(SIphotography/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2018 às 16h05.
São Paulo – A tendência da economia compartilhada (ou economia colaborativa) já está no país há alguns anos, começando com a entrada de negócios como Airbnb e Uber. Alguns empreendedores brasileiros souberam superar os desafios desse tipo de empreendimento e abriram suas próprias empresas.
Além de suas ideias de negócio lucrarem ao resolverem problemas de seus consumidores, elas também podem gerar uma renda extra a usuários que ofertam serviços nas plataformas.
O Site EXAME elencou algumas startups que resolveram adotar esse modelo. Os negócios vão desde entregas de produtos até hospedagem de cães e venda de milhas para passagens aéreas.
Confira, a seguir, algumas startups que ajudam a ter uma renda extra (e fazem sucesso com isso):
A Cabenocarro começou a operar em agosto de 2017, com a proposta de ser uma rede de entregas colaborativas que conecta proprietários de automóveis que realizam um trajeto recorrente no dia a dia (chamados de “viajantes”) a pessoas que precisam enviar itens de um lugar para outro.
O usuário anuncia, por meio da plataforma web ou do app gratuito para Android e iOS, o objeto que precisa entregar, detalhando origem, destino, tamanho e descrição do item. O viajante, após fazer seu cadastro no site e informar dados como documentação do veículo e CNH, escolhe as entregas que deseja fazer.
O ticket médio praticado gira em torno de 30 reais. 80% do valor do serviço fica com o viajante, enquanto a monetização da Cabenocarro se apoia nos 20% restantes.
Hoje, a startup possui 1.500 usuários e 300 entregadores com dados já verificados. Ao todo, 100 entregas foram feitas por meio da Cabenocarro.
A escola online Descola foi lançada em 2013, com a proposta de ser um ambiente de ensino com capacidade de criar experiências de aprendizagem leves, práticas e prazerosas aos alunos.
A startup oferece oportunidade para que profissionais acadêmicos ou do mercado que sejam muito bons em assuntos relacionados a inovação consigam compartilhar o seu conhecimento – e ganhar uma renda extra.
Os materiais de apoio são preparados pela Descola, enquanto o profissional fica responsável por elencar o conteúdo. O professor recebe uma porcentagem por cada venda de curso disponível na plataforma da Descola.
O valor médio por curso é de 150 reais e, segundo a startup, os profissionais de maior sucesso na Descola faturam 15 mil reais por ano.
Atualmente, a plataforma conta com mais de 30 mil alunos e fez parcerias com mais de 50 professores.
A startup DogHero foi criada para solucionar um problema enfrentado por boa parte dos donos de cães e outros pets: onde deixá-lo durante longas viagens, por exemplo, e saber que ele terá o cuidado que merece?
O funcionamento da startup é muito parecido com o de marcas como Airbnb ou Uber: o usuário abre o aplicativo para Android/iOS ou o site e vê quais “anfitriões” – nome dado para os cuidadores de cachorros – estão próximos.
É possível ver itens como proximidade, experiência do anfitrião com cães, fotos e preços praticados. Também dá para entrar em contato com o anfitrião e marcar encontros de relacionamento – tanto entre vocês dois quanto entre ele e seu pet.
Se as conversas forem bem, o pagamento é feito e o cachorro é hospedado. Ao final da reserva, o cliente pega o pet e consegue deixar uma avaliação do serviço no perfil do cuidador, para que clientes futuros possam ver.
O ticket médio por cliente é de 200 reais. A DogHero cobra uma taxa 25%, já embutida no valor total transacionado, e é assim que se monetiza. Vale lembrar que todas as hospedagens já são cobertas com uma garantia veterinária de 5 mil reais, caso haja alguma emergência.
O negócio possui 15 mil anfitriões e 450 mil cães cadastrados em sua plataforma.
O Elo7 foi criado em 2008, com a proposta de trazer para o universo online produtos autorais e criativos que costumavam ser comercializados apenas localmente.
