Caixinha com cosméticos da Glossybox: novidade todo mês (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2012 às 07h33.
São Paulo - Como quase toda mulher, as empreendedoras alemãs Brigitte Wittekind, de 34 anos, e Janna Schmidt-Holtz, de 32, gostam de produtos de beleza. Nesse caso, há um motivo extra para esse interesse - elas estão à frente da Glossybox, empresa que vende assinaturas de cosméticos.
Lançada em março de 2011 pelo fundo alemão Rocket Internet - o mesmo que está por trás de negócios que vêm se expandindo rapidamente, como a loja de departamentos virtual Dafiti -, a Glossybox parece ter emplacado. Com uma base estimada em mais de 600 000 assinaturas, a empresa está presente em 19 países, além da Alemanha.
A Glossybox é um bom exemplo de empreendimento que encontrou seu caminho de expansão ao ajudar grandes marcas a chegar ao público certo antes dos concorrentes.
A maioria dos assinantes é formada por mulheres, de várias faixas de poder aquisitivo, que dão bastante valor à moda. Ao se arrumar, gostam de ter à disposição várias opções de maquiagens, perfumes e cremes de tratamento para a pele e querem saber em primeira mão os novos lançamentos desse mercado.
Todos os meses, elas recebem em casa uma caixa contendo de quatro a seis produtos. A lógica da Glossybox é firmar parcerias com as marcas, que fornecem amostras grátis, miniaturas e produtos em tamanho tradicional para que a Glossybox os envie aos assinantes. Em contrapartida, as marcas passam a contar com um novo canal de comunicação com o público-alvo.
"A Glossybox é uma ferramenta extra de marketing para as empresas de cosméticos", disse Brigitte a Exame PME. "Garantimos que as amostras cheguem ao consumidor certo."
A relação é de benefício mútuo. Para as marcas de cosméticos, as clientes da Glossybox são potenciais compradoras dos produtos em tamanho normal. Para a Glossybox, quanto mais marcas de prestígio forem oferecidas, mais consumidoras tendem a ser atraídas para sua base de clientes.
Em maio do ano passado, a Glossybox se adiantou à americana Birchbox e a outras concorrentes - que já distribuíam cosméticos em caixinhas por meio de assinatura bem antes de a Glossybox vir ao mundo - e abriu uma filial no Brasil.
Aqui, a empresa envia amostras de produtos de marcas como Clarins, L’Occitane, Natura e O Boticário, entre outras, à porta dos assinantes, que pagam a partir de 23 reais por mês.
O sucesso no Brasil foi maior do que o esperado pelas sócias. Além das caixinhas para mulheres, estão sendo vendidas a Glossybox Men, com produtos masculinos, e a Petite Box, para gestantes e seus bebês.
"O Brasil já representa nosso segundo mercado, com mais de 100.000 assinantes. Perde apenas para a Alemanha", afirma Priscila Capellato, diretora da empresa no Brasil.
O terreno é fértil para o crescimento da Glossybox. O mercado de beleza é um dos que mais vêm crescendo no mundo. De acordo com dados da consultoria americana Euromonitor, em 2011 o setor de cosméticos cresceu 10% em relação a 2010 e faturou 425 bilhões de dólares.
Na medida em que expande sua base de assinantes em todo o mundo, a Glossybox vai acumulando outro item de grande interesse para as empresas do setor - informação. Seu centro de dados já está recheado de detalhes, como o tom de pele e as fragrâncias preferidas das clientes, assim como suas opiniões sobre os produtos recebidos.
Com o tempo, esse conhecimento pode vir a ser cada vez mais valioso - e despertar o interesse não só das marcas do setor de beleza mas das de moda em geral para novos tipos de ação de marketing dirigido.
Assim, esperam as sócias, a Glossybox conquistaria novas fontes de receita, sem as quais é mais difícil manter uma trajetória de crescimento duradouro.