Linha de produção da Volkswagen: novo equipamento eleva a produtividade (Volkswagen/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 15 de julho de 2020 às 13h30.
A Volkswagen investiu em um novo equipamento para sua fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que eleva em quatro vezes a produtividade na fábrica. A prensa, batizada de PXL ("Extra Large"), permitirá estampar até 3.400 peças em um turno de produção, o que segundo a montadora deve reduzir custos e consumo de energia.
O investimento faz parte do ciclo que se encerra neste ano de 7 bilhões de reais para toda a operação brasileira do grupo.
A prensa é um equipamento que estampa placas de metal, como aço, por exemplo. A área da estamparia é crucial dentro de uma linha de produção de veículos e é responsável por dar forma - literalmente - aos carros: nela, a chapa bruta sai "desenhada" do outro lado.
“Essa instalação permite que o processo de produção na estamparia da nossa fábrica tenha o mesmo nível de tecnologia e qualidade disponível no grupo mundialmente”, afirma Pablo Di Si, presidente da Volkswagen América Latina.
Segundo a montadora, o projeto nasceu no final de 2018 e, mesmo diante da pandemia, manteve seu cronograma de instalação conforme o planejado.
A nova prensa será utilizada para estampar peças de todos os veículos produzidos sob a plataforma modular MQB, desenvolvida pelo grupo e que permite a produção de diversos veículos. Em São Bernardo, entram no modelo MQB o Polo, o sedã Virtus e o lançamento da marca, o SUV coupé Nivus.
De acordo com a Volkswagen, o lançamento do Nivus contribuiu para viabilizar o projeto da nova prensa, uma vez que o custo logístico das peças, que eram produzidas em Taubaté, no interior de São Paulo, foi reduzido. A fábrica também conta com uma prensa similar.
Nesta quarta-feira, 15, além da inauguração oficial da nova prensa, a montadora registrou o marco de 24 milhões de automóveis produzidos em suas três fábricas brasileiras, incluindo a de São José dos Pinhais, no Paraná.
Entre os indicadores de produtividade da nova prensa, estão a redução do consumo de energia elétrica em aproximadamente 7.000 megawatt-hora por ano, o equivalente ao consumo anual de 3.720 residências e a diminuição de até 60% dos ruídos e da vibração.
A estratégia vem em um momento delicado para a indústria automotiva, que registrou 90% de queda das vendas no pico da pandemia, em abril. O setor projeta que a plena retomada do mercado brasileiro não deve vir antes de 2025.