Rio de Janeiro/São Paulo - A Vale fechou acordo com a japonesa Mitsui para vender uma participação na mina de carvão Moatize, em Moçambique, assim como uma fatia no projeto ferroviário para escoamento da produção, por estimados 763 milhões de dólares, como forma de reforçar seu balanço durante um período de baixos preços das commodities.
Sob o acordo anunciado nesta terça-feira, a Mitsui deterá 15 por cento da participação da Vale na Vale Moçambique (VM), com valor atribuído de cerca de 450 milhões de dólares, mas o número final depende de metas de produção para o projeto. Os termos da transação podem fazer o montante final variar entre 330 milhões e 480 milhões de dólares, segundo a Vale. A VM é dona de 95 por cento da mina de Moatize. O acordo chega em um momento em que a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, foi atingida por uma redução pela metade do preço da matéria-prima do aço neste ano, que a colocou sob pressão para levantar recursos para concluir projetos.
Em conferência com jornalistas nesta terça-feira, o diretor-executivo de Fertilizantes e Carvão da Vale, Roger Downey, afirmou que a Vale enxerga "tempos muito difíceis para produtores de carvão em todo mundo".
Apesar de evitar fazer projeções para os preços, o executivo desenhou um cenário complicado para os próximos anos.
“Nossa bola de cristal não está aqui agora, mas a gente ainda vê que os mercados vão continuar difíceis com muita pressão para baixo sobre os preços", afirmou Downey.
"Provavelmente, nos próximos anos, até o fim desta década, nós vemos ainda estoques altos na China e ainda uma força grande para incentivar a produção de carvão na China, que é um grande comprador e grande usuário de carvão, metalúrgico e térmico." Segundo a Vale, a empresa japonesa será responsável por financiar, de forma proporcional à sua participação, parcela no investimento requerido para completar a expansão da mina, cujo valor é estimado em 188 milhões de dólares. Neste mês, duas fontes haviam informado à Reuters que a mineradora venderia uma fatia de seu projeto de carvão para a Mitsui, após a Vale afirmar há cerca de um ano que pretendia vender de 15 a 25 por cento de seus ativos de carvão, espalhados entre Austrália e Moçambique.
A mina de Moatize produz carvão desde julho de 2011 e concentra os maiores investimentos da Vale no segmento. Adicionalmente, a Vale informou que a Mitsui passará a deter 50 por cento da participação de 70 por cento da Vale no Corredor Logístico de Nacala (CLN), projeto que prevê conectar Moatize ao porto de Nacala. A linha terá 912 quilômetros no total. De acordo com a Vale, a Mitsui contribuirá, inicialmente, com 313 milhões de dólares em instrumentos de equity e quasi-equity, passando a deter 50 por cento desses instrumentos e a compartilhar o controle do CLN com a Vale.
As ações preferenciais da Vale operavam em baixa de 2,44 por cento às 16h38, enquanto o Ibovespa caía 0,45 por cento.
Project Finance
Até a conclusão da transação, a mineradora brasileira continuará a financiar o CLN com empréstimos ponte da própria Vale. O investimento total projetado é de 4 bilhões de dólares, dos quais 1,9 bilhão haviam sido executados até o fim do segundo trimestre.
A mineradora acrescentou ainda que negocia um "project finance" com a Mitsui, com meta de captar até 2,7 bilhões de dólares, de modo a financiar os investimentos de capital restantes e permitir o resgate de parte dos empréstimos contraídos pelo CLN junto à Vale. Após a conclusão da transação, que envolverá aumento de capital e transferência parcial da dívida contraída por Moatize e pelo CLN junto à Vale, a companhia brasileira passará a deter indiretamente 81 por cento da mina de Moatize e aproximadamente 35 por cento do CLN, compartilhando o controle com a Mitsui.
"A venda parcial da mina e da logística do conturbado projeto Moatize parece ter um preço muito atraente para a Vale... particularmente no ambiente pobre do preço atual de carvão metalúrgico", disse Tony Robson, analista da corretora canadense BMO Capital Markets, em nota a clientes.
A conclusão do negócio com a Mitsui está prevista para 2015, informou a Vale, pontuando considerar o acordo essencial para a continuidade do investimento em Moçambique e Malaui.
A companhia estima que, com o acordo, poderá evitar uma saída de caixa de 3,65 bilhões de dólares. A Vale disse que a primeira exportação de carvão pelo porto do projeto será no primeiro trimestre de 2015. O transporte ferroviário, já em operação e em expansão, deverá ter capacidade para 22 milhões de toneladas/ano, o que está previsto para até o fim de 2016. A empresa não quis divulgar os custos de produção de Moatize, dizendo apenas que estava confiante de que poderia, eventualmente, estar entre os mais baixos custos do setor.
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1. 1º - Vale
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1/15 (Divulgação/Vale)
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2. 2º - Samarco
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2/15 (Divulgação/Samarco)
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3. 3º - CBMM
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3/15 (Divulgação/CBMM)
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4. 4º - Alunorte
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4/15 (Divulgação/Agência Vale)
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5. 5º - Namisa
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5/15 (Germano Lüders/EXAME.com)
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Vendas (em U$ milhões) | 1.104,1 |
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6. 6º - Magnesita
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6/15 (Divulgação/Magnesita)
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Vendas (em U$ milhões) | 1.004,5 |
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7. 7º - Votorantim Metais Zinco
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7/15 (Divulgação)
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Vendas (em U$ milhões) | 879,2 |
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8. 8º - Votorantim Metais Níquel
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8/15 (Divulgação)
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Vendas (em U$ milhões) | 794,7 |
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9. 9º - Hispanobras
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9/15 (Divulgação/ Vale)
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Tipo | Privada |
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Vendas (em U$ milhões) | 720,2 |
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10. 10º - BHP Billiton
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10/15 (Ryan Pierse/Getty Images)
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Controle | Australiano |
Vendas (em U$ milhões) | 709,9 |
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11. 11º - Mineração Maracá
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11/15 (Divulgação)
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Controle | Canadense |
Vendas (em U$ milhões) | 694,6 |
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12. 12º - Kinross Paracatu
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12/15 (Divulgação)
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Tipo | Privada |
Controle | Canadense |
Vendas (em U$ milhões) | 648,9 |
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13. 13º - MRN
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13/15 (André Valentim/EXAME.com)
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Vendas (em U$ milhões) | 453,1 |
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14. 14º - Anglo American
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14/15 (Germano Lüders/EXAME.com)
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Tipo | Privada |
Controle | Inglês |
Vendas (em U$ milhões) | 345,5 |
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15. 15º - Usiminas
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15/15 (Iugo Koyama/VEJA)
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Tipo | Privada |
Controle | Brasileiro |
Vendas (em U$ milhões) | 339,4 |