Blecharczyk, Chesky e Gebbia, da Airbnb: acomodações e serviços (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2013 às 18h23.
São Paulo - No começo de 2010, o americano Brian Chesky, de 31 anos, deixou o conforto de seu apartamento em São Francisco, na Costa Oeste dos Estados Unidos, para viver durante um ano em quartos ou acomodações temporárias em diversos bairros da mesma cidade. Seu objetivo era experimentar as opções de hospedagem oferecidas no site Airbnb, fundado por ele em 2008.
"Escolhi cerca de 150 lugares diferentes para ficar e passei alguns dias em cada um deles para ver se nosso sistema de reservas estava funcionando bem", afirma Chesky. "Conheci lugares muito bons e pude ter uma boa ideia de como nossos clientes se sentem."
A ideia de criar a empresa surgiu há pouco mais de cinco anos, quando Chesky trabalhava num escritório de design industrial em São Francisco. "Na época, houve um grande congresso de design na cidade, e os hotéis e as pousadas ficaram lotados", afirma ele. "Decidi alugar um quarto vago no meu apartamento para participantes do evento que não tinham onde ficar."
Foi quando ele teve a inspiração de criar um site para aproximar donos de imóveis interessados em ganhar um dinheiro com hospedagem. Chesky convidou dois amigos — os americanos Joe Gebbia e Nathan Blecharczyk — para ser seus sócios e iniciou o negócio.
Desde então, o Airbnb se transformou numa empresa que ganha dinheiro ao anunciar ofertas de aluguel de todo tipo de coisa que possa interessar a quem está viajando, desde locais para hospedagem até carros, celulares com linhas locais e bicicletas, além de atrair anunciantes entre prestadores de serviços, como cabeleireiros, motoristas profissionais e tradutores.
O site também se tornou um ponto de encontro para anunciantes de acomodações pouco usuais para uma estadia — como um castelo medieval na Europa, um iglu na Groenlândia ou uma casa na árvore no meio de uma floresta — e gente disposta a pagar para dormir em lugares estranhos.
Nos últimos anos, a empresa recebeu investimentos de fundos de capital de risco americanos, como o Sequoia Capital — estima-se que seu faturamento tenha chegado a 180 milhões de dólares em 2012. As receitas vêm de comissões sobre os negócios fechados no site. De quem oferece hospedagem, serviços ou produtos para alugar, a empresa fica com 3% do valor da diária — os locatários também pagam uma taxa que varia de 6% a 12% do preço da hospedagem.
Hoje, o Airbnb tem clientes e anunciantes em cerca de 26.000 cidades de 192 países. Em abril do ano passado, Chesky abriu um escritório no Brasil e pôs no ar uma versão do site em português. "Em 2012, as receitas no país aumentaram mais de dez vezes", afirma Stefan Schimenes, gerente da filial brasileira.
O Airbnb é o tipo de empresa que vem florescendo à medida que as redes sociais ganham influência nas relações entre consumidores e fornecedores.
Para se cadastrar no site como cliente ou anunciante, é preciso autorizar os funcionários da empresa a acessar informações pessoais no Facebook e em outras redes — como o nome das instituições em que estudou, informações sobre lugares onde trabalhou e fotos pessoais. No site, há uma seção em que as pessoas podem postar comentários tanto sobre a qualidade dos serviços prestados quanto sobre o zelo dos usuários com as acomodações e os produtos alugados.
O Airbnb mantém ainda um serviço de atendimento por telefone e internet 24 horas para receber reclamações de clientes. Os anunciantes também têm garantias — se o inquilino causar algum dano à propriedade, o dono tem direito a ser ressarcido dos prejuízos. "Nosso negócio depende de que as pessoas confiem umas nas outras", afirma Chesky.