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Voto anti-BRF no Cade gera temor de longo caso judicial

A Brasil Foods já indicou que poderá recorrer à Justiça se a operação não for aprovada, ou mesmo se for aprovada com a exigência de venda de uma das duas grandes marcas

Cade pode ser requisitado pelo Judiciário a fazer nova análise do caso (Joel Rocha/EXAME.com)

Cade pode ser requisitado pelo Judiciário a fazer nova análise do caso (Joel Rocha/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 19h45.

São Paulo - A operação que fundiu as gigantes Sadia e Perdigão na Brasil Foods não se reverte do dia para a noite e na hipótese de o voto do relator do caso no órgão antitruste do Brasil contrário à união ser seguido pelos outros membros do Cade haverá um longo processo judicial, disseram especialistas.

A Brasil Foods (BRF) já defendeu em várias oportunidades que o negócio Sadia-Perdigão é viável em termos de manter a concorrência do mercado, apesar da alta concentração em alguns segmentos (veja tabela abaixo).

E também já indicou que poderá recorrer à Justiça se a operação não for aprovada, ou mesmo se for aprovada com a exigência de venda de uma das duas grandes marcas (Sadia e Perdigão), o que exigirá paciência e sangue frio dos investidores na medida em que as ações poderão continuar sofrendo --desde quarta-feira, com o posicionamento contrário do relator, já caíram mais de 10 por cento.

"O mercado deve aguardar pela decisão final, na esperança de que não se repita o caso Nestlé-Garoto, em que o Cade vetou a operação, em 2004, as empresas recorreram ao Judiciário e até hoje se aguarda por uma decisão", afirmou Roberto De Marino Oliveira, do escritório Peixoto e Cury Advogados.

Relatórios do J.P. Morgan e do Morgan Stanley divulgados nesta quinta-feira também chamaram a atenção para o fato de a BRF ter a opção de contestar uma decisão definitiva do Cade na Justiça.

Isso poderia fazer com que o órgão antitruste seja requisitado pelo Judiciário a fazer nova análise do caso, após quase dois anos de análises desde que a Perdigão anunciou a compra da Sadia, afundada em dívidas depois de perdas bilionárias com derivativos cambiais.

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