Criança em vitrine de natal (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2013 às 06h00.
São Paulo – A marca é o que, muitas vezes, faz uma pequena empresa ser diferente dos concorrentes. Ter uma identidade visual no negócio ajuda o empreendedor a ficar na cabeça dos clientes e construir uma relação com os consumidores.
Este processo é fundamental também para atrair novos clientes. “O que acontece é que, às vezes, o seu público-alvo acaba não te percebendo como uma marca para consumir, porque você faz uma identidade que não remete aos valores que a pessoa tem e ela não vai te ter como uma opção”, explica Marcos Bedendo, professor de Gestão de Marcas e Marketing estratégico dos cursos de Graduação e MBA da ESPM.
Este processo de construção de marca começa junto com o negócio. “Definir a área de atuação ajuda a definir a identidade dessa empresa”, diz José Luis Turiani, coordenador de Marketing e Gestão Comercial das Faculdades Rio Branco.
1. Liste os valores
A identidade visual da sua empresa deve traduzir os objetivos e valores do negócio. Pode parecer abstrato, mas ajuda a construir um diferencial. “Qualquer coisa que identifique visualmente a empresa, seja embalagem, logo ou fachada, tem que estar de acordo com os valores, s interesses e o diferencial que ela vai oferecer”, afirma Bedendo.
O empreendedor pode listar as vontades que tem para a empresa e suas perspectivas para começar a pensar na marca. “A partir daí, inicia o processo de escolha dos elementos da marca”, indica o professor da ESPM.
2. Conheça o público
Mesmo sem um orçamento grande para fazer pesquisas, é importante ouvir opiniões antes de definir esta identidade. “Faça uma pesquisa informal com amigos para ver se gostam ou não. Não cometa o erro de ficar mudando muitas vezes sua identidade”, indica Turiani.
Segundo Bedendo, o mercado hoje não tem regras fixas para definir as marcas, mas é importante saber como cores, formatos e desenhos influenciam seu público-alvo.
3. Pense nas cores
As cores transmitem mensagens importantes para marcas. Geralmente, cores primárias são mais populares e informais, e tons terrosos e neutros transmitem a ideia de sofisticação e formalidade.
A escolha deve ser bem pensada e a ausência de cores precisa ser testada também. “Vale lembrar que o logotipo tem que se comportar bem em preto e branco. Muitas vezes, fica bem em cores, mas quando coloca PB perde toda a composição”, sugere Turiani.
4. Não abuse dos detalhes
Seja simples e direto. Essa é a sugestão dos especialistas na hora de compor toda a identidade da marca. “Existem algumas regrinhas básicas do design, como ser o mais simples possível, usar poucas cores e poucos tipos de letras para não causar confusão”, ensina Turiani.
Vale também evitar alguns símbolos complicados, apelativos ou que lembrem times de futebol, religiões e partidos políticos. “Alguns podem ter paixão por aquele time, mas outros, ódio”, sugere o coordenador.
5. Não pense apenas na logo
A sua identidade visual vai além de logomarca e fachada de loja. “É uma questão fundamental que vai permear todas as atividades de comunicação da empresa, desde uniforme e papelaria até vitrine”, indica Turiani.
Todo este desenvolvimento serve para criar uma identidade que realmente represente a empresa. “Não é só visual, o nome e o ambiente também são maneiras de identificar a marca. Em alguns casos, até assinaturas musicais fazem parte desse processo”, diz Bedendo.
6. Seja profissional
Muitas vezes, o empreendedor consegue, sozinho, desenvolver um nome e uma marca para o negócio. O perigo é parecer pouco profissional. Por isso, em algum momento, pode ser necessária a ajuda de uma empresa ou profissional. “Ele pode até bolar sozinho o nome, mas vai precisar de uma agência ou designer que faça a parte visual”, afirma Bedendo.
7. Cuide bem da marca
O trabalho com a marca é constante, alertam os professores. “A gente pensa muito em logo como símbolo, mas é importante saber cuidar do branding da empresa, cuidar da marca como um todo”, diz Turiani. O empreendedor deve participar ativamente deste processo. “Ele tem que se informar, procurar uma literatura ou um curso, para pegar alguns princípios básicos de marca e não errar”, ensina Bedendo.
Outro ponto importante é fazer o registro da marca no INPI. “O custo é simples, demora anos, mas ele dá entrada e garante que não vai ter problemas”, explica Turiani.