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A camisa amarela do Brasil perdeu espaço - e é culpa da política

Em relação a 2014, o uniforme azul reserva ganhou espaço e está quase esgotado em algumas lojas, diz Nike

Copa: as vendas dos uniformes de mantêm fortes, diz a Netshoes (Leonhard Foeger/Reuters)

Copa: as vendas dos uniformes de mantêm fortes, diz a Netshoes (Leonhard Foeger/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 15 de junho de 2018 às 08h00.

Última atualização em 15 de junho de 2018 às 11h50.

São Paulo - Quando o Brasil entrar em campo pela primeira vez na Copa do Mundo 2018 para jogar contra a Suíça, no domingo, 17, vestirá a famosa camisa amarela. A camisa já foi um símbolo de patriotismo e é de sua cor amarela que vem o apelido da seleção brasileira, canarinho.

No entanto, o símbolo passa por um revés. Depois de ser usada por manifestantes a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2015 e 2016, a camisa ganhou uma forte carga política. Ao se tornar emblema de certo pensamento político, foi rejeitada por aqueles que pensam diferente e alguns torcedores passaram a buscar uma alternativa para torcer durante a Copa 2018.

Para fazer uma brincadeira ou até mesmo criticar a camiseta tradicional, uma designer mineira criou uma camiseta vermelha, com o símbolo da foice e martelo. Por meio de notificação extrajudicial, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) proibiu a designer de comercializar a camisa e disse que deveria retirar suas imagens das redes sociais, pois continham o logo da empresa. Também pediram que assinasse termo se comprometendo a não vender sua criação.

A polêmica em torno da camisa impactou as vendas e o uniforme reserva ganha espaço em cima da camisa “ouro samba”. Se, na última Copa, de cada dez camisas compradas, nove eram amarelas e uma azul, agora, de cada dez camisas compradas, sete são amarelas e três são azuis, de acordo com a Netshoes,.

O uniforme reserva na cor “azul celestial” é inspirado no título mundial de 1958, quando o Brasil usou uma camisa azul pela primeira vez, na final contra a Suécia.

Mesmo assim, as vendas dos uniformes se mantêm fortes, diz a Netshoes. Desde o começo do ano, o número de vendas de camisas da Seleção Brasileira aumentou mais de 3.000% em relação ao mesmo período de 2017. Somente no período entre abril e maio deste ano, o crescimento foi de 80% na Netshoes.

A Nike, fabricante da camiseta da seleção brasileira e de outros 9 times nesta Copa, afirmou que “as vendas de todo o portfólio de produtos relacionados à Seleção Brasileira estão indo muito bem e de acordo com os planos. Assim como as camisas de jogo, os modelos de pré-jogo e de treino também estão tendo uma ótima aceitação do consumidor”.

A companhia disse que, ainda que a camisa amarela esteja em uma “curva positiva e esperada de vendas”, a versão azul “caiu no gosto do brasileiro e está com um ritmo de saída acelerado, já esgotada em algumas lojas”.

Nas primeiras semanas desde o lançamento dos uniformes, em março, as vendas dos uniformes dobraram de tamanho em relação a 2014, diz a Nike. A companhia não informou o volume de vendas esperado ou se o uniforme secundário tem as vendas mais fortes que o principal.

Outras favoritas

Enquanto a camisa amarela enfrenta polêmicas, os uniformes de outras seleções estão sumindo das prateleiras pelo mundo. Por aqui, Argentina e Alemanha rivalizam com as vendas dos uniformes nacionais.

Já no mundo todo, a campeã de vendas é a camisa azul da França, também da Nike, que já tem estoques esgotados em alguns países. “Os estoques acabaram em todo o mundo. Não conseguimos atender à demanda. Estamos à frente do Brasil em número de camisas vendidas”, disse Noel Le Graet, chefe da Federação Francesa de Futebol (FFF), em entrevista ao canal BFM TV.

Outra paixão é pela camisa da Nigéria. A Nike recebeu mais de 3 milhões de pedidos pelos modelos verde claro e escuro antes mesmo do início da Copa. A coleção provocou filas nas portas de lojas e está esgotada no site da fabricante.

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