Eldorado: a Moody's analisa o impacto da eventual aquisição da Eldorado Brasil pelos quatro maiores produtores de celulose e papel da América Latin (Dado Galdieri/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 29 de junho de 2017 às 10h24.
São Paulo - A potencial venda da Eldorado Brasil, produtora de celulose controlada pela J&F Investimentos, para concorrentes pode transformar o fragmentado setor de celulose da América Latina, avalia a Moody's.
"Todos os grandes produtores de celulose da América Latina expandiram sua capacidade significativamente desde 2012", disse Barbara Mattos, vice-presidente na Moody's, em relatório nesta quinta-feira. "A consolidação da fragmentada indústria global de celulose traria mais disciplina à cadeia", acrescentou.
Em 16 de junho, a Arauco, unidade do grupo chileno Copec, entrou em acordo de confidencialidade com a J&F para possível investimento na Eldorado Brasil.
Além da Arauco, a Fibria admitiu em comunicado ao mercado em 22 de junho que "avalia e monitora oportunidades de crescimento por meio de aquisições de ativos estratégicos", mas que ainda não havia se vinculado a qualquer operação de compra da Eldorado Brasil.
No relatório, a Moody's analisa o impacto da eventual aquisição da Eldorado Brasil pelos quatro maiores produtores de celulose e papel da América Latina: Arauco, CMPC, Fibria e Suzano Papel e Celulose.
De acordo com a Moody's, a operação elevaria as métricas de alavancagem das quatro e poderia aumentar a pressão sobre os ratings. Ao mesmo tempo, o efeito da aquisição ainda depende de uma série de fatores, incluindo o valor do acordo, a estrutura de financiamento e o cronograma de pagamentos.
No caso específico da Fibria, a agência alerta que a compra da Eldorado a ajudaria a fortalecer a posição de maior produtor mundial de celulose.
Tanto para Suzano quanto para a CPMC, a Moody's destaca que a aquisição pode tornar uma delas o segundo maior participante do mercado, depois da Fibria.
Quanto à Arauco, a transação permitiria a expansão da produção de celulose no Brasil, onde ainda não atua, consolidando a posição global de segundo maior produtor, informa o relatório.