Negócios

Startup carioca ajuda o marqueteiro a focar só no criativo — e já conquistou Coca-Cola e Netflix

Fundada em 2014, a Winnin teve um salto nos últimos anos ao adotar inteligência artificial para gerar dados de consumo em tempo real

Gian Martinez, Erich Oliveira e Carlos Camolese, cofundadores da Winnin: startup carioca começou em 2014

Gian Martinez, Erich Oliveira e Carlos Camolese, cofundadores da Winnin: startup carioca começou em 2014

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 07h00.

Tudo sobreStartups
Saiba mais

LAS VEGAS — O mercado de dados e inteligência artificial (IA) nunca foi tão relevante para marcas que buscam se conectar de forma mais assertiva com seu público. É exatamente nesse cenário que a Winnin, startup carioca fundada em 2014, vem se destacando globalmente.

Com sua plataforma, a Winnin mapeia bilhões de vídeos em sites como YouTube, Instagram, TikTok, Facebook e Twitch, utilizando IA para realizar a análise de dados e gerar insights valiosos.

De acordo com Erich Oliveira, diretor de tecnologia e cofundador da empresa, a IA faz o "trabalho sujo, chato e demorado", deixando as informações prontas para que os profissionais de marketing possam focar na parte criativa.

Métodos tradicionais de pesquisa de mercado dependem de dados declarados, onde os consumidores respondem o que acham que gostam ou o que querem.

A startup oferece um modelo que se baseia no que as pessoas estão efetivamente fazendo: ou seja, o que elas estão clicando, assistindo e compartilhando nas redes sociais.

A Winnin foi uma das selecionadas para participar da aceleradora da Amazon Web Services (AWS), focado em inteligência artificial generativa.

Do Brasil para o mundo

Hoje, a empresa conta com 76 clientes em todo o mundo, incluindo grandes marcas como Coca-Cola, Netflix, Meta, Nubank e Unilever.

Segundo o cofundador, com multinacionais, a Winnin conquista primeiro o time do Brasil e depois vai ampliando seu escopo.

Atualmente, a Coca-Cola é cliente global e a Netflix do México também está no portfólio. De acordo com Oliveira, cerca de 40% da receita da Winnin já provém de mercados fora do Brasil.

Um dos cofundadores, Gian Martinez, foi diretor criativo da Coca-Cola entre 2007 e 2013, logo antes de fundar a Winnin. Com Oliveira, eles perceberam que as pesquisas de mercado tradicionais estavam ultrapassadas e não conseguiam acompanhar o ritmo frenético das redes sociais.

"Demoram meses e, quando finalmente são entregues, já estão desatualizadas ou irrelevantes", disse o carioca. Foi trabalhando com empresas de grande porte que a Winnin percebeu que a fórmula mais dava certo.

Winnin na prática

  • A multinacional Danone utilizou a plataforma da Winnin para otimizar o lançamento de novos produtos;
  • O principal objetivo da empresa era entender melhor os gostos e comportamentos dos consumidores em tempo real;
  • A plataforma da Winnin forneceu informações valiosas sobre os tipos de conteúdo que geram maior engajamento com determinados grupos demográficos;
  • Com isso, a empresa pôde ajustar sua estratégia de marketing e criar campanhas mais assertivas, alinhadas com o que os consumidores realmente desejam.

Expectativas para o futuro

Apesar de não revelar o valor exato, a Winnin afirma que teve um crescimento de três dígitos, e uma receita na casa das dezenas de milhões de reais em 2024.

Em 2024, a empresa fechou uma rodada de investimento Série A com os fundos Alexia Ventures e Kaszek. Embora o valor exato da rodada não tenha sido divulgado, Oliveira destacou que o dinheiro captado continua no caixa.

“A gente não está captando no momento, porque conseguimos crescer muito com os recursos próprios. A ideia agora é continuar focando em crescimento sustentável e em novos produtos, especialmente para 2025”, afirma o cofundador.

Para 2025, a Winnin planeja investir principalmente em produto e tecnologia. Oliveira revelou que a prioridade é aumentar a equipe de growth (crescimento) e tecnologia. Em um ano, a equipe passou de 60 para 110 funcionários.

A empresa também planeja seguir sua estratégia de expansão internacional, com foco no fortalecimento de sua presença nos Estados Unidos. A Winnin está no processo de abrir um escritório no país.

*A jornalista viajou a convite da Amazon Web Services (AWS)

Acompanhe tudo sobre:StartupsAmazonRio de Janeiroestrategias-de-marketing

Mais de Negócios

O negócio dele resolve problemões na saúde e, de quebra, fatura milhões

Desenrola Pequenos Negócios: como PMEs podem renegociar dívidas com descontos de até 95%

CMR Surgical cresce e impulsiona cirurgia robótica na América Latina

Esta montadora que nasceu numa universidade da China vai investir US$ 1 bilhão no Brasil