(Allmini/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 3 de março de 2019 às 08h00.
Última atualização em 3 de março de 2019 às 14h20.
Adesivos, bolsas, canecas e marmitas com figuras de suculentas, flamingos ou gatinhos enchem as prateleiras das lojas da Allmini. Os produtos, todos importados, são parecidos com os das asiáticas Daiso e Miniso, que se tornaram febre entre os brasileiros. A diferença é que a Allmini é nacional, criada para trazer as tendências internacionais para o país.
A empresa, que tem três lojas na região central de São Paulo, quer chegar a 20 unidades em cinco anos. Para concorrer com as gigantes Daiso e Miniso, que têm 4.800 e 2.600 lojas pelo mundo, respectivamente, a companhia busca criar produtos mais adaptados para o consumidor brasileiro, com embalagens escritas em português.
A Allmini foi criada há dois anos por sócios que trabalhavam com comércio exterior e produção de joias.
Os dois viajavam muito, principalmente para a Ásia, e queriam trazer as novidades que conheciam lá fora para o Brasil. Para eles, havia um buraco muito grande entre os produtos vendidos nos shopping centers e em ruas comerciais como a 25 de Março, em São Paulo. Assim, criaram a Allmini para vender produtos atraentes a preços acessíveis.
Um dos times mais fortes da companhia é o de desenvolvimento de produtos, que trabalha diretamente com os fornecedores. A inspiração vem dos próprios consumidores, que enviam mensagens pelas redes sociais, lojas ou SAC, pedindo por produtos específicos.
São cerca de 4 mil itens diferentes, entre objetos para a cozinha, higiene pessoal, papelaria, presentes, entre outros. Os itens para animais de estimação, por exemplo, ficam na altura dos pets, que são permitidos dentro das lojas.
Entre os itens criados de olho nos brasileiros, estão os canudos de metal. Assim que chegaram nas lojas, mais de 300 canudos foram vendidos por dia e a carga, que deveria durar alguns meses, se esgotou no primeiro mês. “Estamos em um período de adaptação, com a criação de leis proibindo o uso de canudos de plástico, e antecipamos a tendência”, diz Bruno Joanna, gerente de marketing da Allmini.
O mini-liquidificador, com carregamento por cabo USB, é outro exemplo. Pode ser usado na academia ou na mesa do escritório para preparar sucos ou vitaminas.
O maior diferencial da empresa, de criar produtos voltados aos brasileiros, é também o maior desafio. “Não damos conta de criar tudo o que pedem”, diz o sócio Chao Han. Há muitos setores em que a companhia ainda não atua, como moda ou perfumaria. "Às vezes, o cliente não entende porque ainda não trabalhamos com um ou outro produto e reclama", afirma.
Mesmo sem a estrutura e o capital de suas concorrentes multinacionais, a Allmini tem planos de expansão e quer chegar a 20 unidades nos próximos cinco anos. Este ano, ela planeja abrir duas lojas na cidade de São Paulo e, no ano que vem, chegar ao interior do estado.
Já em 2021, a empresa deve abrir uma unidade no Rio de Janeiro, estado que já é consumidor dos produtos da Allmini através do comércio eletrônico. Ainda que a empresa tenha lojas físicas apenas em São Paulo, cerca de 60% do que ela vende pela internet vai para o estado vizinho.
A primeira loja fica no Bom Retiro, ao lado da matriz e de seu centro de distribuição. A segunda unidade está na região de São Bento e a terceira, na Rua Augusta. Com 12 funcionários no começo, hoje já são 80. Cada uma delas fatura, em média, 350 mil reais por mês - o valor quase dobra em dezembro, mês em que a empresa foca na venda de presentes.
Com as aberturas das novas unidades, a companhia aprendeu a fazer as reformas mais rapidamente. As primeiras unidades foram abertas depois de três meses e a mais nova, na região da Paulista, foi inaugurada depois de apenas um mês e meio, pois a empresa tinha pressa. A loja foi aberta na Black Friday, uma das datas mais importantes para o varejo.