Loja Zara no Shopping Cidade Jardim, São Paulo (Mário Rodrigues/Veja/VEJA)
Tatiana Vaz
Publicado em 1 de junho de 2017 às 12h20.
Última atualização em 5 de junho de 2017 às 10h22.
São Paulo – A Zara Brasil terá de pagar 5 milhões de reais por descumprir cláusulas secundárias do acordo firmado com o Ministério Público do Trabalho em 2012. Esse acordo estava relacionado com a constatação, no ano anterior, da existência de trabalho análogo a de escravo na cadeia de fornecedores da empresa.
Em maio de 2015, fiscais verificaram o descumprimento de cláusulas acessórias do acordo. A informação foi divulgada no site do MPT-SP. Mas o MPT ressalta que, nessa vez, não houve constatação de trabalho em condições análogas à de escravo nos fornecedores ou terceiros da empresa.
As principais irregularidades encontradas foram condições inadequadas no meio ambiente do trabalho e em alojamentos, excesso de jornada, atraso de salários, falta de anotação na carteira de trabalho e trabalho proibido a adolescentes.
A Zara firmou, com o MPT, um novo termo de ajuste de conduta, homologado em maio. Ele define obrigações adicionais para a empresa no caso da constatação de trabalho análogo ao de escravo, além do pagamento de 5 milhões de reais como "investimento social".
Segundo o MPT, esse valor – uma compensação pelo descumprimento de cláusulas do acordo anterior – deverá ser empregado em projetos sociais.
Em 2011, depois de trabalhadores que produziam roupas para a marca terem sido resgatados de condições consideradas degradantes, a Zara firmou com o MPT-SP um acordo comprometendo-se a melhorar as condições de trabalho em sua cadeira de fornecedores no Brasil.
Na época, a rede de varejo concordou em pagar 3,150 milhões de reais, que seriam usados em projetos com organizações não-governamentais para essa finalidade. Outras seis empresas do setor foram investigadas pelo mesmo motivo naquele ano.
Em 2014, a varejista de roupa de origem espanhola criou uma etiqueta antitrabalho escravo para suas roupas. Ela dá acesso a informações dos fornecedores, como o endereço da oficina e seu número de funcionários.