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Vale tem prejuízo de R$3,38 bi no 3º tri com perdas cambiais

Prejuízo foi puxado pela queda do preço da matéria-prima do aço e por perdas cambiais


	Vale: queda no preço da matéria-prima do aço alavancou o prejuízo da mineradora
 (AFP)

Vale: queda no preço da matéria-prima do aço alavancou o prejuízo da mineradora (AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 10h19.

Rio de Janeiro - A Vale, maior produtora global de minério de ferro, teve prejuízo de 3,381 bilhões de reais entre julho e setembro deste ano, contra lucro de 7,949 bilhões de reais no mesmo período de 2013, em um trimestre duramente impactado pela queda do preço da matéria-prima do aço e por perdas cambiais.

O preço à vista do minério de ferro na China já acumula declínio de cerca de 40 por cento desde o início do ano até agora e encontra-se abaixo de 80 dólares por tonelada.

Acompanhando a tendência global, a Vale também viu os preços médios de venda de seu minério despencarem. A tonelada de finos de minério foi negociada a 68,02 dólares no terceiro trimestre, contra 84,60 dólares no trimestre anterior e 109,93 dólares no terceiro trimestre de 2013.

O resultado da companhia, prejuízo de 1,44 bilhões de dólares, ficou muito abaixo da média das estimativas do mercado obtidas pela Reuters, que apontava um lucro de 956 milhões de dólares no período.

Relatórios de analistas de bancos publicados após os resultados da empresa foram pessimistas.

O Citi afirmou que o desafio para a Vale financiar investimentos entre 2015 e 2016 poderá ser mais acentuado que o esperado.

O Barclays também prevê efeitos negativos: "Acreditamos que um corte de dividendos em 2015 parece cada vez mais provável." Os preços menores das commodities impactaram diretamente a receita da companhia, que caiu para 21,055 bilhões de reais, contra 28,591 bilhões um ano antes.

A Vale teve um prejuízo líquido em um trimestre que a empresa registrou a melhor performance de produção da sua história, com a extração de 85,7 milhões de toneladas de minério de ferro.

A empresa destacou também que os benefícios da extração recorde não foram totalmente capturados devido ao acúmulo de 9,3 milhões de toneladas em estoques ao longo da cadeia. O crescimento dos estoques foi parcialmente em consequência da interrupção da Estrada de Ferro Carajás em setembro, segundo a empresa.

"Uma parte dos estoques que foram estrategicamente acumulados no terceiro trimestre foram vendidos em condições comerciais mais favoráveis durante o trimestre atual", destacou a Vale em seu relatório financeiro.

A Vale teve um Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de 6,854 bilhões de reais, contra 13,302 bilhões no mesmo trimestre de 2013.

Apesar do cenário nebuloso, o banco BMO afirmou esperar que o resultado tenha sido o ponto mais baixo na curva de lucros da mineradora.

"Enquanto o péssimo resultado não pode ser ignorado, esperamos que marquem um ponto baixo para o lucro da Vale, em um futuro próximo, com uma combinação de eventos que agem contra a empresa", afirmou o BMO.

RESULTADO FINANCEIRO O resultado financeiro líquido da companhia foi negativo em 7,79 bilhões de reais no terceiro trimestre, contra perdas de 129 milhões de reais no trimestre anterior.

O prejuízo líquido registrado, segundo a Vale, refletiu principalmente o impacto da desvalorização de 11,3 por cento do real ante o dólar ao longo do terceiro trimestre.

A depreciação do real trouxe dois efeitos contábeis, em sua maioria não caixa, disse a empresa.

O impacto na dívida líquida trouxe perdas de 1,943 bilhão de dólares. Além disso, a variação cambial trouxe perdas de 740 milhões de dólares com o impacto em derivativos.

*Matéria atualizada às 11h19

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