São Paulo – Startup é um termo que já existe há algum tempo nos Estados Unidos. Aqui, a palavra só foi popularizada perto dos anos 2000, com a chamada bolha da internet. Mas, afinal, o que significa ser uma startup?
Amure Pinho, presidente da ABStartups, oferece uma definição: “Uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócio que seja escalável e repetível, trabalhando em situações de extrema incerteza."
Vamos por partes. O primeiro ponto para prestar atenção é o “à procura de” – uma empresa com cultura de startup está sempre se reposicionando e procurando novos modelos de negócio. Esse é o caso do Facebook e do Google, por exemplo: apesar de já terem encontrado um modelo de negócio bem sucedido para suas empresas, a cada novo projeto eles voltam às suas raízes de startup, explica Pinho.
Essas raízes são feitas de eficiência, inovação, prototipagem e tecnologia. “O que marca uma startup é a forma como ela opera o negócio, e não o tamanho dela ou o setor em que ela atua”, afirma.
Outro fator que define as startups, como vimos, é a chamada “escalabilidade”: crescer aceleradamente em receita, enquanto os custos aumentam de forma bem menos veloz. “Cada vez mais a margem delas é maior, porque elas se mantêm enxutas”, diz o presidente da ABStartups.
Enquanto ser “repetível”, como já se supõe, quer dizer que seu produto ou serviço pode ser entregue ignorando a escala desse pedido – já que não há muito trabalho de adaptação para cada cliente. Um exemplo de modelo de negócio repetível é o Uber: para atender 10 clientes ou 100 clientes, não é preciso adaptar o tipo de serviço que os motoristas oferecem ou o aplicativo: basta aumentar a escala do atendimento.
Por fim, a expressão “situações de extrema incerteza” significa que ninguém tem como afirmar se esse modelo de negócio dará certo ou não. Ou seja, não é preciso sucesso confirmado para ser uma startup.
A história de uma startup
Uma startup costuma começar pequena, com um, dois ou três fundadores. Conjuntamente ao planejamento da empresa, os empreendedores formatam um produto-teste - esse é o mínimo produto viável, ou simplesmente MVP. A startup faz uma série de experimentos e pesquisas com clientes potenciais, até alcançar o produto que se encaixa perfeitamente com a necessidade desses consumidores. Depois, começa o crescimento acelerado do empreendimento, que pode ser acompanhado de investimentos.
Quando uma startup já está no mercado há alguns anos e fatura na casa dos milhões por ano, ela recebe outro nome: scale-up. Esse é o último estágio na vida desse tipo de negócio.
Todo esse processo costuma ser resumido em cinco fases, explica Pinho: 1) “curiosidade” (ainda está buscando um modelo de negócio); 2) “ideação” (cria um protótipo, mesmo que na imaginação), 3) “operação” (a startup de fato funciona, já está registrada e pode fazer contratações), 4) “tração” (o modelo de negócio está mais estabelecido, já consegue reinvestir suas receitas e apresenta um crescimento rápido); e 5) “scale-up”.
Exemplos
Alguns exemplos de startups mais conhecidas do público são Airbnb, Easy Taxi, iFood, Nubank e Uber. Se quiser mais exemplos, acesse o guia de startups de EXAME.com, que concentra mais de 600 negócios do tipo.
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1. Para uma startup de sucesso
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São Paulo - Montar uma
startup e ter sucesso com ela não é uma missão simples. Para ajudá-lo nesta tarefa, EXAME.com consultou especialistas que elencaram as principais dicas para quem está começando a trilhar este caminho. Os conselhos abrangem assuntos que vão do amadurecimento da sua ideia de negócio até a melhor forma de buscar ajuda de investidores. Veja as dicas nas fotos acima.
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2. 1 – Critique a sua ideia
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Se você teve uma ideia de negócio para uma startup, precisa estar preparado para colocá-la à prova. “É importante o empreendedor tentar entender se essa ideia é consistente, se existe um mercado para isso e se as pessoas estão dispostas a pagar por aquilo”, afirma Giuliano Baptistella, COO da Gema Ventures, uma aceleradora de startups. Como fazer isso? Converse com o máximo de pessoas possíveis e coloque-se na pele do seu possível cliente, tente imaginar como ele se comportaria usando esse produto e busque identificar se aquela solução vai de fato facilitar a vida dele. Essa é a fase de validação da sua startup.
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3. 2- Seja flexível e, ao mesmo tempo, persistente
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Ao criticar a sua ideia, você provavelmente vai precisar fazer ajustes para que ela amadureça. Portanto, não se apegue. “Você vai consultar as pessoas e, a partir dos feedbacks que receber, vai precisar adaptar seu produto. Sendo assim, você não pode ter aquele apego muito forte ao seu negócio”, afirma Luisa Ribeiro, CEO da Gema Ventures. Porém, ao mesmo tempo em que o empreendedor deve ter flexibilidade, ele também precisa ser persistente – e muito. “Se perceber que sua ideia não é tão boa assim, não precisa desistir. O empreendedor precisa ser resiliente, ter garra para continuar”, ressalta.
