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A corrida dos apps para chamar táxis é promissora

O que os empreendedores que criaram aplicativos para chamar táxi estão fazendo para suas empresas crescerem — e por que esse tipo de mercado é promissor

André Insardi, do Meia Bandeirada, Arthur Pelanda, do Taxijá, e Fernando Blay, do Vá de Táxi: modelos de negócios diferentes (Daniela Toviansky)

André Insardi, do Meia Bandeirada, Arthur Pelanda, do Taxijá, e Fernando Blay, do Vá de Táxi: modelos de negócios diferentes (Daniela Toviansky)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 06h45.

São Paulo - O taxista paulista Fabio Cardoso, de 36 anos, não larga o celular. Sempre que deixa um passageiro em seu destino, ele checa um dos cinco aplicativos para táxi instalados em seu smartphone para encontrar o cliente seguinte.  "Eu costumava perder muito tempo procurando passageiros", diz ele. "Hoje não demoro nem 15 minutos para conseguir uma corrida."

Como Cardoso, existem cerca de 35.000 taxistas em São Paulo. "Tirando as cooperativas, eles não estão distribuídos de forma muito organizada", diz Nathan Ribeiro, de 51 anos, criador do aplicativo TaxiMov, que chama taxistas bilíngues ou que fizeram curso de guia turístico.

"As pessoas têm difculdade de encontrar táxis em São Paulo, e os taxistas perdem clientes porque não sabem exatamente onde procurá-los", diz Ribeiro. "Os aplicativos juntam as duas pontas." 

Os empreendedores desta reportagem, que criaram aplicativos para chamar táxi, acreditam que o negócio tende a dar mais certo onde se mover de um lado para outro pode ser um drama. Tallis Gomes, de 26 anos, fundador do paulistano Easy Taxi, já expandiu a operação de sua empresa para 56 cidades em 14 países, incluindo Paquistão e Malásia.

Em boa parte das cidades escolhidas para crescer, o trânsito é caótico e o transporte público é ruim. "Nosso mercado está onde estão esses problemas", afirma Gomes.

Cada um dos aplicativos que aqui aparecem tem um modelo de negócios diferente na forma como combina a estratégia de expansão e o modelo de remuneração. Alguns são dirigidos a nichos. Há, por exemplo, uma ferramenta para quem precisa de táxi equipado para deficientes físicos.


Também há um aplicativo que só chama táxis de luxo, outro que atende apenas empresas e outro ainda que incentiva passageiros que não necessariamente se conhecem a dividir a conta da corrida.

"Esses empreendedores estão certos ao diferenciar suas ferramentas", diz Cassio Spina, diretor da Anjos do Brasil, associação que reúne investidores em empresas nascentes. "Em outros mercados muito concorridos, como foi o caso das compras coletivas, esse esforço não existiu e os negócios acabaram todos muito parecidos." 

Os aplicativos de táxi são só alguns dos negócios recentes associados à geolocalização. Outros exemplos são programas para contratar motoboys, encontrar estabelecimentos comerciais e pedir comida em casa. Em comum, todos foram feitos para o cliente encontrar serviços nas redondezas.

Segundo um estudo realizado pelo escritório brasileiro do Google, 88% dos donos de smartphones no país os usam para procurar informações relacionadas ao local on de estão. "Os aplicativos de geolocalização são um mercado promissor", diz Rodrigo Paoletti, especialista em soluções de publicidade móvel do Google no Brasil.

São negócios com potencial para ganhar relevância porque colocam pequenas empresas no radar do consumidor. "Restaurantes, farmácias e vários outros tipos de empresa cujo sucesso está atrelado à localização podem ser muito benefciados", diz Cassio Spina.

Veja a seguir uma lista de nove aplicativos para chamar táxi criados no Brasil.

99 Taxis - São Paulo

O que faz: Chama táxis em 45 cidades do país, entre elas as pequenas Garanhuns, em Pernambuco, e São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte

Quem fundou: Paulo Veras, de 41 anos, em agosto de 2012 

Clientes:  Usuário final de cidades com mais de 80.000 habitantes 

Usuários cadastrados: 500.000 pessoas em 45 cidades 

Taxistas cadastrados: 20.000

Receitas: Ganha por anúncios veiculados no aplicativo

Conquista:  Em julho de 2013, recebeu aportes do fundo paulistano Monashees e da empresa americana de tecnologia Qualcomm para expandir geografcamente


Easy Taxi - São Paulo, SP

O que faz:  Chama táxis em 56 cidades, entre elas São Paulo, Bogotá, na Colômbia, e Lahore, no Paquistão 

Quem fundou: Tallis Gomes, de 26 anos, em abril de 2012 

Clientes: Usuário final, restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos que costumam pedir táxi para os clientes

Usuários cadastrados: 1,8 milhão de pessoas em 27 cidades no Brasil e 29 cidades no exterior 

Taxistas cadastrados: 70.000 receitas No caso do Brasil, recebe dos taxistas uma comissão de 2 reais por corrida 

