São Paulo – Ver empresários que começaram pequenos e conseguiram fazer suas empresas crescer é uma das motivações dos empreendedores. Essas histórias servem de espelho para quem está comandando uma pequena empresa e ainda podem ensinar o melhor caminho a seguir. Para ajudar nesta tarefa, Exame.com selecionou os conselhos que dez empresários de renome dariam a quem está começando um negócio próprio. Confira as dicas nas fotos ao lado.
Junto com dois sócios, Emerson Andrade e Alex Tabor, Júlio Vasconcellos anunciou a primeira oferta do Peixe Urbano em março de 2010. Em dois anos, a empresa deslanchou, vendeu milhões de cupons e faturou mais de 100 milhões de reais. Hoje, o Peixe Urbano está entre os maiores do mercado e já recebeu investimentos de empresas de capital de risco, como a General Atlantic (GA), a Tiger Global Management, a Monashees Capital e a Benchmark Capital. “A minha dica para quem estiver pensando em começar seu próprio negócio é saber identificar seus próprios pontos fortes e pontos fracos e se juntar a pessoas que te complementam”, diz.
Belarmino Fernandez Iglesias Filho ainda não tinha nascido quando seu pai, Belarmino Fernandez Iglesias, começou a empreender no Brasil. Imigrante espanhol, Belarmino pai, como é chamado, foi garçom antes de entrar na sociedade do Rubaiyat, uma churrascaria que virou referência de carnes nobres no país. Hoje, a rede conta com restaurantes em São Paulo, Madri e Buenos Aires. Neste ano, vendeu 70% da empresa para o fundo de investimentos Mercapital. "Não se iluda com a poética do negócio. Ele é charmoso e glamuroso, mas exige muito esforço", afirma Belarmino Fernandez Iglesias Filho.
O Buscapé é referência internacional de empreendedorismo digital brasileiro, sobreviveu á bolha das empresas pontocom e foi comprado pelo grupo de mídia sul-africano Naspers por 342 milhões de dólares, em 2009. Para chegar a este patamar, Romero Rodrigues, presidente do grupo e co-fundador, diz que a empresa passou por muitos tropeços. “Seja teimoso. É bom se acostumar porque você vai receber não como resposta o tempo todo. O Buscapé morreu umas cinco vezes e a gente foi teimoso para não acreditar que ele estava morto”, conta.
Abílio Diniz acredita que empreendedorismo não é feito de sonhos. “Tem que ter metas, saber o que está fazendo. E ser melhor hoje do que ontem não é obsessão. É ter uma meta e querer melhorar”, diz. A dica de Diniz para quando algo dá errado na empresa é prestar atenção nos funcionários e nos processos. Para ele, o erro costuma estar em um dos dois. “Empresa é gente e processos. Se tem algo errado, procura direito que vai cair em um dos dois”, explica.
A história de empreendedorismo de Jae Ho Lee começa em 1992. Formado em administração de empresas, Lee funda a rede Jin Jin e inaugura a primeira loja em um shopping de São Paulo. O seu principal objetivo era virar uma rede de franquias. Hoje, o grupo Ornatus controla ainda as marcas Balonê, Morana, Jin Jin Sushi e MySandwich. Para Lee, empreendedor tem que ter calma. “Não tenha pressa ou vai acabar tomando decisões pela emoção e fazendo poucas contas”, ensina. Segundo ele, quase todo negócio tem grandes barreiras de entrada e bons concorrentes. “Tem gente sempre vendendo o seu produto”, diz.
Com uma história de superação, Alberto Saraiva, dono do Habib’s, aprendeu com a morte do pai como era importante se dedicar a fazer um negócio dar certo. Hoje, comanda ainda as redes Ragazzo e Box 30 e acredita que os novos empreendedores não podem descansar até encontrar um diferencial para o seu negócio.
Treze países, 62 milhões de usuários, 1,5 mil funcionários e mais de 55 milhões de dólares de lucro líquido. Estes números pertencem ao MercadoLivre, plataforma de compra e venda online e um dos sites mais acessados na América Latina. O empreendedor por trás deste negócio é Marcos Galperin. O argentino fazia MBA em Stanford quando pensou em criar o site. Segundo ele, os empreendedores precisam enxergar longe. “Muitos empreendedores pensam em curto prazo e isso faz com que se frustrem ou fiquem muito contentes com alguma coisa. É muito importante ter uma visão de longo prazo para realmente construir uma empresa que seja permanente com o tempo e não uma moda que desaparece porque não era sustentável”, sugere.
Carlos Wizard Martins, do grupo Multi, morava nos Estados Unidos quando começou a dar aulas de português. De volta ao Brasil, viu no ensino de línguas uma oportunidade de ganhar dinheiro. Para ele, as aulas de inglês só puderam virar um dos maiores grupos de ensino do Brasil porque ele tinha um objetivo muito claro. Segundo ele, o empresário não pode se contentar com uma “escolinha” e precisa evoluir.
Colocar o cliente como chef para preparar um prato conforme sua vontade e ser servido em poucos minutos. Essa era a ideia dos empreendedores Eduardo Ourivio e Mario Chady quando criaram, em 1999, o Spoleto. Hoje, os empresários comandam o grupo Trigo, que tem mais duas marcas e fatura 490 milhões de reais. Chady considera o cuidado com as contas da empresa um dos pontos primordiais para o sucesso do negócio. “Nós éramos jovens empreendedores com pouco planejamento e tivemos dificuldades financeiras inclusive. Isso deixou uma marca”, conta.
Em 40 anos, Guilherme Paulus levou sua agência de viagens CVC de um negócio desconhecido na região metropolitana de São Paulo a maior operadora de turismo da América Latina. Para ele, os empreendedores precisam aprender com seus erros e não ter medo de criar nem de se arriscar.
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