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Vendas de veículos somam apenas 50 mil unidades em abril

Dados preliminares mostram que o resultado, no mês, está 80% abaixo da média da última década, em um cenário de pandemia do coronavírus

Concessionárias estão operando em regimes diferenciados e algumas estão fechadas (Getty Images/Getty Images)

Concessionárias estão operando em regimes diferenciados e algumas estão fechadas (Getty Images/Getty Images)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 30 de abril de 2020 às 06h00.

Última atualização em 30 de abril de 2020 às 11h30.

O mercado automotivo brasileiro está amargando uma das quedas mais profundas de sua história. Em abril, dados preliminares mostram que os emplacamentos de veículos atingiram cerca de 50.000 unidades, recuo de 80% na comparação anual.

Dados compilados pela consultoria automotiva Bright Consulting mostram que o volume de emplacamentos, em abril, recuou mais de 70% em relação ao mês anterior, quando as medidas de isolamento social começaram a ser implementadas nos grandes centros urbanos do país.

Conforme apurou a reportagem da EXAME, o desempenho de abril foi puxado pelos emplacamentos de pessoas jurídicas e frotistas, movimento conhecido no setor como "vendas diretas".

Historicamente, em momentos de crise, a indústria automotiva se volta para as vendas diretas, diante da queda no varejo. Mas, em abril, nem os negócios com frotistas foram capazes de impedir a retração brutal do mercado de veículos.

De acordo com executivos de montadoras ouvidos pela EXAME, as vendas do setor automotivo têm sido ínfimas.

Neste cenário de pandemia e isolamento social, as empresas se veem obrigadas a acelerar projetos de digitalização das vendas para sobreviver.

Algumas montadoras vêm oferecendo, através de suas redes de concessionários, novas modalidades de vendas que envolvem interações no ambiente online e inovações na forma de contato.

As possibilidades incluem levar o modelo do carro até o cliente, em sua residência: se a venda for firmada, o automóvel chega em alguns dias.

"Nessa crise, as vendas online deixaram de ser apenas uma tendência e passaram a ser uma realidade", afirma Murilo Briganti, diretor de produto da Bright.

No entanto, ainda vai demorar para que as vendas online ultrapassem a modalidade presencial na indústria automotiva. O setor deve ser um dos mais afetados no cenário atual, por se tratar de um mercado de alto valor agregado.

A projeção da Bright para maio é de uma retomada gradual dos emplacamentos, somando aproximadamente 95.000 unidades.

"Se a abertura planejada pelos governos se mantiver, projetamos uma certa recuperação das vendas no mês", diz o consultor.

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