Empresa comercial importadora e exportadora (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 12h32.
Por que uma boa logística pode salvar sua empresa da crise?
Escrito por Arnaldo Vhieira, especialista em estratégia de negócios
Tenho hábito de assistir a um programa em um canal fechado de televisão, o qual tem o título: “Santa Ajuda”. Nele, os participantes recebem em sua residência uma profissional que auxilia na organização de um espaço, descarta para reciclagem objetos e móveis que no momento não têm utilidade além de listá-los e colocá-los em evidência. O objetivo é manter apenas o essencial ao investir na compra de móveis apropriados (sempre com cautela, pois o objetivo é otimizar recursos e espaços) para criar fluidez de circulação e praticidade.
Utilizo o exemplo do programa para afirmar que a logística não salva sua empresa da crise, porém, fornece uma “santa” ajuda, pois estrutura toda a cadeia do processo produtivo, mesmo que sua organização seja da área de serviços. Dessa forma, terá a clareza de onde investir recursos, melhorar processos administrativos e produtivos, aprimorar e fidelizar a relação com os fornecedores (internos e externos) e, consequentemente, atender as expectativas de seus clientes.
Em época de crise, é comum as empresas olharem para o ambiente interno e buscarem respostas para a melhoria de recursos e diminuição dos custos de produtividade, objetivando a lucratividade. Dessa forma, compreender o conceito de logística em sua amplitude permite ao empreendedor alinhar o planejamento de suas estratégias e alcançar o diferencial competitivo.
É comum associar processos logísticos apenas ao transporte de cargas (em todas as modalidades) e ao armazenamento de mercadorias e/ou produtos. Porém, é preciso entender que o planejamento logístico está presente em todas as atividades da empresa: desde a relação com fornecedores, passando pela elaboração e implantação de procedimentos administrativos, a produção de bens e/ou serviços, as estratégias de marketing e comercialização, até chegar ao atendimento das expectativas do consumidor final.
Neste sentido, afirmo que a logística dá o suporte necessário para que toda cadeia produtiva se torne eficaz, garantindo a competitividade do negócio, pois a credibilidade de uma organização está em superar as expectativas dos fornecedores, colaboradores e clientes finais.
Sei que no mundo dos negócios não existe receita mágica para o sucesso, mas utilizo da ousadia, para citar algumas dicas de como fazer um excelente planejamento logístico:
1. Faça uma análise para identificar os desperdícios em todos os processos mal estruturados de produção, atingindo as áreas que direta ou indiretamente estejam envolvidas na confecção de bens e/ou serviços.
2. Certifique-se de que o planejamento abrange desde a localização do seu ponto de venda até o gerenciamento de estoque, passando por boas estratégias de escolha, de um modal de transporte adequado ao atendimento dos seus clientes.
3. Utilize as ferramentas tecnológicas a seu favor. Existem vários softwares de controle de estoque, administração de produção, gestão de transporte e, inclusive, de comunicação com os clientes.
4. Faça um bom estudo de suas estruturas físicas de armazenagem, arrumando-as para o atendimento rápido dos pedidos de seus clientes. Preocupar-se com a satisfação do consumidor é um diferencial em tempos de busca de fidelização contínua.
5. Utilize-se da política de logística reversa para criar credibilidade social na empresa. Cada vez mais, clientes fidelizam o consumo em instituições com responsabilidade socioambiental.
6. Avalie cada processo implantado e utilize as informações (mesmo que negativas), como retroalimentação para novos procedimentos. Estar preparado para receber críticas é uma competência que todos na empresa devem desenvolver. A voz e as atitudes do cliente falam muito sobre sua credibilidade.
Diante das dicas acima, lembre-se que um planejamento logístico mal estruturado pode causar danos imensuráveis a uma empresa. O valor do produto está na credibilidade percebida pelos clientes (em todos os níveis), e por meio das atitudes positivas de uma organização. Dessa forma, posso garantir que em épocas de grande competitividade e de crise econômica, o planejamento logístico pode ser de fato uma “Santa Ajuda”.
Arnaldo Vhieira é coordenador do curso de logística do complexo educacional FMU.