito que se faz em casa: sem colocar conservantes e realçadores de sabor. "Os produtos até hoje são feitos de forma artesanal: a massa é aberta na mão e os produtos são fechados na mão."

Além disso, os sabores são mais elaborados. Os mais pedidos são carne de panela na cerveja preta com cheddar inglês; pernil de porco desfiado com molho barbecue; e purê de brócolis, fatias de palmito, raspas de limão siciliano e queijo parmesão.

A Helpie Tortas compra alimentos orgânicos de pequenos produtores - do interior de São Paulo até fazendas na Inglaterra, como é o caso do cheddar.

"A gente tem essa visão de que a fábrica deve movimentar a economia dos pequenos produtores. Os ingredientes são escolhidos com carinho e o público, quando lê nossa fórmula no verso da caixa, sabe exatamente de quais produtos estamos falando, diferente dos componentes químicos. Diminuímos nosso tempo de gôndola, mas é um valor que adotamos na empresa", diz Almeida. Cada torta de 625 gramas sai por 29,90 reais e serve de duas a quatro pessoas.

Torta The Blackbull, da Helpie Pie

Torta de carne de panela na cerveja preta e cheddar inglês da Helpie Tortas (Helpie Pie/Divulgação)

A Helpie Tortas também resolveu criar uma nova marca, chamada Lá do Campo, com sabores mais tradicionais e um preço que vai de 12,90 a 14,90 reais. Atingindo um público de menor renda ou não tão aberto a sabores exóticos, o faturamento aumentou.

As duas linhas juntas têm uma produção de 15 mil tortas por mês e, só no acumulado do ano passado, a Helpie Tortas faturou 1,2 milhão de reais.

Futuro

Neste ano, a Helpie Tortas está focando em consolidar o produto em São Paulo, com a marca Helpie, e no interior, com a Lá do Campo. De agora até o fim de 2018, também quer consolidar seus contratos em Brasília, no Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

No meio deste ano, o negócio entrará com linhas de tortas individuais e doces, com sabores como paçoca e sorvete de maçã. Além disso, irá inaugurar uma loja virtual.

"No início, começaremos na cidade de São Paulo. Mas, como já temos distribuição em outros estados, é possível que até o fim do ano consigamos entregar em outros lugares", diz Almeida. Com tudo isso, a meta para 2017 é chegar a 4,8 milhões de reais.

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