Guilherme Benchimol, fundador da XP. Segundo a corretora, a decisão da BSM será cumprida integralmente (Germano Lüders/Exame)
Natália Flach
Publicado em 16 de agosto de 2019 às 19h47.
Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 17h29.
São Paulo - O órgão autorregulador da bolsa de valores condenou a corretora XP Investimentos a pagar uma multa de mais de 10 milhões de reais, de acordo com informações do portal JOTA. A condenação se refere ao uso de algoritmos que favoreciam a empresa em detrimento de seus clientes. Em outras palavras, a corretora é acusada de operar contra os investidores.
O valor final, no entanto, ainda não foi definido pela BSM Supervisão de Mercados. O montante será corrigido a partir da data da infração até o dia do pagamento.
Fundada por Guilherme Benchimol, a XP teria lucrado cerca de 117 milhões de reais entre 2016 e 2018 ao atuar como contraparte dos investidores, intermediando as ordens enviadas e obtendo ganhos em seguida, de acordo com o site.
O processo administrativo disciplinar ainda não se tornou público. A decisão da BSM não prevê possibilidade de recorrer. A XP apenas pode solicitar esclarecimentos caso entenda que houve obscuridade.
No entanto, a corretora informou em nota que vai se conformar a decisão do órgão. "A decisão do Conselho de Supervisão da BSM, que por 5 votos a 3, optou por condenar a companhia e seu diretor-presidente ao pagamento de multa, será cumprida integralmente", diz o posicionamento.
Posicionamento da XP
A empresa tem muito orgulho da inovação que promoveu no mercado de capitais com a construção do produto client-facilitation, que acabou se transformando no Retail Liquidity Provider – RLP, produto regulado por B3 e CVM.
A companhia capitaneou uma mudança de patamar do mercado de capitais brasileiro, ao ser a responsável pela concepção deste novo produto e ter lutado pela sua aprovação nos últimos 4 anos.
Ao desbravar essa via foi possível aumentar consideravelmente a liquidez nos mercados de mini contratos, diminuir spreads e reduzir drasticamente o preço de corretagem, o que tem sido aproveitado por todos os participantes do mercado.
Em nossa visão, a empresa sempre atuou de forma regular, com base em pareceres de especialistas renomados do mercado e seguindo as melhores práticas internacionais. A decisão do Conselho de Supervisão da BSM, que por 5 votos a 3, optou por condenar a companhia e seu diretor-presidente ao pagamento de multa, será cumprida integralmente.
Vale mencionar que conforme entendimento da própria BSM, o produto produziu R$ 18.542.032,00 em benefício para clientes contra apenas R$ 31.332,00 de ineficiência, entre o período de 01.09.2016 a 29.06.2018. Não obstante, o reembolso dos clientes entendidos pela BSM como prejudicados, será providenciado de imediato.
A empresa segue com o compromisso de colocar os interesses dos clientes em primeiro lugar e continuará atuando de forma inovadora para modernizar o mercado de capitais.