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5 bons motivos para não transformar seu negócio em franquia

Nem todo negócio pode ser um sucesso quando a expansão acontece com franquias; entenda os casos

4. Plano de Negócios (Lizzie Erwood/Creative Commons)

4. Plano de Negócios (Lizzie Erwood/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 06h00.

São Paulo – Um mercado de mais de 100 bilhões de reais pode ser muito atraente para empreendedores que querem transformar seus negócios em grandes redes de franquias.

O problema é que nem todo mundo tem capacidade para levar um pedaço deste mercado bilionário. “O primeiro ponto é que nem todo negócio é franqueável. Existe um boom de franquias, o crescimento impressiona e muita gente está se aventurando”, opina Adir Ribeiro, da consultoria Praxis Business.

A escolha da franquia precisa estar amparada em alguns pilares, como padronização e marca forte. Sem isso, a rede pode fracassar rapidamente. “Os bons negócios para serem franqueados são aqueles com processo de produção bastante padronizado”, indica Marcelo Pimenta, professor da ESPM. Veja em quais casos um negócio não deve virar franquia.

1. Quando o talento pessoal conta muito

Se a base da franquia é a padronização, negócios que dependem do talento pessoal do dono, ou precisam de processos muito manuais, não são indicados para virar franquia. “Ele não vai conseguir os mesmo padrão de serviço com o mesmo talento. A franquia precisa que qualquer um possa fazer desde que siga a instrução e isso não depende do talento individual. Quanto mais personalizado for o negócio, menos adaptado a franquia ele vai ser”, explica Pimenta.

2. Quando há pouca experiência de operação

As franquias mais bem sucedidas costumam acumular um tempo de mercado prévio, como empresa independente, antes de expandir com franchising. “Um dos principais motivos para não fazer franquia é se você tem pouca experiência no segmento de atuação. Os negócios são cíclicos e você precisa conhecer melhor o histórico”, indica Ribeiro.

A franquia depende também de um modelo já testado, com prova de que o modelo de negócios funciona. “Na franquia, o empresário sabe o resultado por horário, sabe a quantidade de ingredientes, quantos clientes atende, qual preço as pessoas estão dispostas a pagar e sabe que isso pode ser repetível”, diz Pimenta.

Essas condições precisam ser replicadas na unidade franqueada para a rede dar certo.

Por isso, negócios com pouco tempo de mercado ou apenas uma unidade não são indicados para franquia. “A gente recomenda que tenha mais de uma unidade para começar a pensar em franquia, assim já realiza gestão à distância e pensa em modelo de transferência de know how e de controle”, afirma Ribeiro.

3. Só porque os clientes pedem franquias

É comum que os empresários fiquem lisonjeados quando os clientes começam a pedir por franquias de um negócio. Apesar de ser um bom indicador, esse tipo de pedido não é suficiente para formatar uma rede. “Essa é uma decisão de modelo de negócio, modelo financeiro, com previsão de 5 anos, enxergando um business plan, sabendo quem ganha e onde ganha dinheiro e testando esse modelo para ver se para em pé”, explica Ribeiro.

Para Pimenta, ser um franqueador significa que você encontrou um modelo de negócios que pode ser replicado. “Não recomendo que já abra um negócio pensando em ser franquia. Deve primeiro buscar que dê certo, estruturar processos bem organizados. Se conseguiu replicar de três a cinco vezes, ai é o momento de ir pensando em formatar a franquia”, indica o professor.

4. Negócios muito regionais e restritos

Além dos negócios customizados, negócios muito regionais e com padrões rígidos, difíceis de serem adaptados, não são ideias para o formato de franquia. “O franqueador tem que encontrar condições similares para os franqueados ou o negócio vai dar errado”, diz Pimenta. É como levar uma marca de alto poder aquisitivo para locais populares, sem alterar preços.

5. Não ter perfil de franqueador

Se o empresário é muito controlador e não consegue confiar a operação das unidades a gerentes ou funcionários, este é um indício de que talvez a franquia tenha problemas no futuro. “A gente fala muito de perfil de franqueado, mas não fala do perfil do franqueador. Tem empresas que não tem perfil de franquia, que tem uma cultura muito monárquica, muito arraigada. A franquia tem que ter uma cultura de engajamento, de ambientes colaborativos”, opina Ribeiro.

O franqueador ideal é aquele que tem uma liderança clara e que sabe engajar as pessoas, trazendo os franqueados para a cultura da empresa. “Empreendedores autocráticos deixam a rede estressada, criando vários atritos”, diz. 

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