LATAM: CEO comenta plano apresentado para credores (Avolon/Divulgação)
Marina Filippe
Publicado em 27 de novembro de 2021 às 11h11.
Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 11h51.
Após apresentar um plano que propõe a injeção de US$8,19 bilhões ao Grupo LATAM, o CEO Roberto Alvo manteve o tom otimista para a retomada em coletiva de imprensa na manhã deste sábado. "O Grupo Latam fica mais eficiente com o plano para os credores, com chances de competir com as companhias low cost mais agressiva e ter lucratividade em 2023", afirma.
Atualmente a companhia tem mais destinos domésticos no Brasil do que antes da pandemia e reincorporou mais de 2.000 funcionários. "Vamos honrar 100% da operação doméstica quando comparada a antes da pandemia, e fechar o ano preparados para crescer".
Segundo o executivo, mesmo com o surgimento de novas variantes de covid-19, como a Ômicron, a companhia terá condições de crescer e ser competitiva.
"Temos tido a recuperação da demanda em todos os mercados que operamos, sabemos que estamos em pandemia, com possibilidades de restrições de mobilidade, mas o Grupo se preparou para custos variáveis e reações importantes para as finanças", afirma.
Caso isto ocorra, será pela injeção de recursos do plano, um dos maiores do setor. Na prática, a LATAM deverá ter uma dívida total de aproximadamente $ 7,26 bilhões e liquidez de aproximadamente $ 2,67 bilhões.
Segundo a Latam, já há apoio de 71% dos credores. "No contexto da lei é preciso 61% de aprovação, estamos confiantes com o andamento das negociações. Além disso, aguardamos a aprovação judicial para os próximos meses, e continuaremos nos processos regulatórios".
O plano é acompanhado por um Acordo de Apoio à Reestruturação (RSA, na sigla em inglês) com o Grupo Ad Hoc de Credores da Matriz, que é o maior grupo de credores sem garantia nestes casos do Capítulo 11, e certos acionistas da LATAM.
Azul
Quando questionado sobre a possível aquisição da Latam pela companhia aérea Azul, o executivo afirmou que de fato houve uma manifestação de interesse, assim como de outras partes, mas que o apresentado pela Azul foi insuficiente.
"Avaliamos a melhor oportunidade para o Grupo. Os acionistas e credores acreditam no futuro dos negócios e a injeção de um recurso tão grande mostra a oportunidade de estruturação financeira sólida".
Conheça a visão geral do plano
o Títulos conversíveis de Classe A serão fornecidos a certos credores gerais sem garantia da matriz da LATAM como liquidação por suas reclamações permitidas no plano;
o Títulos conversíveis Classe B serão inscritos e adquiridos pelos acionistas referenciados acima;
o Títulos conversíveis Classe C serão oferecidos a certos credores sem garantia em troca de novas contribuições de capital para a LATAM e da liquidação de suas reclamações de crédito, sujeitas a certas limitações e impedimentos por parte dos participantes.
Os títulos conversíveis pertencentes às Classes Conversíveis B e C serão fornecidos, total ou parcialmente, em consideração de uma nova contribuição de capital no valor total de aproximadamente US$ 4,64 bilhões, totalmente respaldado pelas partes envolvidas no RSA, sujeito ao recebimento de aprovações corporativas pelos acionistas apoiadores.