Negócios

Venda da Vivo esbarra em falta de plano B da Portugal Telecom

Governo português só aceita aprovar a venda da operadora à Telefônica, se a PT encontrar outro meio de ficar no Brasil

Loja da Vivo: sem uma alternativa para a operadora, PT não pode vendê-la (.)

Loja da Vivo: sem uma alternativa para a operadora, PT não pode vendê-la (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - Com o apoio dos acionistas privados da Portugal Telecom (PT) à venda da Vivo para a Telefônica, o obstáculo mais concreto para a aprovação do acordo é o governo português, que estaria irredutível: enquanto a PT não encontrar um outro meio de permanecer no Brasil, continuará vetando a transação com os espanhóis. De acordo com o português Diário Económico, várias opções foram discutidas na reunião do conselho de administração da PT - entre elas, a compra da Oi -, sem que houvesse uma conclusão.

É a falta de um plano B que agrade a Lisboa que levou a direção da PT a encerrar a reunião sem uma resposta concreta para a Telefônica. A empresa limitou-se a afirmar que não havia tempo hábil para que decidisse. No total, os conselheiros permaneceram reunidos durante sete horas, em dois encontros entre quinta e sexta-feira (16/7). A PT corria contra o tempo para encontrar uma solução, já que a oferta da Telefônica expirava, oficialmente, à meia-noite de Lisboa (20 horas de Brasília).

Segundo o também português Jornal de Negócios, encerrar a reunião sem nenhuma resposta foi o jeito encontrado pela PT para ganhar tempo. Agora, a empresa espera que os espanhóis prorroguem o prazo, para que continue buscando um meio de continuar no país. Mas, até as 21h30 desta sexta-feira (1h30 de sábado em Lisboa, e 2h30 em Madri), a Telefônica ainda não havia se manifestado. Formalmente, a proposta de 7,15 bilhões de euros pela Vivo expirou há algumas horas.

Poder de veto

Nunca é demais lembrar que foi o veto de Lisboa, recorrendo à sua golden share, que impediu que a Vivo fosse vendida à Telefônica, na assembleia de acionistas realizada em 30 de junho. Com o aumento da oferta de 6,5 bilhões de euros para 7,15 bilhões na véspera desse encontro, 74% dos acionistas acabaram apoiando a transação. Receoso de ver a operadora perder peso no mercado mundial de telefonia, o governo português interveio e barrou o negócio.

O desejo de permanecer no Brasil, porém, também é compartilhado pela própria empresa. Afinal, o país representou 51% das suas receitas no primeiro trimestre, e é, de longe, o mercado que mais cresceu dentro das operações da Portugal Telecom nos últimos cinco anos. Em meio ao conturbado período que antecedeu a assembléia de junho, o presidente da PT, Zeinal Bava, chegou a afirmar que a venda da Vivo equivaleria a amputar o futuro da companhia.

Para entender o caso, leia também:

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