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5 motivos muito errados para ter uma startup

Veja quais são os principais motivos para não abrir uma startup hoje

Homem usando notebook (Getty Images)

Homem usando notebook (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 06h00.

São Paulo – Não existem estudos concretos sobre o número de startups abertas no Brasil, mas uma pesquisa rápida pode comprovar que este é um movimento crescente. O sucesso de apps, como os de taxi e de delivery, incentiva aspirantes a empreendedores a se arriscarem neste mercado.

A verdade é que ter um negócio, principalmente se ele for altamente escalável, podendo ser replicado no mundo todo a uma velocidade muito rápida, é um desafio enorme. “Nosso ambiente empreendedor é muito hostil”, alerta Cynthia Serva, coordenadora do Centro de Empreendedorismo e Inovação do Insper.

Para Cassio Spina, da Anjos do Brasil, existe uma forte tendência em começar um negócio atualmente que precisa ser observada. “Tem mais gente querendo empreender, mas tem também muita gente sendo levada pela onda. Pensa bem, é difícil, é desafiante, tem que ter muita vontade, resiliência e capacidade de aguentar os problemas para conseguir ter sucesso”, diz Spina. Antes de tirar a ideia do papel, conheça cinco motivos errados para começar uma startup. 

1. Quero ficar milionário

Se Mark Zuckerberg ficou bilionário com um negócio que começou na faculdade, por que outros não poderiam? O dinheiro, para Spina e Cynthia, deve ser consequência e não motivação. “Achar que vai ganhar muito dinheiro é o motivo errado. Empreender é uma coisa muito difícil e tem muitas chances de não dar certo. Quem só tem esse objetivo vai desistir no meio do caminho”, explica Spina.

É preciso, sim, ter a ambição de faturar alto, mas este não pode ser o único ou principal objetivo do projeto. “O primeiro problema é querer ficar rico, ser o novo Facebook do momento. Empreender é difícil, requer muita coragem e esforço. Dinheiro é consequência e se for o principal objetivo o empreendedor vai ficar frustrado”, afirma a professora do Insper.

2. Odeio meu chefe

Com mais estímulo ao empreendedorismo, muitos brasileiros estão tomando coragem para tirar uma ideia do papel e ainda se livrar de um chefe ruim. “Eu falo sempre que o empreendedor vai ter chefe pior que chama cliente, que vai demandar muito mais do que o próprio chefe”, diz Spina.

E mais: se você tiver sócios, vai ter que compartilhar decisões e, provavelmente, trabalhar mais do que no emprego. “Empreendedor não tem horário. A responsabilidade dele é pensar no negócio”, diz Spina. 

3. Preciso resolver um problema pessoal

É verdade que muitas ideias de startups surgiram de demandas pessoais enfrentadas pelos próprios empreendedores. Este pode ser um excelente caminho para começar um negócio, desde que a necessidade seja de outras pessoas também. “Precisa validar a ideia. O empreendedor tem uma ideia que acha que é a mais disruptiva do mundo e não faz validação mínima, como conhecer público e mercado”, explica Cynthia.

Para Spina, uma necessidade pessoal precisa ser compartilhada por possíveis clientes para virar de fato um negócio. “Às vezes, é um problema muito pessoal, de poucas pessoas. Por isso, é ter um bom planejamento”, diz.

4. Odeio tecnologia, mas está na moda

Se empreender está na moda, abrir um negócio de tecnologia é ainda melhor. É na tecnologia que muitas startups brasileiras estão se desenvolvendo, mas se o futuro empreendedor precisa de ajuda até para usar um smartphone, é melhor repensar os planos. 

“Um erro é empreender em algo que você não conhece ou não gosta. Vai faltar conhecimento específico. O empreendedor não sabe programar, não entende de lógica e acha que pode pagar um desenvolvedor para isso. Assim, dificilmente vai dar certo”, afirma Cynthia.

5. Os fundos estão cheios de dinheiro para empresas

Subestimar o investimento financeiro pode ser um erro que custará caro no futuro. Apesar de mais fundos estarem investindo em startups brasileiras, poucos projetos atendem às expectativas dos investidores. “Você precisa saber quanto precisa ter disponível para essa ideia. Muitos ainda buscam como forma de financiamento dívidas ou investimento pessoal e acabam se endividando muito”, diz Cynthia. 

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