São Paulo – A queda nas vendas e o acirramento da concorrência acabou por levar o grupo americano de moda Gap a uma única certeza: vermelho é a cor do ano.
As vendas líquidas caíram de US$ 3,66 bilhões para US$ 3,44 bilhões no primeiro trimestre – valor bem abaixo que o esperado pelos analistas, de US$ 3,54 bilhões.
A retração total do negócio foi de 5%, quase o dobro que o estimado pelo mercado para o mesmo período.
A receita foi puxada para baixo pelo faturamento menor nas três marcas da empresa. As vendas comparáveis em lojas da Banana Republic tiveram queda de 11%, enquanto na xará do grupo o resultado foi 3% menor.
A surpresa maior foi com a Old Navy, principal aposta do grupo atualmente, onde as vendas caíram 6%.
Trata-se do quinto trimestre consecutivo de baixos resultados, graças ao avanço das rivais sueca H&M, americana Forever 21 e da espanhola Zara, gigantes do modelo fast fashion.
Quarentona fashion
Concorrer com marcas que se renovam com rapidez e apostam em variedade de peças e preços baixos tem dado muito trabalho à Gap, empresa criada há 47 anos.
Consciente disso, decidiu apostar em mais opções e criatividade nas roupas das marcas Banana Republic e Gap.
"Nossa indústria está evoluindo e devemos nos transformar para ter um ritmo mais rápido", disse o presidente-executivo Art Peck em comunicado recente.
Para a Gap uma reestruturação, anunciada em julho do ano passado, prevê uma economia de US$ 25 milhões até 2017, com fechamento de lojas e demissões.
A companhia anunciou que fechará 175 das 675 unidades que possui nos Estados Unidos, Canadá e México, além de um “número limitado” na Europa e China.
No final do processo, a marca espera manter 500 lojas na região e 300 outlets. Até o ano passado, eram 1.600 no mundo, entre próprias e franqueadas.
Old Navy
Enquanto o conceito de fast fashion começa a ser absorvido pela Banana Republic e Gap, a Old Navy segue como a menina dos olhos do grupo.
No entanto, o desafio hoje parece ser retomar o sucesso das coleções passadas, feitas sob comando de Stefan Larsson, que deixou a Gap em setembro para assumir como CEO da Ralph Lauren, no lugar do estilista americano criador da marca.
"Sem ele, as últimas coleções foram sem inspiração", Neil Saunders, diretor-presidente da empresa de pesquisa Conlumino, em entrevista à Reuters.
Foi só em 13 de abril que a marca voltou a ter um comando, com a promoção de Sonia Syngal, executiva que está há 12 anos no grupo Gap.
"Após uma pesquisa abrangente, estou confiante de que ela é a líder certa para fazer com que a Old Navy atinja grande potencial de crescimento a longo prazo ", disse Peck em comunicado da época.
Se os investidores vestirão a camisa da empresa até lá é outra história. O valor das ações do grupo caiu 12% apenas neste ano.
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1. Menos consumo
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1/10 (Divulgação)
São Paulo - O ano de 2015 tem sido difícil para o
varejo, já que os consumidores, com menos dinheiro no bolso e insegurança em relação aos seus empregos, têm gastado bem menos que nos anos anteriores. Como resposta, algumas redes do setor estão tendo de fechar algumas lojas, consideradas pouco rentáveis, ou até se despedir do país de vez. Reunimos algumas das empresas que fizeram isso - até agora. Confira a seguir.
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2. Via Varejo
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2/10 (Lia Lubambo/EXAME)
As vendas mais fracas fizeram com que a
Via Varejo, empresa de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar, tivesse resultados menores no último trimestre. Por consequência, a companhia anunciou que irá fechar 28 lojas
Ponto Frio e outras 3 da
Casas Bahia, iniciativa que faz parte do seu plano de reestruturação. O processo de fechamento de lojas já havia começado antes. Até julho, a Via Varejo já havia fechado 19 lojas.
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3. Shoestock
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3/10 (Divulgação/Facebook oficial)
A rede de bolsas, acessórios e sapatos Shoestock
fechou duas de suas quatro lojas neste ano. As lojas de Moema e Vila Olímpia, ambas na Zona Sul da capital, permanecem abertas. As vendas pela web também chegaram ao fim. No site da empresa ficou apenas uma mensagem de agradecimento da marca às clientes.
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4. C&A
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4/10 (Róger Randerson/Wikimedia Commons)
Em julho foi a vez da C&A fechar duas lojas, uma no shopping Anália Franco, na zona leste de São Paulo, e outra no BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Na ocasião, a companhia afirmou que não parou de investir no país, mas passou a focar em ações que trouxessem menos impactos negativos a curto prazo.
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5. Kate Spade
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5/10 (Astrid Stawiarz/Getty Images)
Depois de cinco anos, a marca Kate Spade se despede do Brasil. A rede anunciou, em agosto, que fechará as lojas, e-commerce e outlet que possuía no país. A decisão, segundo a empresa, faz parte da estratégia global de priorizar a expansão mundial da marca por meio de distribuidores locais. A loja do terminal 3 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, é a única que seguirá aberta, sob administração da Dufry Brasil. A marca promete que, em breve, o e-commerce global atenderá clientes do Brasil.
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6. Lanvin!
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6/10 (Getty Images)
A marca francesa de luxo fechará, até o final de 2015, as portas da Maison que possui há três anos no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A decisão foi tomada em função do fim do contrato com a administradora do shopping, justificou a empresa.
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7. Makro
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7/10 (Divulgação/Makro)
A rede de atacarejo Makro fechou uma loja que funcionava há 16 anos em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 1º de outubro. Em comunicado, a companhia reforça que a decisão é pontual e que a empresa está buscando um espaço para sediar uma nova loja na cidade. O posto de combustível, localizado próximo à loja, permanecerá aberto e terá o seu funcionamento normal. As outras 77 lojas no país serão mantidas.
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8. Victor Hugo
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8/10 (GettyImages)
A grife de bolsas e acessórios Victor Hugo fechou as portas da sua maior e mais tradicional loja no Brasil – a de Ipanema, no Rio, aberta na década de 70. O aumento do custo fixo do endereço, com os exorbitantes preços de alugueis na capital carioca, e a queda nas vendas foram os motivos.
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9. Marisa
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9/10 (Wikimedia Commons)
A rede de varejo feminina
Marisa não fechou lojas, mas desistiu de um canal comercial usado por ela desde 2012: o de venda direta, por meio de catálogos. Em comunicado, a empresa afirmou que "a crise econômica enfrentada pelo país, sem precedentes na nossa história recente, foi fator decisivo para descontinuarmos a operação de venda direta". A Marisa esclarece que as operações com venda, troca de mercadorias feitas pelo canal de venda direta serão encerradas no fim de outubro. Informa, por fim, que atenderá às cidades que não possuem lojas físicas com a sua operação online.
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10. Veja também:
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10/10 (Carl Court/AFP)