O marketplace que conecta artesãos, artistas e designers a compradores é uma opção tanto para renda extra quanto para quem quer começar um negócio, mas não planeja investir em um e-commerce próprio ou em uma loja física.
Quem quiser vender pelo Elo7 deve realizar o cadastro na plataforma, inserir seus produtos (com imagens, descrições e preços) e definir como será o pagamento e a entrega.
O ticket médio do Elo7 é 100 reais. Na venda, a comissão da startup vai de 12%, no modo de anúncio clássico, até 18%, no anúncio plus, que possui maior probabilidade de exposição no site. Na comissão já estão inclusas as taxas do processamento do pagamento por cartão ou boleto.
Hoje, a startup possui 4,5 milhões de produtos anunciados e 90 mil vendedores ativos. O Elo7 atingiu em 2016 a marca de 450 milhões de reais em volume de transações e somou mais de 1 milhão de novos compradores. Os números de 2017 ainda não foram fechados, mas é esperado um crescimento de 40% em relação a 2016.
Quem está por dentro do mundo das grifes da moda e acompanha as novidades de forma online provavelmente já conhece o que virou esse empreendimento: o site Enjoei.
O marketplace para comprar e vender itens descolados não se posiciona apenas por preços menores, mas principalmente como um “brechó com cara de novo”.
Pessoas podem vender seus acessórios, roupas e sapatos ao montar lojinhas customizadas dentro da plataforma. O Enjoei, por sua vez, faz a moderação de todos os itens antes de serem publicados, por meio de uma curadoria de foto e descrição, e depois os coloca em um modelo de leilão online.
Em troca, o negócio pede uma comissão de 20% sobre o valor total da transação e uma taxa administrativa de 2,15 reais.
No momento, o Enjoei conta com 800 mil usuários vendedores e 600 mil usuários compradores. São 3 milhões de itens disponíveis na plataforma, com 150 mil transações mensais e ticket médio de 95 reais. Todo mês, mais 700 mil itens são cadastrados no Enjoei.
A startup LocalChef foi lançada em junho de 2016, como um marketplace para conectar consumidores a chefs autônomos. A ideia é que esses cozinheiros trabalhem de suas próprias residências, enquanto o negócio faz toda a logística para que a comida chegue aos clientes no local e data combinados.
Os chefs que quiserem obter uma renda extra pela plataforma devem se cadastrar e preencher informações básicas sobre formação e pratos oferecidos, por exemplo.
Os atendentes da LocalChef fazem uma seleção prévia e explicam como funciona a startup para os selecionados, além de darem um treinamento básico sobre manipulação de alimentos, higiene e embalagem. Também é preciso enviar pratos para degustação e sessão de fotos. Após a aprovação, o cardápio do chef é colocado na plataforma e as vendas começam.
O ticket médio da LocalChef é de 98 reais. Os chefs ficam com um percentual que varia de 80 a 85% do valor final da compra. O restante do valor fica com a startup, como forma de monetização. A LocalChef também diz organizar e participar de eventos com esses chefs, aumentando a renda dos cozinheiros.
Atualmente, o marketplace conta com aproximadamente 270 chefs ativos e uma base de 4.500 clientes. Ao todo, mais de 6 mil pedidos foram realizados.
A MaxMilhas foi criada em 2013, com o objetivo de vender passagens aéreas com descontos que podem chegar a 80%. Para isso, o usuário adquire sua passagem pelo site da MaxMilhas por meio das milhas aéreas de algum vendedor.
Quem deseja vender pela plataforma deve entrar no site e informar quantas milhas quer oferecer. Elas então serão anunciadas por um valor calculado a partir oferta de todos os vendedores no momento.
Ao informar seus dados e concluir a oferta, o vendedor deve aguardar a análise da equipe do MaxMilhas. Se aprovada, a oferta fica disponível no site, onde é possível acompanhar seu status. Quando a oferta do vendedor é selecionada, a MaxMilhas faz a emissão da passagem.
