Loja Zara no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo (Mário Rodrigues/Veja/VEJA)
Daniela Barbosa
Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 15h42.
São Paulo - Na próxima quarta-feira, a Zara deve formalizar o compromisso que regulariza a sua cadeia produtiva junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Em maio deste ano, oficinas que trabalhavam diretamente para a varejista foram flagradas utilizando mão de obra escrava.
Embora já tenha se pronunciado publicamente a favor da regularização, a Zara precisa assinar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) proposto pelo MPT.
A reunião, que estava marcada para a última sexta-feira, foi remarcada para a próxima semana, uma vez que representantes da marca espanhola não puderam comparecer à audiência por problemas de agenda.
Segundo o MPT, caso a Zara recuse a assinar o TAC, a alternativa será o ajuizamento de ação civil pública, inclusive com pedidos indenizatórios contendo valores muito maiores do que aqueles propostos no acordo. Detalhes do TAC, no entanto, só serão divulgados no dia da audiência.
“A Zara deve fiscalizar as relações de trabalho na sua cadeia produtiva com o mesmo zelo com que fiscaliza a qualidade dos produtos de seus fornecedores”, afirmou, em nota, Luiz Carlos Fabre, procurador de São Paulo e titular do processo.
O caso
O problema com a varejista veio à tona depois de uma fiscalização em uma oficina localizada na cidade de Americana, interior de São Paulo, onde foram flagradas condições degradantes de trabalho. No local, trabalhavam 51 pessoas, sendo 46 delas bolivianas. A oficina fornecia peças para a Zara
Depois do ocorrido, outras duas empresas, que também eram fornecedoras para a marca espanhola e estavam em situação semelhante com a de Americana, foram flagradas fazendo uso de mão de obra irregular.