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Vendas de minério de ferro e pelotas da Vale têm recorde

A maior produtora e exportadora global de minério de ferro vendeu 84,3 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas, alta de 6,4 milhões

Vale: companhia havia postergado algumas vendas de outubro a dezembro de 2017 para o primeiro trimestre deste ano, em busca de melhores resultados (Sergio Moraes/Reuters)

Vale: companhia havia postergado algumas vendas de outubro a dezembro de 2017 para o primeiro trimestre deste ano, em busca de melhores resultados (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de abril de 2018 às 16h52.

Rio de Janeiro - As vendas de minério de ferro e pelotas da Vale bateram recorde para um primeiro trimestre neste ano, apesar do recuo da produção em minas de menor qualidade no período, informou a mineradora nesta segunda-feira, o que deverá trazer impactos positivos para os resultados financeiros da empresa, segundo analistas de mercado.

A maior produtora e exportadora global de minério de ferro vendeu 84,3 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas, alta de 6,4 milhões ante o mesmo período do ano passado.

A Vale havia postergado algumas vendas de outubro a dezembro de 2017 para o primeiro trimestre deste ano, em busca de melhores resultados, para se ajustar a um ambiente de demanda mais fraca na China, seu principal cliente, lembrou o Itaú BBA, em relatório a clientes nesta segunda-feira.

Além disso, a produção da Vale no primeiro trimestre costuma sofrer com impactos de chuvas.

"As vendas do trimestre superaram os números da produção no primeiro trimestre, reforçando a flexibilidade da empresa, com a otimização da realização de preços", disso o Itaú BBA.

As vendas de minério de ferro somaram 71,221 milhões de toneladas nos três primeiros meses do ano, alta de 9 por cento ante o mesmo período do ano passado e queda de 10,9 por cento ante o quarto trimestre.

Em contrapartida, a produção de minério de ferro da empresa caiu 4,9 por cento no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2017, para 81,95 milhões de toneladas, devido principalmente à decisão de reduzir a produção de produtos de menor qualidade e a chuvas mais intensas que as usuais, segundo a Vale.

Na comparação com o quarto trimestre de 2017, a produção caiu 12,2 por cento.

"Esperamos um forte primeiro trimestre, com preços da commodity mais altos, compensando volumes sazonalmente mais fracos", disseram analistas do Itaú BBA, prevendo um Ebitda de 4 bilhões de dólares para a Vale entre janeiro e março.

O resultado financeiro da Vale no primeiro trimestre será publicado em 25 de abril.

Adicionalmente, a mineradora reforçou seu compromisso com a maximização de margens sobre volumes, reduzindo a produção em minas de menor qualidade, em busca de melhor realização de preços.

A corretora Clarksons Platou Securities pontuou em um relatório a clientes que a mesma estratégia vem sendo buscada pelas cinco principais produtoras de minério de ferro do mundo. Além disso, destacou que a empresa confirmou sua previsão para produção de todas as commodities, com a exceção de carvão, que recebeu uma leve redução.

Qualidade maior

A Vale destacou que o seu mix de vendas melhorou, como resultado do desenvolvimento da mina S11D, no Pará, e da decisão de reduzir progressivamente a produção de minério de baixa qualidade.

A mina de ferro S11D, que entrou em operação comercial no início do ano passado, é o maior empreendimento da companhia.

A participação da venda de pelotas, finos de Carajás e minério blendado aumentou para 76 por cento no primeiro trimestre, contra os 67 por cento sobre as vendas totais no mesmo período do ano passado.

Consequentemente, apontou a Vale, o mix de vendas dos produtos da Vale alavancou o impacto do prêmio de mercado, levando a um aumento na qualidade e prêmio médio do preço "CFR/FOB wmt" realizado, que totalizou 5,2 dólares por tonelada no primeiro trimestre deste ano, ante 2,3 dólares no primeiro trimestre de 2017.

O Sistema Norte, que compreende Carajás e S11D, alcançou produção recorde para um primeiro trimestre de 40,6 milhões de toneladas, alta de 4,6 milhões de toneladas ante o mesmo período de 2017 e queda de 6,1 milhões de toneladas em relação ao quarto trimestre.

Já o Sistema Sudeste, que compreende os complexos de Itabira, Minas Centrais e Mariana, produziu 22,2 milhões de toneladas no primeiro trimestre, queda de 6 milhões de toneladas ante o mesmo período do ano passado, como resultado da redução da produção de minas de menor qualidade e do impacto das chuvas.

"Alinhado com o posicionamento da Vale como produtora 'premium' e flexível, a planta de Timbopeba voltou a operar no fim do primeiro trimestre de 2018 e sua produção futura irá melhorar a qualidade dos produtos do Sistema Sudeste", disse a empresa.

Níquel e cobre

No entanto, o JP Morgan ponderou que o desempenho "sólido" do lado do minério de ferro foi ofuscado por um fraco desempenho da divisão de metais básicos.

"Quanto aos metais básicos, o trimestre viu uma produção e vendas substancialmente menores, principalmente porque a empresa está fechando as minas não competitivas e diminuindo explicitamente a produção para prolongar a vida útil da mina", disse o relatório do JP.

As ações da empresa operavam em queda de 1,3 por cento, por volta das 15h45.

A produção de níquel da mineradora Vale caiu 17,9 por cento no primeiro trimestre, para 58,6 mil toneladas, como reflexo de um processo que busca maiores retornos e que resultou na redução do ritmo da unidade canadense de Voisey's Bay para estender a vida da mina, afirmou a companhia.

A maior parte da produção de níquel da Vale, uma das maiores produtores globais de metal, vem do Canadá, onde a companhia atua ainda em Sudbury e Thompson.

As vendas de níquel da mineradora, por sua vez, somaram 57,9 mil toneladas entre janeiro e março, queda de 19,7 por cento ante o mesmo período do ano passado, refletindo um menor volume de produção.

No caso do cobre, a produção do primeiro trimestre da Vale alcançou 93,3 mil toneladas, uma queda de 13,2 por cento ante o mesmo período do ano passado e um recuo de 17,8 por cento ante o quarto trimestre de 2017, devido a paradas de minas não competitivas e para manutenção.

As vendas de cobre da Vale também caíram nas duas comparações, com um recuo maior, de 20,8 por cento, em relação ao quarto trimestre do ano passado.

(Reportagem adicional de Flavia Bohone)

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