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Advogada cria iniciativa de R$ 5 mi para apoiar startups de mulheres

Com apoio da Microsoft, a empreendedora Lícia Souza fundou a WE Impact para alavancar negócios de tecnologia criados e liderados por mulheres brasileiras

Lícia Souza, fundadora da WE Impact: a empresa faz investimentos entre R$ 50.000 e 500.000 em startups em estágio inicial fundadas por mulheres (WE Impact/Divulgação)

Lícia Souza, fundadora da WE Impact: a empresa faz investimentos entre R$ 50.000 e 500.000 em startups em estágio inicial fundadas por mulheres (WE Impact/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 9 de maio de 2021 às 22h00.

Última atualização em 9 de maio de 2021 às 22h20.

A advogada Lícia Souza brinca que teve duas gestações simultâneas em 2018. Enquanto estava grávida da sua primeira filha, a empreendedora carioca deixou o mundo corporativo para trás para gestar um projeto de empreendedorismo de impacto. Com apoio do irmão, o empreendedor serial Gustavo Souza, ela fundou a venture builder WE Impact, primeira investida do fundo WE Ventures, criado pela Microsoft Investimentos para impulsionar o empreendedorismo feminino brasileiro.

Venture builder é o nome que o mercado de startups dá a empresas que nascem dedicadas a apoiar o crescimento de outros negócios de inovação. No caso da WE Impact, o propósito é investir financeiramente e oferecer suporte de gestão a startups fundadas e lideradas por mulheres brasileiras. Para isso, a empresa recebeu R$ 5 milhões em dois aportes do WE Ventures. “Queremos pavimentar o caminho para levar mais mulheres para tecnologia e fechar esse gap existente no mercado'', diz Lícia Souza.

Apesar de ter apoio financeiro de grandes corporações, Lícia sabia que não seria uma missão fácil. As diferenças de gênero no universo da tecnologia são enormes. Cerca de 88% dos fundadores de startups no Brasil são homens e, entre as empresas consideradas unicórnios, só o Nubank tem uma fundadora mulher. Mesmo nas equipes, a diferença permanece. Mapeamento da Associação Brasileira de Startups mostra que 27% das startups brasileiras não têm nenhuma mulher entre os funcionários.

Para a fundadora do WE Impact, não há uma só resposta para a baixa presença de mulheres no ecossistema de inovação. “É um ambiente criado por homens brancos para homens brancos, além disso as mulheres enfrentam jornada dupla, são submetidas a crenças limitantes, recebem menor fluxo de investimento de venture capital, e por aí vai”, diz Souza.

Na empresa, ela e seu time de sete pessoas desenvolveram um ambiente para ajudar as empreendedoras que se aventuram no ambiente de inovação a ter sucesso. Além de investir entre R$ 50.000 e R$ 500.000 nas startups em fase inicial, a WE Impact ajuda as empreendedoras a acessar tecnologia de grandes corporações, como a Microsoft, oferece mentorias de gestão financeira e faz conexões com fornecedores, potenciais clientes e futuros investidores.

O primeiro investimento da empresa foi feito no final do ano passado na startup Pontue, fundada em 2017 por Cris Miura e Livia Toledo. A empresa oferece uma plataforma de correção de redações para mais de 200 escolas parceiras. “Nós buscamos empresas de base tecnológica e de alto crescimento e foi isso que encontramos na Pontue. Nas escolas que usam a plataforma delas, houve um aumento de 40% no aprendizado dos alunos. Com nosso investimento, elas vão poder aprimorar a tecnologia e crescer ainda mais”, diz Souza.

A meta da fundadora é terminar o ano com pelo menos 15 startups investidas. “Procuramos empreendedoras dispostas a liderar empresas inovadoras que resolvem problemas reais em escala significativa. Estamos apostando em suas startups e no impacto que suas soluções podem gerar no mercado e na sociedade como um todo”, afirma.

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