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5 lições de carreira que são uma furada para empreendedores

Veja recomendações muito difundidas, mas que podem não ser uma boa dica caso você pretenda ser dono de um negócio.

Orelhas tampadas: veja cinco conselhos que não servem para quem quer abrir seu próprio negócio (Thinkstock)

Orelhas tampadas: veja cinco conselhos que não servem para quem quer abrir seu próprio negócio (Thinkstock)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 27 de outubro de 2015 às 05h00.

São Paulo – Quando um funcionário decide ter seu próprio negócio, costuma ouvir uma série de comentários desanimadores. Nessa hora, é preciso que esse futuro empreendedor separe as recomendações valiosas daquelas que se baseiam na experiência com outra forma de trabalhar: a de empregado.

Antes, um aviso: mesmo entre os que optaram por trabalhar para uma empresa, há uma diferença fundamental entre os funcionários preocupados com o emprego atual e os que pensam em cuidar da carreira como um todo (os chamados “intraempreendedores”). “O gestor do emprego trabalha para pagar as contas do mês e não assume desafios nem riscos. Já quem faz a gestão da carreira sempre busca crescer, motivado pela autorrealização. Olha para sua empresa, mas também olha o mercado e enxerga oportunidades”, afirma Fernanda Schroder, coordenadora de carreiras do Ibmec/MG.

Mesmo assim, ser um intraempreendedor não é o mesmo que ter um negócio próprio. Para Adriano Augusto, consultor do Sebrae de São Paulo, a principal diferença é a autonomia. “O empreendedor tem que ser responsável por tudo que a empresa faz, enquanto o funcionário tem uma autonomia parcial e enxerga o que é de sua alçada”, explica. “Por mais que se fale em intraempreendedorismo, há um limite para essa atuação. Um empreendedor muitas vezes sofre da solidão da liderança, enquanto um funcionário trabalha majoritariamente em equipe”, afirma.

Mas, como fugir dos conselhos prontos se você ainda está começando no mundo do empreendedorismo? Praticando o autoconhecimento. “Se você sabe o que o motiva, é mais natural ser impermeável aos conselhos dos outros”, afirma a mentora Patricia Cotton, da Upside Down Thinking. Portanto, para ser um empreendedor, é preciso desafiar padrões e estar pronto para fazer o contrário do que se costuma ouvir por aí.

Nessa linha, selecionamos abaixo cinco conselhos muito comuns, mas que não servem para quem pretende ter sua própria empresa. Veja, a seguir, quais são eles:

1. “Foque apenas na sua área de atuação”

Uma grande empresa costuma ser dividida em departamentos, logo, se você quiser se destacar, é preciso ser o melhor de uma área. Isso até pode funcionar dentro do mundo das corporações, mas não para um empreendedor: ao menos no começo do negócio, ele será responsável por um pouquinho de tudo. “A primeira coisa que caracteriza um trabalho empreendedor é ser multitarefas. Esse dono de negócio precisa ser versátil: não adianta ser muito bom em finanças e não saber gerir pessoas, por exemplo”, afirma Patricia. “Quanto mais ele ver sua empresa como um sistema, melhor ela irá se tornar. Até porque, assim, ele sabe delegar e contratar melhor as pessoas, já que sabe o que esperar delas”.

2. “Faça networking com quem é interessante para seu crescimento”

Segundo Patricia, muitos empreendedores acabam apaixonando-se perdidamente por sua ideia de negócio, o que faz com que fiquem muito dentro do seu setor. Isso é ruim porque pode prejudicar a criatividade, já que não há visões de fora da empresa. A palavra de ordem, portanto, é ter um networking diversificado, formado por pessoas de várias áreas do conhecimento.

Diferente de uma vida de funcionário, a estratégia não é cultivar relacionamentos com pessoas que podem oferecer oportunidades de crescimento no seu ramo. “Fazer networking só na sua área é um conselho comum: advogados falam com advogados e médicos falam com médicos. Isso traz um empobrecimento do repertório muito grande. Então, não siga o caminho óbvio, de só se integrar com empreendedores”, recomenda a especialista.

3. “Foque no conhecimento técnico necessário para sua profissão”

Há uma grande ansiedade em obter conhecimentos ligados ao negócio, afirma Patricia. Por exemplo, administradores saberem Excel e designers usarem todos os recursos do Photoshop. Mas, para ser um bom dono de negócio, focar apenas no essencial da sua profissão não é suficiente. “Para empreender de forma inovadora, você precisa observar e questionar o que está sendo visto. Aprenda o que está fora do negócio, em tese, mas que está ligado a ele. Aprenda sobre comportamento, sobre variáveis do mercado e sobre política, por exemplo”.

4. “Está tudo razoável? Então deixe como está”

Mesmo que o trabalho seja satisfatório e sua renda esteja boa, quem se preocupa com algo além do emprego atual não deve se acomodar. Pense: você é um custo ou um investimento? Um bom profissional sempre é a segunda opção. É preciso ter uma capacitação constante, estabelecendo metas e objetivos a serem cumpridos. “A concorrência está cada vez maior; quando você planeja seu próprio futuro, também garante a sustentabilidade da sua empresa. Quanto mais ela crescer, mais será exigido em termos de gestão. Reconheça suas lacunas. Caso contrário, você será tragado pelas pessoas que querem fazer acontecer”, afirma Fernanda. Por isso, achar que em time que está ganhando não se mexe é um erro para quem quer ser empreendedor.

5. “Adapte-se à cultura ao seu redor”

Quando você é funcionário, muitas vezes é preciso adaptar-se à cultura da empresa e, dentro dela, ter uma boa performance. Se essa cultura não for interessante, você pode procurar outras empresas e analisar qual se encaixa melhor em seus ideais. Porém, isso não é possível quando você passa a ser empreendedor, diz Augusto. “Você tem que criar uma cultura, e não apenas se adaptar. Não adianta seguir uma cultura empresarial à qual você estava acostumado. Ou, pior ainda, não adianta negligenciar a criação dessa cultura no seu negócio”. Agora, a responsabilidade pelo modo de trabalho de todos está nas suas mãos.

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