Cartões American Express e American Express: As receitas totais da companhia, livres de despesas com juros, foram de US$ 7,61 bilhões (Mike Blake/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 19h24.
São Paulo - A procura maior pelos brasileiros e a oscilação da taxa de câmbio possibilitaram à American Express (Amex) multiplicar por três o volume financeiro no seu cartão pré-pago de viagem até novembro deste ano em relação à cifra registrada em todo o ano passado.
Para 2013, de acordo com a vice-presidente das Américas para Produtos Pré-Pagos da American Express, Rose Del Col, as perspectivas são ainda melhores.
"Este ano, o gasto do brasileiro manteve-se praticamente estável, com um leve aumento. Em 2013, o gasto dos consumidores deve ser maior", avaliou a executiva, em conversa com a imprensa, na manhã desta terça-feira.
Como o gasto maior dos brasileiros em viagens internacionais beneficia diretamente os cartões pré-pagos, a American Express está estabelecendo metas ainda mais agressivas para o ano que vem. "Os números devem ser bem maiores do que os estabelecidos para este ano", citou Rose, sem detalhá-los.
Para o câmbio, a American Express trabalha com uma taxa de R$ 2,10 por dólar. Ela lembra que o dólar já foi bem mais alto, mencionando a taxa de R$ 4,00 vista no passado. Portanto, de acordo com a executiva, uma variação para cima da moeda não deve ter impacto no volume transacionado no GlobalTravel Card, assim como não pesou de maneira negativa em 2012. Segundo Rose, o cartão pré-pago possibilita ao consumidor fixar a taxa do câmbio no dia em que recarrega seu plástico.
As recargas, cujo tíquete médio é de US$ 1.000, podem ser feitas com antecedência. Uma pesquisa feita pela American Express, no primeiro semestre deste ano, mostrou que 30% dos clientes do GlobalTravel Card aproveitam taxas favoráveis para recarregar seus cartões.
Sobre os fatores que têm sustentado o crescimento do volume, a executiva destacou o aumento da base de clientes e a ampliação na rede de agências bancárias que distribuem o cartão. As unidades saltaram de menos de mil em 2011 para 5.500 este ano.
Também contribuiu, segundo Rose, um maior número de parcerias que a American Express tem com os bancos. Este ano, além de Bradesco, Itaú Unibanco e Safra, foram firmados acordos com o Banco de Brasília e o HSBC. Sem revelar nomes, ela falou que novas parcerias estão sendo estudadas.
Moedas "predominantes"
Lançado há dois anos, o GlobalTravel Card está disponível em três moedas: dólar, euro e libra esterlina. De acordo com a executiva da American Express, esta base não deve ser aumentada uma vez que o foco da companhia é expandir o plástico "com moedas predominantes".
Aceito em mais de 160 países, o cartão da American Express foi utilizado em mais de 120 países. Como todo plástico pré-pago, a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) do GlobalTravel Card é de 0,38% contra 6,38% do cartão de crédito tradicional. A única taxa do produto, de acordo com Rose, é a cobrada em saques, de US$ 2,50 por retirada. Há ainda a taxa de conversão da moeda, de 3%.
No Brasil, a American Express oferece cartões para pessoas físicas, jurídicas e produtos de crédito, além de seguros, serviços de viagens e outros. Em maio de 2006, o Bradesco desembolsou cerca de US$ 490 milhões para assumir a operação brasileira da companhia.