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Ainda há tempo de aproveitar oportunidades da Copa

Sebrae indica como as empresas podem investir na área de turismo e comércio varejista com a proximidade do Mundial


	Copa do Mundo: por volta de 6,2 milhões de pessoas circularão pelo país durante o torneio
 (REUTERS/Edison Vara)

Copa do Mundo: por volta de 6,2 milhões de pessoas circularão pelo país durante o torneio (REUTERS/Edison Vara)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 10h12.

Brasília - A menos de um mês para a Copa do Mundo da FIFA 2014 é importante compreender quais as expectativas para as empresas de turismo e de comércio no Brasil, especialmente para os pequenos negócios, e como eles podem aproveitar o potencial de consumo que será gerado com o evento para os próximos anos.

A Copa do Mundo permitirá ao país aumentar sua visibilidade, já que milhares de espectadores acompanharão os jogos pela internet, revistas, jornais e televisão.

Os pequenos negócios podem ocupar um papel de destaque e, por isso, o Sebrae lançou dois estudos com cenários de negócios prováveis nos segmentos de Turismo e Comércio Varejista (que integram a série intitulada “Cenários e Projeções”).

“Os resultados da Copa não se encerram com o jogo final; serão colhidos ao longo dos próximos anos”. Carlos Alberto dos Santos - Diretor-técnico do Sebrae

Projeções do Ministério do Turismo indicam que por volta de 6,2 milhões de pessoas circularão pelo país durante o torneio. “É uma ótima oportunidade para apresentar a extensão e a diversidade cultural, ambiental e social do Brasil.

Isso possibilita aumentar o interesse das pessoas de todo o mundo por conhecer o país e a hospitalidade do nosso povo nos próximos anos”, explica o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.

É inegável, assinala, a importância do Mundial para incrementar o turismo brasileiro e gerar emprego e renda em diferentes segmentos.

Desde o anúncio da escolha do Brasil como sede do Mundial, há muitas expectativas quanto aos resultados do evento para a sociedade e para as empresas brasileiras.

No caso do Turismo, o Sebrae identificou que ainda há boas oportunidades para negócios relacionados a hospedagem, alimentação e lazer, serviços ao turista (roteiros e passeios turísticos, artesanato e souvenires), locação de equipamentos turísticos ( veículos com e sem motorista, lazer náutico, passeio de barco), promoção da cultura e atividades correlatas (shows, festas e entretenimento de torcedores).

Maria Cristina é proprietária da Brasil Solutions Turismo, no município paulista de Serra Negra. Sua microempresa oferece pacotes turísticos e receptivos em toda a região, conhecida como Circuito das Águas, que engloba nove municípios responsáveis pela produção de 50% de toda água mineral do país, além dos banhos termais.

Com dois funcionários, a empresária tem expectativa de que a empresa cresça mais 20% neste ano, por conta da Copa.

A região receberá a delegação da Costa do Marfim, que ficará concentrada na cidade de Águas de Lindóia.

De olho nos turistas e nos jornalistas que estarão na localidade, especialmente os de língua francesa, Maria capacitou seus servidores nesse idioma e desenvolveu roteiros turísticos especiais.

“Estamos oferecendo uma rota de queijos e vinhos, pela Serra Negra e uma rota da cachaça, que passa por diferentes engenhos de Monte Alegre do Sul. Além disso, oferecemos opções para quem curte esportes e aventuras, como arvorismo, rafting e rapel”, informa.

A maior concentração de turistas nas primeiras fases da competição se dará nas regiões Nordeste e Sudeste. Nas fases finais dos jogos, haverá grande concentração no Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro – em função da localização dos jogos nas semifinais e finais. Mas os torcedores dos mais de 220 países que compraram ingressos para assistir aos jogos no Brasil aproveitarão para conhecer e visitar diversos lugares no país.

“É importante que o pequeno negócio desenvolva ações que facilitem a locomoção do turista, ampliando os locais para sua recepção – já que muitos deles estarão hospedados em cidades vizinhas às cidades-sede. Além disso, é necessário oferecer alternativas para que ele usufrua da região.

Também é recomendável desenvolver roteiros que permitam ao torcedor se aproximar do estádio em dias de jogos, sem perder tempo no trânsito”, explica Carlos Alberto.

Comércio aquecido

A Copa é um evento que mobiliza um grande público com expressiva participação de brasileiros de diversas regiões do país, mas com um número significativo de estrangeiros, na maioria acompanhados de amigos.

Na avaliação do Sebrae, trata-se de um público que frequenta bares e restaurantes, gosta de artigos esportivos, dispositivos eletrônicos portáteis (smartphones, tablets e leitores de MP3) e produtos relacionados a hobbies.

Para aproveitar a Copa, o empresário Greg-Aparecido João da Silva, dono da Maria Pimentas, em São Paulo (SP), lançou uma linha especial gourmet de pimentas – Brasil (amarela e picante) e Amazonas (malagueta verde suave).

Seus produtos são comercializados em supermercados, empórios, padarias, boutiques de carnes e no Mercado Municipal de São Paulo.

O empresário acaba de lançar um kit da Copa: uma caixa decorada com bandeiras das seleçõesque participarão do Mundial e informações em inglês. Ele também já comercializava um caixote, com seis molhos de pimenta, nas cores verde e amarela.

A Copa, contudo, não pode ser entendida como garantia de sucesso para o varejo. O evento traz várias possibilidades, mas requer do empresário planejamento e organização, uma vez que existem muitos riscos associados.

Entre eles, está o de não conseguir vender todos os produtos ligados ao Mundial e que, passado o evento, esses produtos não sejam mais adquiridos.

Assim, o gerenciamento adequado do estoque é um desafio a ser trabalhado pelo varejista, que deve buscar no curto período do evento desenvolver estratégias para girar seu estoque, sem correr o risco de errar por pouca ou excessiva expectativa.

O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto, alerta que essas oportunidades precisam ser analisadas e planejadas em função da realidade de cada negócio, dos concorrentes, parceiros e das características regionais.

“As possibilidades são diversas, mas é necessário que o pequeno negócio esteja atento aos detalhes, procure dispor de opções diferenciadas para o turista e ofereça preços adequados.

É importante que o empresário analise seu negócio à luz de cada cenário e perceba as oportunidades que despontam de cada situação”, justifica.

Os lojistas devem ficar atentos às regras de restrição comercial no entorno das arenas. Por lei, não é permitido desenvolver atividades de marketing não autorizadas pela FIFA em um raio até dois quilômetros dos estádios.

Além disso, os varejistas precisam se informar sobre o Programa de Proteção às Marcas FIFA, pois a utilização ou associação aos designs de pôsteres oficiais, emblemas, mascote e identidade visual, assim como as marcas registradas (a exemplo de Copa do Mundo, Copa 2014, Brasil 2014), são proibidas e passíveis de diversas penalidades.

Próximas projeções

A série “Cenários e Projeções”, do programa Sebrae 2014, ainda lançará, no próximos dias, cartilhas sobre artesanato, economia criativa, serviços, agronegócio, móveis, construção civil, moda e tecnologia da informação. Além de traçarem cenários para esse setores, as publicações trazem casos e lições com a Copa da África do Sul, em 2010; projeções, perfil e hábitos de turistas; informações sobre aspectos de infraestrutura; polícia e economia.

O objetivo do Sebraeé estender esse tipo de prática de análise de cenários para outras ocorrências de impacto para o país, como o pré-sal e as concessões de grandes obras.

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