Pesquise e informe-se muito antes de começar um negócio (Dreamstime.com)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2011 às 05h12.
São Paulo – Uma ideia e pronto. Muita gente ainda acredita que isto é o essencial para começar um negócio. Quando chega a hora de formalizar a empresa, as dúvidas começam a aparecer.
Você conhece tudo sobre os impostos que vai pagar? Sabe se tem autorização para funcionar no ponto escolhido? Já pensou se esta é a melhor época do ano para começar o seu negócio? No começo, o próprio empreendedor precisa estar envolvido em decisões como estas.
Para não ter mais dúvidas, confira as respostas do especialista em gestão e sócio-diretor da Práxis Education, Maurício Galhardo, para as principais questões dos novos empreendedores.
1. Quais documentos usados para abrir uma empresa?
O primeiro passo para o processo de oficialização do seu negócio é definir o número de sócios. Um ou mais, o contador deverá reunir os documentos dos futuros proprietários da empresa, como RG, CPF e comprovante de residência do local onde irá funcionar.
Na junta comercial será feito o registro do contrato social. Nele constará o ramo de atividade, quanto cada sócio terá de participação e o aporte na empresa.
Galhardo recomenda que também seja feito um acordo de cotistas, igualmente registrado em cartório, que define os procedimentos em caso de morte ou saída de um dos sócios do negócio.
O contrato social é o ponto de partida para a empresa ser legalizada, obter licenças e emitir nota fiscal. Ter mais de um sócio é importante. Algumas empresas não contratam prestadoras de serviço com um único sócio para evitar processos trabalhistas.
Conforme a atividade da empresa, será necessário obter algumas licenças, como sanitária e de segurança. Se for loja em shopping, o próprio estabelecimento indica a relação de licenças que devem ser apresentadas.
2. Quais impostos serão pagos?
A área, o tipo de atividade e o nível de faturamento do seu empreendimento determinarão as alíquotas e a relação de impostos a serem pagos.
A empresa será inserida em um dos regimes tributários: Simples, lucro presumido ou lucro real. O Simples tem como limite atualmente a soma do faturamento de 12 meses de até 2,4 milhões de reais. A partir de 2012, o teto será de 3,6 milhões de reais.
O que vai dizer se é vantajoso ou não ficar no Simples ou no lucro presumido é a contratação de funcionários. Na segunda opção, o pagamento de INSS é maior do que no Simples. O lucro real costuma ser utilizado por grandes empresas, que devem prestar contas de todas as despesas e receitas para o imposto ser calculado.
3. Qual será o investimento inicial?
Se você não tem nem ideia do quanto vai precisar desembolsar para abrir seu empreendimento, a saída é pesquisar e se informar. Procure conhecer sobre o ramo em que pretende atuar e sobre qual seria o ponto comercial ideal.
Para começar, considere a média de aluguel que deverá pagar, quantidade de funcionários, os salários, impostos e a variedade de produtos. Estas informações, em valores, farão parte da planilha de viabilidade, que dá uma noção de quanto vai vender e faturar.
4. Onde e como fazer financiamento?
Qualquer banco ou financeira oferece crédito. O mais difícil é encontrar as taxas de juros mais adequadas para o seu bolso. Galhardo afirma que a linha do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para pessoa jurídica é melhor, mas não é tão acessível.
Geralmente, pode ser obtida nos bancos públicos. Para conseguir uma linha do BNDES, os empresários devem apresentar um plano de negócios bem elaborado, que convença da viabilidade, preparo para abrir e tocar a empresa e, claro, pagar as prestações. Se não conseguir, faça uma pesquisa em vários bancos e converse com o gerente antes de contratar o financiamento.
5. É preciso registrar os funcionários?
“Não adianta fazer errado aqui para ganhar mais na frente que não dá certo. Se acha que a empresa não vai sobreviver dentro das leis, repense o seu negócio”, alerta Galhardo.
Seguir as leis trabalhistas é essencial. Como a carga tributária pode ser alta, o negócio precisa ser viável dentro da lei.
Na contratação, pode começar pelo contrato de experiência, com prazo de três meses, mas depois deve efetivar. O caso de empresa familiar não é diferente. O pai deve registrar o filho como funcionário, por exemplo.
6. Qual a melhor época para abrir o negócio?
A dica do especialista é abrir perto da época de maior movimento, conforme for a área de atividade. Em uma loja de moda verão, por exemplo, não compensaria abrir em junho, quando ainda há liquidações da temporada anterior, mas, sim, no mês de outubro.