Vivo quer avançar na fibra ótica (Nacho Doce/Reuters)
Juliana Estigarribia
Publicado em 29 de julho de 2020 às 12h31.
Última atualização em 29 de julho de 2020 às 19h23.
Além da liderança na telefonia móvel, a Vivo está preparando um plano para brigar por participação na banda larga fixa, um mercado de 33 milhões de assinaturas no Brasil e que atualmente é liderado pela Claro.
"Vamos manter nossa liderança na telefonia móvel, principalmente com a fidelidade dos nossos clientes. Mas também vamos ter crescimento sólido na fibra ótica", afirmou Christian Gebara, presidente da Telefônica Vivo em teleconferência com analistas.
De acordo com balanço financeiro divulgado pela companhia, a receita de banda larga da Vivo no segundo trimestre cresceu 6,7% na comparação anual.
Os esforços da companhia incluem o aumento da base de clientes conectados com fibra e a migração para velocidades mais altas. A Vivo afirma ter expandido a rede para 30 novas cidades durante o segundo trimestre, com cobertura em 216 cidades ao final do período.
"Os consumidores estão demandando internet de boa qualidade em casa para trabalhar e estudar durante a pandemia, estamos prontos para aproveitar essa oportunidade e atender os clientes", disse Gebara.
O lucro líquido da Telefônica Vivo alcançou 1,113 bilhão de reais no segundo trimestre, queda de 21% na comparação anual. No primeiro semestre, a retração foi de 17,9%, para 2,266 bilhões de reais.
A receita líquida operacional atingiu 10,3 bilhões de reais no segundo trimestre, queda de 5,1% sobre igual período de 2019. Ao final de junho, a Vivo chegou a 92 milhões de clientes, queda de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com os dados mais recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Claro lidera a banda larga fixa no país, com cerca de 29,3% de participação de mercado, seguida da Vivo, com 20,2%. Na telefonia móvel, o quadro se inverte e a espanhola lidera o segmento com 33% de market share e, a Claro, 24,4%.
O presidente da Vivo salientou durante a teleconferência que a companhia vai começar a implantar até o final deste mês a rede 5G DSS, que utiliza o mesmo espectro do 4G e promete altas velocidades de internet.
Inicialmente, o serviço vai começar a ser oferecido nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre.
A mesma estratégia foi adotada pela Claro, que foi a primeira a lançar a tecnologia do 5G no Brasil antes do leilão previsto para o início do ano que vem pelo governo federal.
A Vivo afirmou ainda que a parceria de compartilhamento de rede firmada com a TIM deve começar a dar frutos no início do ano que vem. As autorizações pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), segundo Gebara, "já foram dadas".
Durante a teleconferência, Gebara comentou sobre a segunda oferta conjunta com Claro e TIM pelo negócio de telefonia móvel da Oi, anunciada na segunda-feira, 29. "Acreditamos que há muitas sinergias, podemos mitigar as possíveis barreiras de órgãos regulatórios."
TIM, Telefônica e Claro elevaram para 16,5 bilhões de reais sua oferta conjunta para comprar os ativos móveis da Oi, que está em recuperação judicial, após terem seu primeiro lance recusado na semana passada. A operadora Highline, controlada pelo fundo americano Digital Colony, apresentou uma oferta e ganhou o direito de negociar exclusivamente com a Oi.