No fim, o vendedor recebe o dinheiro referente à quantidade de milhas negociada em sua conta bancária cadastrada. O ticket médio por transação é de 750 reais. A MaxMilhas estabelece uma taxa para cada compra e o valor pedido pelas transações varia entre 10% e 30%, adicionado ao valor total da passagem.
Desde a criação da startup, mais de 700 mil pessoas compraram pela MaxMilhas e outras mais de 50 mil venderam suas milhas.
A startup Rapiddo Entregas foi criada em 2014, com o objetivo de mudar o modo como as entregas urbanas são feitas. O negócio conecta entregadores e clientes, intermediando pratos de restaurantes, itens comercializados por empresas e trocas entre pessoas físicas.
O entregador interessado deve ter um aparelho Android para baixar o aplicativo do Rapiddo Entregas. A plataforma exige o preenchimento de um cadastro e disponibiliza vídeos com dicas de segurança no trânsito e instruções para utilizar a ferramenta. Após os documentos serem validados, o interessado em renda extra recebe as entregas de acordo com a sua localização.
O ticket médio das entregas de restaurantes gira em torno de 13 reais, enquanto as entregas administrativas possuem um ticket médio de 30 reais. O motoboy cadastrado recebe 80% de cada entrega feita por ele. Os 20% restantes compõem a monetização do Rapiddo Entregas.
Atualmente, a startup conta com mais de 5 mil entregadores ativos e aproximadamente 40 mil usuários cadastrados, sejam eles pessoa jurídica ou física.
O Supermercado NOW surgiu em 2015, com a proposta de fazer as compras no lugar do usuário e entregar na residência de escolha após duas horas (ou algum horário posterior agendado).
O usuário entra na plataforma, coloca seu CEP e consegue identificar 30 estabelecimentos das oito redes parceiras da Supermercado NOW, na cidade de São Paulo e na região do ABC.
Após escolher o supermercado ideal, o usuário monta sua cesta de produtos – cujo preço é o mesmo das gôndolas, diz a startup. Também é possível colocar observações, como preferências quanto ao estado de amadurecimento e tamanho de legumes e frutas.
Quando o carrinho já está montado, o usuário pode agendar o horário de entrega. O mínimo é de duas horas após o pedido. Há uma prévia do valor e o cliente pode fechar a compra. O pagamento é feito pelo cartão de crédito, de forma online.
A possibilidade de ganhar uma renda extra está em ser um shopper – pessoa cadastrada na plataforma e treinada para seleção dos itens e para a entrega, como um motorista do aplicativo Uber –, que vai ao mercado escolhido e depois à casa do cliente na hora agendada.
A taxa de entrega é integralmente repassada ao shopper. A monetização da Supermercado NOW é feita pela cobrança às redes de supermercado: há uma taxa para cada venda realizada pela plataforma.
Hoje, a startup possui uma base de 20 mil clientes – sendo que 5 mil deles são ativos. O ticket médio é de 250 reais, com duas compras de tal valor por mês.
A Workana foi criada em 2012, na Argentina, como uma plataforma para unir empresários e profissionais freelancers. Atualmente, é possível contratar e oferecer serviços em áreas como conteúdo, design, manufatura, marketing, tecnologia da informação, tradução e vendas.
O profissional que deseja encontrar um trabalho na plataforma realiza um cadastro e já pode oferecer propostas aos trabalhos publicados por empresários. Esse cliente escolhe a melhor proposta, com base no perfil do freelancer e em seu orçamento. O valor fica retido na plataforma da Workana até o final do projeto, quando o empresário pode testar e aprovar o serviço prestado.
O ticket médio da Workana varia de acordo com a área dos projetos. Em marketing online o ticket é de 504 reais, por exemplo, enquanto na área de desenvolvimento de aplicativos mobile o mesmo ticket é de 1.797 reais. A Workana pede uma taxa de 15% em cima do valor cobrado pelo freelancer.
Hoje, a startup possui mais de 30 mil empresários e 1 milhão de freelancers, com mais de 235 mil projetos realizados.