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WikiLeaks diz que Shell infiltrou-se no governo nigeriano

Segundo os documentos diplomáticos vazados, a empresa introduziu empregados em todos os ministérios da Nigéria

Goodluck Jonathan, presidente da Nigéria: a Shell investigou políticos que apoiam militantes (Chris McGrath/Getty Images)

Goodluck Jonathan, presidente da Nigéria: a Shell investigou políticos que apoiam militantes (Chris McGrath/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 13h12.

Londres - A multinacional petrolífera Shell afirma ter infiltrado funcionários nos principais ministérios do Governo nigeriano, o que permitiu a empresa saber de todas as decisões relacionadas com o delta do Níger, informa o jornal "The Guardian".

Conforme mais um vazamento diplomático dos Estados Unidos filtrado pelo WikiLeaks, a principal responsável da companhia anglo-holandesa nesse país africano revelou aos diplomatas americanos que a Shell havia introduzido empregados seus em todos os ministérios para ficar por dentro de "tudo o que ocorresse ali".

O dirigente da Shell comemorava que o Governo de Lagos ignorava até que ponto tinham se infiltrado e desconheciam tudo o que a companhia sabia de suas deliberações.

Dados dos despachos confidenciais das embaixadas americanas na África revelam que Shell e os EUA trocavam informações de inteligência.

Em uma ocasião, a companhia petrolífera proporcionou aos diplomatas dos EUA os nomes de políticos nigerianos suspeitos de apoiarem atividades militantes e questionou aos EUA se os militantes haviam adquirido mísseis antiaéreos.

Mais uma filtragem do WikiLeaks indica que os EUA temem a explosão no Quênia de uma violência pior do que a se seguiu às eleições de dois anos atrás se não for colocado fim à corrupção de seu Governo e a "cultura de impunidade".


Segundo a diplomacia dos EUA, em janeiro, a China forneceu ao Quênia "armas, munição, diferente tipo de provisões, assim como tecido para fazer uniformes", além de computadores e equipamentos de telecomunicações.

O embaixador americano na Eritréia, Ronald McMullen, descreveu em um documento o presidente desse país, Issaias Afewerki, como um "ditador cruel e desordenado".

"Os jovens eritreus fogem em manada do país, a economia parece afundar-se em uma espiral mortal, as prisões da Eritréia transbordam de presos e o desordenado ditador deste país se mostra cruel e desafiador", escreveu o diplomata.

Conforme McMullen, embora o regime esteja à beira da "implosão", o forte sentido nacionalista dos eritreus e sua capacidade de resistência frente ao sofrimento e a pobreza permite ao ditador manter-se no poder.

Outros relatos se referem a Uganda. Os diplomatas americanos pedem ao Governo do país africano consultar aos EUA antes de utilizarem informações fornecidas pelos serviços de inteligência norte-americanos para realizar operações contra os movimentos rebeldes que não respeitem as leis da guerra.

Apesar do apoio americano ao presidente de Uganda, Yoweri Museveni, o embaixador dos EUA em Campala, Jerry Lanier, denúncia suas "tendências autocráticas" e a "profunda corrupção", que, somadas ao "agravamento das tensões étnicas e um crescimento demográfico explosivo", põem em perigo o êxito atribuído a esse país.

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