Conquista: Em outubro de 2013, recebeu 15 milhões de reais do fundo alemão Rocket Internet para expandir suas operações no Oriente Médio e no norte da África. Ao todo, a empresa recebeu 55 milhões de reais em investimentos no último ano 

Go JaMes — São Paulo, SP

O que faz: Chama táxis de luxo e agenda viagens com hora marcada 

Quem fundou: Fernando Freitas, de 27 anos, em janeiro de 2013 

Clientes: Usuário final e empresas que recorrem ao serviço de taxistas 

Usuários cadastrados: 350 pessoas na cidade de São Paulo

Taxistas cadastrados: 20 

Receitas: Recebe dos taxistas o equivalente a 25% do valor da viagem 

Conquista: Tem um time de conselheiros de vários setores que ajudam a pensar na expansão 


Meia Bandeirada  — São Paulo, SP

O que faz: Administra o transporte para empresas que recorrem ao serviço de taxistas — e incentiva os passageiros a dividir a corrida se estiverem indo para o mesmo lugar, mesmo que eles não se conheçam 

Quem fundou: André Insardi, de 26 anos, Eduardo Francisco, de 40, Moises Correia, de 29, e Natanael Silva, de 26, em dezembro de 2010 

Clientes: Empresas que recorrem ao serviço de taxistas 

Usuários cadastrados: 3.000 pessoas na Grande São Paulo 

Taxistas cadastrados: 1.000 

 Receitas: Recebe das empresas uma comissão de 2 reais por corrida 

Conquista: Em janeiro de 2013, recebeu aporte de um clube de investimento do interior de São Paulo 

ResolveAí — Rio de Janeiro, RJ

O que faz: Chama táxis vinculados a cooperativas. Também administra um sistema usado por shoppings e aeroportos para pedir táxi 

Quem fundou: Gabriel Silva, de 31 anos, e Rafael Kaufmann, de 29, em agosto de 2011 

Clientes: Usuário final e empresas que recorrem ao serviço de taxistas para transportar funcionários 

Usuários cadastrados: 500.000 pessoas em 23 cidades

Taxistas cadastrados: 20.000

Receitas: Recebe das cooperativas uma comissão de 1 real por corrida 

Conquista: Em agosto de 2011, recebeu 500.000 reais da aceleradora carioca 21212 para investir em marketing e melhorar o aplicativo 


TaxiJá  — São Paulo, SP

O que faz: Chama carros de grande porte e táxis acessíveis para deficientes físicos 

Quem fundou: Arthur Pelanda, de 33 anos, em setembro de 2012 

Clientes: Usuário final e empresas que recorrem ao serviço de taxistas 

Usuários cadastrados: 115.000 pessoas em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Salvador

Taxistas cadastrados: 9.000 

Receitas: Recebe o equivalente a 6% do valor de cada corrida que for paga por meio do aplicativo

Conquista: Em setembro do ano passado, recebeu 3 milhões de reais da empresa paulistana de tecnologia  Scala IT Solutions para expandir as operações para outras capitais

TaxiMov — São Paulo, SP

O que faz: Chama táxis dirigidos por motoristas que falam outro idioma ou que tenham feito curso de guia turístico. Também agenda corridas 

Quem fundou: Nathan Ribeiro, de 51 anos, Ricardo Funari, de 52, José Luis Hime, de 47, e Alexandre Peixoto, de 62, em julho de 2011

Clientes: Usuário final e empresas que recorrem ao serviço de taxistas 

Usuários cadastrados: 4.000 pessoas na Grande São Paulo 

Taxistas cadastrados: 700 

Receitas: Dos taxistas que levam o usuário final recebe 2 reais por corrida. Das empresas que recorrem ao serviço de taxistas recebe o equivalente a 10% do valor da viagem 

Conquista: Tem parceria com o intermediador de pagamentos online PagSeguro. A pessoa que agenda uma corrida com preço definido paga antecipadamente por meio do serviço 


Vá de táxi — São Paulo, SP

O que faz: Chama táxis segurados pela Porto Seguro para o usuário final

Quem fundou: Fernando Blay, de 43 anos, Sérgio Kulikovsky, de 43, Eduardo Iguelka, de 43, e Alex Barbirato, de 44, em setembro de 2013

Clientes: Usuário final

Usuários cadastrados: 10.000 pessoas em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro

Taxistas cadastrados: 1.600

Receitas: Em 2014, deverá começar a cobrar dos taxistas 2 reais por corrida 

Conquista: Tem a seguradora Porto Seguro como parceira 

Wappa — São Paulo, SP

O que faz: Administra o transporte para as empresas que precisam recorrer ao serviço de taxistas 

Quem fundou: Armindo Mota Jr., de 35 anos, em 2001 

Clientes: Mais de 600 empresas 

Usuários cadastrados: 250.000 pessoas em 100 cidades

Taxistas cadastrados: 28.000

Receitas: Ao todo, recebe das empresas e dos taxistas o equivalente a 7% do valor da viagem 

Conquista: Tem como clientes grandes empresas, como a seguradora Zurich, a operadora de telefonia Oi e a rede de varejo Riachuelo 

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