Doug McMillon, CEO da Walmart Internacional, discursa para acionistas durante encontro anual da companhia em Fayetteville, Arkansas (Sarah Conard/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2013 às 21h22.
Nova York - A Walmart Stores Inc. está apostando no funcionário de carreira Doug McMillon, que aprendeu sobre o negócio com o fundador Sam Walton, para dar nova vida a uma empresa em dificuldades com a desaceleração do crescimento em seu país de origem e nas regiões internacionais que ele gerenciou.
No último dia 25, a maior rede varejista do mundo apontou McMillon, 47, como seu CEO, no lugar de Mike Duke, 63, que se aposenta em 1 de fevereiro. Nascido em Arkansas, McMillon ocupou cargos executivos de nível sênior nos EUA e no exterior após começar como funcionário em um armazém do Walmart quase 30 anos atrás.
Embora o novo CEO tenha enfrentado dificuldades para impulsionar o crescimento na China e no Brasil, seu forte conhecimento das operações de loja e comportamento do consumidor pode ajudá-lo a melhorar o negócio nos EUA, disse Burt Flickinger, diretor-geral da Strategic Resource Group, empresa de consultoria de varejo. Seu principal desafio nos EUA será reverter o baixo investimento em lojas, que resultou em prateleiras abastecidas de forma inadequada e em um mau serviço ao cliente, disse ele.
“Ele sabe como fazer isso porque passou a maior parte de sua carreira no Walmart em operações de varejo e compras”, disse Flickinger. Ele pontuou que Duke trabalhou em logística e distribuição antes de se tornar CEO. “As lojas sofreram com uma falta de investimento em pessoal e de níveis adequados de estoque”.
Duke, que assumiu o controle em 2009, abordou o conselho neste ano dizendo que queria se aposentar e se ofereceu para permanecer no cargo o tempo que fosse necessário, disse Jim Breyer, que foi o diretor-geral do Walmart até junho, em 25 de novembro, em entrevista. A busca por um CEO começou a sério seis meses atrás e no começo incluiu candidatos de fora, disse ele. A empresa não impõe uma idade para aposentadoria dos CEOs.
Neste ano, McMillon foi identificado como um dos dois principais candidatos internos, disseram fontes familiares ao assunto em maio. Bill Simon, 54, que gerencia as operações americanas do Walmart, era o outro. McMillon tinha uma vantagem por ser próximo da família Walton, que possui mais da metade das ações da rede varejista, disseram três das fontes.
Os fornecedores estão aplaudindo sua ascensão ao cargo máximo, disse Cameron Smith, presidente da Cameron Smith Associates, uma empresa de busca de executivos com sede em Rogers, Arkansas, que trabalha de perto com a rede de fornecedores do Walmart.
“Eles consideram Doug aberto”, disse Smith, cuja firma conduz uma pesquisa anual com fornecedores que trabalham com o Walmart e o Sam’s Club. “Ele os escuta. Ele aparece nos eventos. Ele é acessível. Alguns executivos não são”.
Expansão na China
A empresa está acelerando sua expansão na China e em outros mercados emergentes. A rede disse no mês passado que planeja adicionar até 110 lojas no país nos próximos três anos, além de fechar algumas e remodelar dezenas de outras. A empresa tem trabalhado também para reintroduzir sua estratégia cotidiana de preço baixo na China e no Brasil após passar por dificuldades para crescer de forma robusta nesses dois mercados.
“Se você olhar para o que Doug tem feito internacionalmente, ele está se voltando aos princípios fundamentais que formam o Walmart”, disse Bryan Gildenberg, analista em Boston da Kantar, uma empresa de consultoria e pesquisa. “O foco no preço baixo cotidiano e o retorno à mágica de Sam Walton. Um retorno à liderança de custo. Eu acho de verdade que isso é um reforço dos princípios fundamentais da rede”.