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4. 3 – Conheça suas limitações
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Não queira colocar sua ideia em prática sozinho. “Quando você tem uma ideia, deve pensar: Quem vai fazer isso comigo?”, afirma Marcilio Riegert CEO da aceleradora Start You Up. Segundo Riegert, é importante buscar pessoas que te complementem, ou seja, que tenham habilidades que você não tem. Outra coisa: essas pessoas precisam estar engajadas com o projeto. “A equipe precisa estar jogando junto, precisa querer fazer acontecer”, resume.
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5. 4 - Resolva os problemas como se fossem seus
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A máxima “Trate os outros como gostaria de ser tratado” também vale para os negócios. Frederico Flores, consultor e CEO da startup Ecommet, recomenda que, para ter sucesso com a sua startup, você precisa “resolver o problema dos outros da mesma forma que gostaria que resolvessem os seus”. “Essa máxima tem norteado todas as nossas ações na E-commet, e com isso conseguimos ótimos resultados. A gente se coloca no lugar do cliente e vê como gostaríamos que aquilo fosse feito. Um conhecimento avançado do seu produto e do seu público é o que resume esse princípio. Não faça simplesmente o que o mercado está fazendo”, aconselha.
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6. 5 - Mantenha o foco
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Focar sua energia no seu produto inicial é uma das chaves para não se perder no começo da sua startup. “No início, você tem pouco recurso, poucos clientes e pouco nome no mercado. Se começar a atirar para todos os lados, isso será muito prejudicial. É melhor focar e uma ou duas coisas que você faz melhor”, recomenda Flores. Isso não significa que você não poderá diversificar seus produtos no futuro. “Depois que estiver mais desenvolvido, com mais clientes e mais nome no mercado, você pode começar a ir para outros produtos”, afirma o empresário.
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7. 6 – Valorize os talentos
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O CEO da Ecommet conta que, no início, sua startup não tinha dinheiro para valorizar os bons profissionais com aumento salarial. Assim, a empresa buscou outras formas de reter esses funcionários. “Oferecemos um ambiente de trabalho super agradável, com videogame e sala de jogos. A ideia era: faça seu próprio horário e venha com a roupa que quiser”, conta. “Em sua jornada, você vai encontrar pessoas ruins, pessoas medianas, e algumas muito boas. Essas precisam ser valorizadas, seja com dinheiro, seja com um ambiente favorável para trabalharem”, resume Flores.
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8. 7 – Controle suas contas com rigor
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O início de uma startup costuma ser um tempo de vacas magras. Sendo assim, para fazer com que sua empresa sobreviva, a dica é: economize ao máximo. Verifique a necessidade de cada gasto e, se necessário, dispense serviços que considerar supérfluos. “Se você não pode contratar uma faxineira, peça a colaboração da equipe para manter o local de trabalho limpo”, sugere Frederico Flores da Ecommet. Além de economizar, é preciso saber separar as suas contas pessoias das contas da empresa. “É comum acontecer dos donos de um negócio tirarem dinheiro da empresa para gastos pessoais. E se o custo de vida dele aumenta, às vezes ele tira mais dinheiro. Isso é muito cancerígeno para a empresa”, afirma Flores.
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9. 8 – Torne-se conhecido
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Investir em marketing é fundamental. E para startups em início de carreira, as redes sociais e mídias digitais podem ser um bom caminho, já que são mais baratas do que as mídias tradicionais. “Não adianta você criar um produto fantástico e as pessoas não saberem que ele existe. Então é preciso divulgar, comunicar, as pessoas precisam te achar”, ressalta Luisa Ribeiro, CEO da Gema Ventures.
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10. 9 – Não tenha pressa de buscar investidores
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Não é uma boa ideia buscar investidores numa fase muito inicial da startup, aconselha Luisa. “É preciso lembrar que cada investimento é um percentual da empresa que você está entregando para alguém. Você deve buscar em primeiro lugar gerar receita própria, e aí buscar dinheiro de investidor para um plano específico”, afirma a CEO da Gema Ventures. Outra dica é buscar investimentos apenas quando houver um objetivo claro do que fazer com o dinheiro. “Vemos muitos empreendedores querendo o dinheiro como um fim”, afirma.
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11. 10 – Quer dinheiro? Mostre resultados
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Depois que você já amadureceu a sua ideia e conseguiu andar com as próprias pernas por um tempo, pode ser o momento de buscar investimento fora. E como fazer isso? “Mostre resultado. Não adianta apresentar um conceito para o investidor brasileiro, ele não está acostumado”, afirma Marcilio Riegert da aceleradora Start You Up. O investidor quer saber como o dinheiro dele vai render ali, ele precisa visualizar que aquele valor pode ser multiplicado, lembra Riegert.
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12. Veja agora dicas para largar o emprego
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