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Zuckerberg marca encontro com líderes de campanha contra o Facebook

Sob pressão para adotar políticas contra discurso de ódio na rede social, diretor executivo também enfrenta denúncia de discriminação de um funcionário

Facebook: centenas de empresas aderiram à campanha de boicote à rede social e pararam de anunciar na plataforma (Arnd Wiegmann/Reuters)

Facebook: centenas de empresas aderiram à campanha de boicote à rede social e pararam de anunciar na plataforma (Arnd Wiegmann/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 2 de julho de 2020 às 21h15.

O diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, e a diretora de operações da companhia, Sheryl Sandberg, vão se encontrar com ao menos três grupos que lutam por direitos civis na próxima terça-feira.

Essas organizações americanas estão liderando uma campanha pedindo que marcas suspendam anúncios na rede social para pressioná-la a reforçar políticas de combate à veiculação de discursos de ódio por seus usuários.

A empresa também foi alvo de uma denúncia de discriminação racial na contratação de promoção de funcionários nesta quinta-feira.

Os executivos do Facebook se encontrarão com o diretor executivo da Liga Antidifamação, Jonathan Greenblatt, com o presidente da organização Color of Change (cor da mudança, em tradução livre, Rashad Robinson, e com o diretor executivo da Associação Nacional de Pessoas de Cor, Derrick Johnson, confirmou um porta-voz do Facebook nesta quinta-feira.

Nem a rede social nem os grupos ativistas deram mais detalhes sobre o encontro.

O Facebook procurou os grupos de defesa de direitos civis na semana passada para organizar um encontro com Sandberg and o diretor de produto da empresa californiana, Chris Cox, informou o porta-voz.

No entanto, os grupos disseram que queria a presença de Zuckerberg na reunião, e ele mais tarde respondeu aos ativistas que participaria da reunião, disse o Facebook.

A gigante da tecnologia enfrenta uma crescente crise desde que grandes marcas como Unilever, Coca-Cola, Starbucks e Pepsi anunciaram a suspensão de seus anúncios em redes sociais, encorpando um movimento inciado pelas entidades de defesa de direitos civis nos EUA chamado “Stop Hate for Profit” (Pare o ódio em nome do lucro, em tradução livre).

O objetivo é pressionar o Facebook e outras redes sociais a retirar posts que incentivem a violência, a divisão e a desinformação do público, bem como promovam racismo e discriminação.

Denúncia de discriminação

O Facebook foi acusado de discriminação sistemática na contratação e promoção de pessoas negras em uma denúncia feita nesta quinta-feira a autoridades federais da Comissão para a Igualdade de Oportunidades de Emprego dos Estados Unidos.

A queixa foi feita por um gerente de programa de operações negro, baseado em Washington, aumentando a pressão sobre a rede social.

Oscar Veneszee Jr., um veterano de 23 anos na Marinha contratado pela companhia em 2017 para recrutar outros trabalhadores vindos das Forças Armadas disse que apresentou a queixa depois que suas objeções à forma como a empresa considerava os profissionais negros não deram em nada.

A denúncia foi apresentada como uma demanda coletiva para representar outras pessoas negras que tinha experimentado discriminação dentro da empresa, assim como aqueles que afirmam que lhes foi negado injustamente um emprego na rede social.

“A única forma de obter benefícios da experiência dos negros é ter mais empregados negros na companhia”, afirmou Veneszee. “Creio que o desejo está ali, mas não creio que haja uma compreensão do que é preciso para uma transição para uma empresa mais aberta, diversa e audaz”.

O Facebook não comentou a denúncia especificamente. Afirmou apenas que “levamos qualquer acusação de discriminação seriamente e investigamos cada caso”.

A porta-voz Pamela Austin afirmou, em um e-email à Bloomberg, que a empresa acredita “ser essencial oferecer a todos os funcionários um ambiente de trabalho seguro e respeitoso.

Apesar de descrever êxito em seu trabalho e de comentários positivos de seus superiores no Facebook, Veneszee indicou na denúncia que lhe foram negadas promoções.

Ele se disse frustrado em uma empresa que, em 2019, só 1,5% dos empregados em cargos técnicos e apenas 3,1% dos altos executivos eram negros.

Veneszee disse ter sido forçado a se desculpar com um recrutador branco depois de questionar um programa de contratação de estagiários que listou apenas uma das 100 universidades historicamente frequentadas por maioria negra no país.

O recrutador teria chorado diante da crítica, e Veneszee foi advertido a moderar o seu tom.

“Isso não deveria ofender ninguém, se estamos falando de diversidade”, afirmou Veneszee.

O advogado de Veneszee, Peter Romer-Friedman, afirmou que a acusação de violação do Ato de Direitos Civis de 1964, que garantiu igualdade a negros e brancos nos EUA,  é um convite à negociação.

A denúncia pede que um monitor independente determine se o Facebook está fazendo progresso na contratação de mais profissionais negros. A comissão americana que recebeu a denúncia não se pronunciou sobre se vai ou não abrir um procedimento.

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