Ricardo Côrrea, presidente da Ramper: pesquisa ouviu 500 empresas que vendem produtos e serviços para o mercado corporativo (Ramper/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 27 de maio de 2020 às 12h30.
Última atualização em 27 de maio de 2020 às 13h41.
O novo coronavírus impactou negativamente a economia global. O comércio e os serviços foram duramente afetados por depender de um fluxo constante de pessoas, mas não foram os únicos setores a sofrer com a crise. Pesquisa aponta que 85% das empresas especializadas em vender para o mercado corporativo tiveram queda de faturamento após o início da pandemia. 74% delas também estão com dificuldades para conquistar novos clientes, segundo o estudo conduzido pela startup Ramper, que oferece um software de prospecção digital para pequenas e médias empresas.
A empresa ouviu 500 empresas do segmento para produzir a pesquisa. Entre as companhias participantes, 30,1% são do setor de tecnologia, 27,4% de serviços, 12,4% de marketing, 4,8% de educação e 3,8% de indústrias. Outros segmentos representam 21,4%.
Segundo Ricardo Corrêa, presidente da Ramper, os dados mais alarmantes encontrados foram os de impacto no faturamento e na prospecção de novos clientes. O estudo revela que 83% das empresas registraram diminuição na geração de clientes em potencial pelos canais habituais. “Os negócios B2B precisam atrair e captar possíveis interessados de forma ativa. Com as pessoas fora do escritório e a maioria das organizações cortando o orçamento de mídia paga, ficou mais difícil”, diz Corrêa.
Cerca de 70% das empresas entrevistadas também notaram que a sua equipe de vendas está menos produtiva durante a crise. Analisando as demissões feitas depois da covid-19, Corrêa percebeu que quase metade dos profissionais desligados são dos times de prospecção e vendas. Para ele, essas decisões podem custar caro para as empresas no futuro.
“Com a queda na demanda, demitir na área de vendas parece lógico, mas pode comprometer a empresa na posterioridade”, afirma o presidente. Em um momento de retomada econômica, a empresa precisará contratar esses profissionais novamente e perder tempo e dinheiro para treiná-los.
Apesar do momento ruim, muitas companhias estão tentando se adaptar, buscando novos nichos e negócios mesmo com a pandemia. "Muitas estão conseguindo assimilar o golpe e se readequar para esse momento”, diz Côrrea. Para ele, as companhias que mais preparadas para passar pela crise são as que conseguiram mudar sua estrutura de trabalho e entender que precisam se aproximar das empresas que estão passando por dificuldades que seus produtos e serviços conseguem solucionar.