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Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2013 às 18h33.
Buenos Aires - Autoridades da Justiça da Argentina realizaram buscas em escritórios da estatal Aerolíneas Argentinas nesta segunda-feira em meio a acusações de que a companhia aérea pagou preços excessivos na compra de aviões da Embraer.
A companhia aérea acertou em maio do ano passado a compra de 20 aviões da Embraer e agora a Justiça investiga Manuel Vázquez, assessor do ex-secretário dos Transportes Ricardo Jaime, por suspeita de superfaturamento no contrato.
"Uma operação foi feita hoje (segunda-feira) pela manhã para buscar documentos de compra dos aviões. É uma investigação de suposto superfaturamento", afirmou à Reuters uma fonte judicial pedindo para não ser identificada.
A compra dos aviões Embraer 190 tem como objetivo recompor a frota da principal companhia aérea argentina, expropriada sem compensação no final de 2008 do grupo espanhol Marsans. O confisco gerou um conflito ainda sem solução com a empresa espanhola acusada pelo governo argentino de má administração.
Em comunicado, a Embraer informou que "repudia veemente especulações sobre a ocorrência de superfaturamento na condução de seus negócios". A companhia divulgou ainda que "não comenta preços e condições comerciais constantes em seus contratos que estão protegidos por cláusulas de confidencialidade".
Segundo a assessoria de imprensa da fabricante, o avião modelo 190 pedido pela Aerolíneas tem preço de tabela de 39,5 milhões de dólares, com base nas condições econômicas do início de 2009. Nenhuma aeronave do pedido foi entregue à empresa argentina, acrescentou a assessoria.
Na segunda-feira, o jornal La Nación publicou reportagem em que afirma que a Justiça argentina investiga Vázquez há cerca de 10 dias, quando uma informação anônima chegou ao juiz federal Sergio Torres e ao diário vinculando o funcionário à compra dos aviões.
"Em uma operação entre países seria impensável algum tipo de manobra dolosa como a que se descreve hoje", afirmou o secretário de Transportes, Juan Pablo Schiavi, segundo a agência estatal de notícias Telam, sobre a reportagem do La Nación.
"Os aviões foram comprados a preços de mercado" e esses valores "se fixam na transação entre as partes", acrescentou.
Segundo ele, foi pago "700 milhões de dólares por 20 aviões".