April Dunford durante o RD Summit 2022: "Escolhas complicadas e produtos mal explicados levam a decisões equivocadas" (HeusiAction/Green Fotografias/Divulgação)
*De Florianópolis, Santa Catarina
"Escolhas complicadas e produtos mal explicados levam a decisões equivocadas". A frase é de April Dunford, especialista em posicionamento e uma das vozes mais ativas do marketing atual. Dunford defende a boa narrativa como o principal fator de diferenciação de empresas, especialmente em uma geração de consumidores que simplesmente não tem tempo a perder na escolha de produtos.
A especialista participou do primeiro dia do RD Summit, principal evento de marketing e vendas da América Latina, e organizado pela catarinense RD Station entre os dias 26 e 28 de outubro.
Para Dunford, marcas devem reconhecer a importância de saber explicar o seu produto, deixando claro "os porquês" e "para quês" eles existem. Nessa toada, também é preciso deixar claro o que sua solução tem de diferente da concorrência. "Comprar é difícil, mas não deveria ser", disse. "Comprar não pode ser um processo complicado nem pode exigir maior capacidade intelectual ou tempo de seus consumidores".
Trazendo a narrativa para a realidade do universo de tecnologia, no qual Dunford se especializou, ela cita o caso de empresas do setor que estão mais preocupadas em lançar recursos a todo momento, mas esquecem de destacar o que de fato são, para que servem e seus diferenciais junto à concorrência. Em outras palavras, adotam o "tequiniquês" e deixam compradores confusos e sem critérios para uma tomada decisão.
"Vemos empresas e startups com novos recursos, mas que não se preocupam em explicá-los. Isso acaba resultando em um consumidor que escolhe errado, e sem saber as razões para sua escolha", disse.
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No final do dia, tudo se resume ao famigerado storytelling, ou seja, a maneira como uma empresa ou marca decide contar sua própria história com a finalidade de atrair consumidores ainda indecisos. É com base nessas histórias, segundo Dunford, que um comprador de fato escolhe entre A ou B, ainda mais se essas duas opções forem muito similares do ponto de vista técnico.
O mesmo acontece, ainda, dentro das próprias empresas. Segundo Dunford, cerca de 60% dos processos de compra corporativos acabam resultando em "escolha nenhuma", graças ao número excessivo de fornecedores e softwares de gestão financeira, por exemplo.
“Com certeza não há nenhuma parte na jornada do herói onde é preciso escolher entre duas alternativas, ou em que o herói deve decidir ficar com um produto antigo ou adquiri um novo porque simplesmente não entendia nada”, brincou.
Para ajudar empresas na construção de uma narrativa eficaz, Dunford recomenda uma estrutura baseada em três pilares:
* A jornalista viajou a convite da RD Station