Lee Jae-yong: herdeiro da Samsung já negou que tivesse doado dinheiro à "Rasputina" em troca de favores (SeongJoon Cho/Bloomberg)
EFE
Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 08h12.
Seul - O vice-presidente de Samsung Electronics e herdeiro do Grupo Samsung, Lee Jae-yong, será interrogado como suspeito em relação ao caso da "Rasputina da Coreia do Sul", revelou nesta quarta-feira um porta-voz da acusação.
Lee comparecerá amanhã, às 9h30 locais (22h30 de Brasília desta quarta-feira) como suspeito de crime de suborno, declarou o porta-voz da promotoria, encarregada do caso que levou à destituição da presidente sul-coreana, Park Geun-hye.
A amiga da presidente, Choi Soon-sil, é acusada de extorquir, com a cumplicidade de Park, os principais conglomerados empresariais do país para que doassem milhões de dólares a duas fundações para que ela pudesse se apropiar de parte dessas grandes somas de dinheiro.
O próprio Lee, presidente 'de facto' do poderoso grupo empresarial, negou em 6 de dezembro, em uma comissão parlamentar, que tivesse doado dinheiro à "Rasputina" em troca de favores.
Lee declarou na Assembleia Nacional (parlamento) de Seul junto aos responsáveis de outros sete grandes conglomerados locais sobre seu envolvimento no maior escândalo político das últimas décadas no país.
Outros dois diretores de Samsung foram interrogados na segunda-feira em qualidade de testemunhas pelos promotores encarregados.
Estes acusaram a amiga da presidente de extorquir grupos empresariais, entre eles a Samsung, para que doassem cerca 77,4 bilhões de wons (R$ 209,6 milhões) a duas fundações que Choi controlava 'de facto' e dos quais depois ela teria se apropriado parcialmente.
A promotoria também acredita que o grupo Samsung assinou um contrato no valor de aproximadamente 22 bilhões de wons (R$ 58,5 milhões) com uma empresa com sede na Alemanha de propriedade de Choi e, além disso, deu apoio financeiro para que sua filha, que se dedica à hípica, treinasse no país europeu e adquirisse cavalos.
Lee Jae-yong, de 48 anos, tomou as rédeas do conglomerado Samsung depois que seu pai, Lee Kun-hee, sofreu um infarto em maio de 2014, que ainda o mantém hospitalizado e sem fala.
Jae-yong ocupa o terceiro lugar na lista dos mais ricos da Coreia do Sul, com um patrimônio de US$ 6,2 bilhões.
A Samsung não ofereceu nenhum comentário oficial sobre a citação de Lee.
A notícia foi veiculada durante o fechamento da Bolsa de Seul, em uma jornada na qual os papéis da Samsung Electronics fecharam em alta de 2,79%. EFE