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Vendas da Nike caem 10% em meio a desafios no varejo e mudança na liderança

A gigante dos artigos esportivos dos EUA enfrenta queda nas vendas e se prepara para transição de CEO em um cenário de desafios no setor

Em meio à mudança de liderança, Nike reportou queda de 10% nas vendas. (Qilai Shen/Bloomberg)

Em meio à mudança de liderança, Nike reportou queda de 10% nas vendas. (Qilai Shen/Bloomberg)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 08h58.

A Nike reportou uma queda de 10% nas vendas no trimestre encerrado em agosto, com uma receita de US$ 11,6 bilhões (R$ 63 bilhões), em comparação com o mesmo período do ano anterior. O lucro líquido também recuou 28%, para US$ 1,1 bilhão (R$ 5,97 bilhões). O desempenho financeiro reflete meses difíceis para a maior fabricante de artigos esportivos do mundo, que enfrenta desafios com a desaceleração das vendas. As informações são do Financial Times.

A empresa está em meio a uma transição de liderança, com John Donahoe, CEO há mais de quatro anos, anunciando sua aposentadoria em duas semanas. Donahoe será substituído por Elliott Hill, veterano da empresa, que já havia ocupado cargos de liderança antes de se aposentar em 2020. A mudança ocorre em um momento de ajuste estratégico, enquanto a Nike trabalha para retomar o ritmo de inovação e adequar sua estratégia de varejo às novas demandas do mercado.

Nos últimos meses, a empresa enfrentou dificuldades, com seus tênis perdendo popularidade no setor de calçados esportivos, um mercado em crescimento. A Nike busca corrigir seu curso com novas iniciativas. Matthew Friend, diretor financeiro da empresa, afirmou que a recuperação exige tempo, mas destacou sinais positivos, como o impulso em esportes-chave e a aceleração de lançamentos de novos produtos.

Analistas do mercado financeiro têm observado a performance da Nike com cautela. Na segunda-feira, 30, Randal Konik, diretor-gerente da Jefferies, declarou que as ações da empresa estão em uma "zona incerta", com dúvidas sobre a linha de produtos prevista para 2025 e além. As expectativas eram de um lucro de US$ 786 milhões (R$ 4,27 bilhões) e uma receita de US$ 11,7 bilhões (R$ 63,6 bilhões) no trimestre, mas os resultados ficaram abaixo do esperado. Como consequência, as ações da Nike caíram 1,6% no pregão após o horário regular, sendo negociadas a US$ 87 (R$ 472). No acumulado do ano, os papéis da empresa recuaram cerca de 18%, enquanto o índice S&P 500 subiu mais de 20%.

Ajustes estratégicos

Além dos desafios de vendas, a Nike também foi impactada por uma mudança na Major League Baseball (MLB). A liga anunciou que substituirá os uniformes fornecidos pela Nike, introduzidos na última temporada, devido à insatisfação de jogadores e fãs com os novos designs. A empresa continuará a fornecer os uniformes, mas com tecidos e designs anteriores, a partir da próxima temporada.

Com a nomeação de Elliott Hill para a liderança, espera-se que a Nike passe por ajustes estratégicos. Hill iniciou sua carreira na empresa como estagiário após concluir seus estudos e subiu gradualmente na hierarquia até cargos de liderança antes de sua primeira aposentadoria. Ele reassumirá suas funções na Nike em 14 de outubro, e sua nomeação foi bem recebida tanto por funcionários quanto pelo mercado, com as ações da empresa subindo 6% no dia seguinte ao anúncio.

Apesar da recepção positiva à mudança de liderança, analistas alertam que os impactos da nova gestão podem demorar meses para serem sentidos. Além disso, a empresa anunciou o adiamento de um dia para investidores que estava programado para novembro, sem definir uma nova data para o evento, enquanto a transição executiva é concluída.

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