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Varejo de alimentos busca lugar na internet

Redes Pão de Açúcar, Sonda e Walmart estão ampliando o serviço de venda online de alimentos

Walmart não divulga o faturamento das vendas online de alimentos, mas diz que a receita deve crescer 90% em 2011 (Wikimedia Commons)

Walmart não divulga o faturamento das vendas online de alimentos, mas diz que a receita deve crescer 90% em 2011 (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2011 às 16h06.

São Paulo - A venda de alimentos pela internet entrou de vez na rota de expansão das varejistas brasileiras. O segmento, que nasceu nos anos 90 como um serviço adicional, passa por uma fase de ampliação nas redes Pão de Açúcar, Sonda e Walmart. Em 2010, as vendas pela internet dos supermercados somaram cerca de R$ 1,6 bilhão. Mas representam apenas 0,8% do total do setor, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A modalidade perde até para o telefone, que respondeu por 3% das vendas.

O Walmart está desenhando um plano para lançar o serviço em todos os Estados onde atua." Ainda não definimos quais serão as primeiras cidades. Mas já mapeamos o mercado", diz o diretor de e-commerce da empresa, Roberto Wajnsztok. A expectativa do setor é que eles comecem a operação delivery em São Paulo no ano que vem.

Hoje, o Walmart faz entrega em domicílio em Curitiba e em Porto Alegre, com as marcas Mercadorama e Nacional. As operações já existiam quando o Walmart comprou as redes do grupo Sonae, em 2005. Mas o negócio começou a chamar a atenção do grupo em 2010, quando o ritmo das vendas online acelerou. O Walmart não divulga o faturamento do segmento, mas diz que deve crescer 90% em 2011.

Se lançar o serviço em São Paulo, o Walmart enfrentará diretamente o Sonda e o Pão de Açúcar, que acaba de investir R$ 5 milhões para ampliar sua capacidade de processamento de 1 mil para 10 mil pedidos por dia. Para entregar mais encomendas, o Pão de Açúcar também automatizou parte do processo de separação e embalagem de produtos. "Essas mudanças devem proporcionar aumento de 30% nas vendas até dezembro", diz o diretor de operações, João Gravata.

O Sonda pretende triplicar suas vendas pela internet em 2012. A operação atual é limitada pelo espaço do centro de distribuição, que será ampliado, segundo o diretor de e-commerce da rede, Júlio Lopes. A área de delivery existe desde 2004, mas só ganhou o status de unidade de negócios em 2010. Além do crescimento de cerca de 40% ao ano, a operação online chamou a atenção porque o gasto médio é cinco vezes maior que o das compras nas lojas, diz Lopes, sem revelar o valor.


Além das grandes varejistas nacionais, os supermercados regionais também estão apostando na operação delivery. As redes catarinenses Angeloni e Comper e as cariocas Princesa e Zona Sul têm o serviço. Em muitas delas, a venda online é uma evolução do serviço de tele-entrega. Na Princesa, por exemplo, 70% dos mil pedidos mensais de entrega ainda são feitos por telefone.

A pontualidade da entrega e a seleção dos produtos são os diferenciais dos supermercados na operação delivery, afirma o consultor do Centro de Excelência em Varejo da FGV-SP, Juracy Parente. 'Se na loja o cliente aceita encontrar um produto perto do prazo de validade, os consumidores que compram pela internet não vão receber esses produtos. Eles são mais exigentes, mas tendem a ser mais fiéis", diz Parente.

A questão do preço ainda é secundária. Uma das razões é que a comparação entre as empresas é difícil, pois a cesta de compras é grande. Mas novas tecnologias devem mudar isso e aumentar a relevância do preço na decisão de compras de alimentos pela internet. Uma funcionalidade do site Meu Carrinho, do grupo Buscapé, vai permitir que os consumidores comparem listas inteiras de compras a partir do ano que vem.

Para o consultor da FGV, o fortalecimento do e-commerce de alimentos do Walmart pode motivar consumidores mais sensíveis a preços e a promoções a fazer compras online. Segundo pesquisas do site Meu Carrinho, a percepção dos consumidores é que os preços na internet são maiores do que nos supermercados. As varejistas procuradas pelo jornal O Estado de S. Paulo dizem que os preços são uma média dos valores praticados nas lojas. Cabe a elas, portanto, mudar essa impressão.

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