Wall Street (Brendan McDermid/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 18 de agosto de 2021 às 12h00.
Poucos meses depois dos rivais Goldman Sachs e Morgan Stanley adotarem estratégias divergentes para o retorno das equipes às torres, de repente estão de acordo em um ponto: talvez precauções mais rigorosas sejam necessárias.
O Goldman, primeiro grande banco de Wall Street a exigir a volta dos funcionários aos escritórios nos Estados Unidos, estuda novas medidas para prevenir surtos de Covid-19 no local de trabalho, segundo pessoas a par das discussões. Os planos em desenvolvimento incluem pedir o uso de máscaras nos escritórios e intensificar testes para detectar casos de Covid antes que se espalhem, disseram as pessoas.
Do outro lado da cidade, o Morgan Stanley comunicou aos funcionários que em breve devem apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19 para a entrada nos edifícios. O banco foi na linha contrária aos concorrentes em junho ao exigir vacinação, mas a regra foi aplicada sob um sistema de honra, de modo que as pessoas atestassem se estavam vacinadas ou não.
A nova medida é necessária para “proporcionar maior conforto aos que trabalham no escritório”, disse o banco a funcionários em memorando na terça-feira.
Uma porta-voz do Goldman Sachs não quis comentar os planos do banco.
As máscaras são uma imagem frequente na City of London. No Reino Unido, as medidas de saúde e segurança para escritórios não foram alteradas em julho em bancos como Goldman e JPMorgan Chase, mesmo com a suspensão das restrições governamentais para o contato social.
Na Plumtree Court do Goldman em Londres, as políticas incluem “o uso de máscaras em todos os momentos, exceto quando sentado em sua mesa, distanciamento social e participação no programa de testes no local”, de acordo com memorando interno no mês passado.
O JPMorgan exige máscaras para a entrada nos edifícios e em todas as áreas comuns, como elevadores e saguões em escritórios na Europa, política que voltou a ser adotada em unidades nos EUA depois de ter sido suspensa anteriormente para funcionários vacinados.
O setor de finanças, que liderou o retorno aos arranha-céus este ano, agora ajusta os planos diante dos riscos da variante delta altamente contagiosa e resistência persistente às vacinas. Além de exigir máscaras, nas últimas semanas grandes bancos adiaram planos para a volta às torres ou sinalizaram nova disposição de flexibilidade no longo prazo.
No Morgan Stanley, executivos têm ajustado as expectativas de retorno aos escritórios. O CEO James Gorman disse em conferência em junho que ficaria “desapontado” se os funcionários não retornassem até o feriado do Labor Day em setembro. Mas a empresa adiou a definição de um prazo, e o memorando de terça-feira trazia um tom mais paciente.
“Nas próximas semanas, continuaremos avaliando a melhor maneira e mais segura de fazer com que a maioria de nossos funcionários trabalhe no escritório, reconhecendo que essa etapa pode demorar mais do que o previsto originalmente”, disse o banco.