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Aceleradora B2Mamy lança plataforma de realidade virtual para mães

Empresa, especializada em impulsionar negócios de mães empreendedoras, recebeu investimento de 600 mil reais de um grupo de anjos para começar novo projeto

Daniela Junco, fundadora e presidente da B2Mamy: aceleradora se transforma em startup com o e-place, um espaço virtual para mães (Paulo Barbagli/Divulgação)

Daniela Junco, fundadora e presidente da B2Mamy: aceleradora se transforma em startup com o e-place, um espaço virtual para mães (Paulo Barbagli/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 30 de maio de 2020 às 08h00.

Depois de ajudar centenas de mulheres a alavancar seus negócios, chegou a vez da B2Mamy começar sua jornada como startup. A aceleradora brasileira, criada em 2016 para apoiar mães empreendedoras, lança neste sábado, 30, um novo produto, o e-Place. Ele é uma plataforma de realidade virtual em que mães podem acessar conteúdos educativos, trocar informações entre si e receber descontos e benefícios de marcas parceiras.

O projeto foi desenvolvido a partir da crise causada pelo novo coronavírus. Com a casa da B2Mamy fechada para receber as empreendedoras, Daniela Junco, fundadora e presidente da aceleradora, percebeu que precisava oferecer novas soluções digitais. “Senti a necessidade de uma plataforma online, mas um sistema de ensino à distância seria ficar um pouco no lugar comum”, diz Junco.

Estudando opções de inovação, as sócias da B2Mamy se depararam com o mundo dos games. Inspiradas por jogos como Minecraft, Second Life e Fortnite, elas decidiram criar um espaço virtual em que fosse possível consumir conteúdos de forma interativa e se relacionar com uma comunidade. Para colocar o projeto de pé, a empresa recebeu um aporte de 600.000 reais com um grupo de investidores anjo.

Como funciona a plataforma

As usuárias do e-Place vão poder criar um avatar personalizado e caminhar pelo espaço virtual, encontrando outros pessoas dentro da plataforma. Em um dos espaços dentro do e-Place, as mulheres vão poder acessar cursos de capacitação e conteúdos sobre negócios, saúde mental e física, maternidade, carreira e planejamento familiar. A expectativa é terminar o ano com 3 milhões de cadastros no site.

Para melhorar a oferta de produtos e serviços, a B2Mamy planeja fazer pesquisas constantes com as usuárias e analisar os dados de tráfego da plataforma. Essas informações também irão subsidiar o pilar de consumo do espaço, pensado para que marcas possam lançar produtos e trazer oportunidades de compra para as mães da comunidade. No lançamento, Huggies, Le Postiche e ConectCar fizeram parcerias com a plataforma.

Estrutura do negócio

A criação do e-Place só foi possível graças ao investimento de 600.000 reais feito por um grupo de investidores liderados por Daniel Magalhães. “O time da B2Mamy é muito capacitado, elas realizaram muito com um orçamento bem baixo”, afirma o investidor. Ele trabalhava desde o final de 2019 com a B2Mamy para ajudar a empresa a pensar em um modelo escalável de negócio. O produto final dessa mentoria acabou sendo o e-Place.

O novo produto despertou interesse de outras investidores, como Kika Ricciardi, que também participou da rodada. Ela diz que estava procurando por empresas com foco em empreendedorismo feminino e impacto sócio-ambiental quando conheceu a B2Mamy. A criação do e-Place a motivou a investir no negócio, especialmente pelas possibilidades de escalabilidade que a tecnologia proporciona. “Endereçar escalabilidade e customer experience, com uma riqueza de produtos e serviços na jornada dessas mães, foi fundamental para minha decisão”, afirma a investidora.

Apesar do potencial da nova plataforma, as sócias da B2Mamy ainda não decidiram totalmente qual será o modelo definitivo de negócio do e-Place. Junco acredita que a maior fonte de receita virá das empresas que quiserem usar a plataforma para se conectar com um público de mães. Por ano, o mercado de maternidade fatura 50 bilhões de reais no Brasil.

A startup também vai cobrar uma taxa sobre a receita gerada pelos conteúdos pagos de parceiros oferecidos na plataforma. “Não queremos cobrar das mães e usuárias”, afirma a presidente da B2Mamy.

A história da B2Mamy

Junco decidiu criar a aceleradora quando se tornou mãe. Em 2016, enquanto buscava formas de conciliar a vida profissional com o bebê, ela vendeu seu carro e investiu 40.000 reais para iniciar o negócio. No primeiro encontro que organizou para mães, ela esperava cinco pessoas e acabou recebendo 80. “Vi que havia ali um oceano azul”, diz a fundadora.

O objetivo de Junco era ajudar as mulheres a entrar no ambiente de inovação. Ela conta que tentou conectar empreendedoras com as aceleradoras que já existiam, mas não encontrou espaço. Foi aí que resolveu criar a B2Mamy. Diferente de outras aceleradoras, a B2Mamy não fica com uma parte da empresa após a aceleração, mas cobra pelo programa.

Desde 2016, mais de 7.000 mulheres passaram pelos encontros de inovação promovidos pela aceleradora. Outras 700 começaram seus próprios negócios a partir do programa B2Mamy Start, um evento de um dia em que especialistas avaliam o projeto de empresas nascentes.

No programa de aceleração em si, chamado de B2Mamy Pulse, mais de 170 empresas foram beneficiadas. O programa acontece ao longo de 4 meses, com encontros presenciais no prédio do Google for Startups e com opções online para empreendedoras de fora de São Paulo. Com o e-Place, a expectativa é alcançar ainda mais pessoas.

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