Cidade devastada pelo tsunami no Japão: além das perdas materiais, desastres afetam a imagem da empresa
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2011 às 20h42.
São Paulo –Terremoto, tsunami e o perigo de um acidente nuclear trouxeram o Japão para o topo das manchetes. Apesar de imune a movimentos de placas tectônicas, o Brasil também sofre com estragos causados por desastres naturais.
No começo do ano, a região serrana do Rio de Janeiro foi vítima de chuvas fortes e deslizamentos de terra. Uma pesquisa da Fecomércio-RJ constatou que 84% dos empresários foram afetados e o prejuízo chegou a quase meio bilhão de reais. Situação parecida têm vivido os empresários do Sul do Brasil. Duas cidades do Paraná, Morretes e Antonina, estão em estado de calamidade pública causado pelas chuvas.
O empresário João Eduardo do Espírito Santo entende bem essa situação. Dono de uma empresa de esportes de aventura, João viu todo o seu patrimônio, inclusive a própria casa, ser destruído pelas enchentes em São Luiz do Paraitinga, em 2010.
Toda a equipe da Cia de Rafting foi colocada à disposição da Defesa Civil do estado para auxiliar no resgate dos moradores. “Perdi toda minha estrutura comercial e parte da operacional”, conta Santo. Depois de 10 meses com fluxo de caixa quase zero, a empresa só conseguiu se manter no mercado porque contava com uma poupança e também atuava em outras frentes.
Entre os principais problemas, as empresas passam por falta de energia elétrica, queda de linhas telefônicas e ausência de funcionários. Muitas levam anos para recuperar o negócio. “Muitas vezes é impossível recomeçar. As perdas são altas e o empresário acaba quebrando”, diz Reinaldo Messias, consultor do Sebrae/SP. Veja algumas dicas para se proteger desse problema.
Seguro
Tenha uma apólice de seguro na sua empresa. “Verifique a cobertura das apólices do seguro para perdas de patrimônio”, diz Messias. As seguradoras podem, ao menos, cobrir e indenizar o cliente pelos danos materiais.
Poupança
A história da Cia de Rafting serve de exemplo para outros empreendedores. Apesar de não ter seguros, a empresa conseguiu se manter com algum dinheiro que tinha guardado.
Ter reservas é sempre uma boa ideia em pequenas e médias empresas e pode ser responsável pela sobrevivência do negócio depois de uma situação de crise.
Tenha “steps”
O estoque das empresas costuma ser castigado nessas situações. A dica é ter possíveis prestadores de serviços para cobrir os pedidos. Isso vale especialmente para a indústria. “Dessa forma, o empresário evita ter perdas de cliente e prazos. Ele não vai ganhar mas preserva a marca”, explica o consultor.
Ponto comercial
Os empreendedores sabem que ponto comercial é um problema nos dias de hoje. Por isso, nem sempre conseguem estar em locais mais protegidos. “Sempre que possível encontre um ponto protegido, sem histórico de enchentes, por exemplo”, diz Messias. Além do dano material, o problema é o prejuízo da marca nesses casos. “A chance de acontecer mais de uma vez é bastante provável e isso acaba induzindo as pessoas a buscarem novos fornecedores”, diz.
Condições
Verifique as condições dos ralos, telhados e acesso ao local. “Deixe o estoque em condições adequadas. Tenha um sistema de monitoramento. Como dono, é bom ir ver o que está acontecendo e pedir ajuda antes de um estrago maior”, sugere o consultor do Sebrae/SP.