Negócios

Vale tem melhor 2º tri da história em ferro; ações sobem

De abril a junho, a produção da matéria-prima do aço da mineradora brasileira cresceu 12,6% frente o mesmo período de 2013, para 79,448 milhões de toneladas


	Mina da Vale: resultado aumenta a confiança da companhia em atingir a meta de produção
 (Divulgação/Vale)

Mina da Vale: resultado aumenta a confiança da companhia em atingir a meta de produção (Divulgação/Vale)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2014 às 13h56.

São Paulo/Rio de Janeiro - A produção de minério de ferro da Vale, maior produtora global da commodity, registrou o melhor segundo trimestre de sua história neste ano, supreendendo analistas e dando sustentação para as ações nesta quinta-feira.

De abril a junho, a produção da matéria-prima do aço da mineradora brasileira cresceu 12,6 por cento frente o mesmo período de 2013, para 79,448 milhões de toneladas, com a companhia contando com condições climáticas favoráveis para suas operações e a extração em novas unidades.

"A produção de minério de ferro foi particularmente forte e ultrapassou nossas expectativas", afirmou relatório do Bernstein Research, assinado pelos analistas Paul Gait e Christian Cole, que se decepcionaram com o segmento de não ferrosos, por outro lado.

O número da produção de minério de ferro também ficou acima da estimativa do Citi Research, que havia previsto crescimento de 6 por cento.

O resultado, segundo o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, deve ajudar a anular parte dos efeitos da queda do preço do minério de ferro no período --a companhia divulga seu balanço no dia 31 de julho. Em junho, o minério caiu para uma mínima em mais de 20 meses na China (principal comprador do produto da Vale), segundo o Steel Index.

A Vale atribuiu o bom desempenho às melhores condições climáticas e aos ramp-ups da Planta 2, em Carajás (Norte), e da nova planta de Conceição Itabiritos, no Sistema Sudeste.

O resultado, segundo a companhia, aumenta a confiança da companhia em atingir a meta de produção de 312 milhões de toneladas de minério no ano e o objetivo de 321 milhões de toneladas em vendas em 2014.

As ações da Vale operavam em alta nesta quinta-feira. As preferenciais subiam 1,5 por cento, às 13h42 e as ordinárias mais de 2 por cento no mesmo horário, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,5 por cento.

No Sistema Norte, onde está Carajás, a maior mina da Vale, a produção alcançou 29,3 milhões de toneladas no período, novo recorde para um segundo trimestre, ficando 33,7 por cento acima do segundo trimestre de 2013.

Já o Sistema Sudeste, que compreende os complexos de minas de Itabira, Mariana e Minas Centrais, produziu 26,5 milhões de toneladas no segundo trimestre, 2,5 por cento acima dos primeiros três meses do ano, mas uma pequena queda de 0,9 por cento ante o mesmo período de 2013.

O Sistema Sul, que compreende os complexos de minas de Paraopeba, Vargem Grande e Minas Itabirito, produziu 22,3 milhões de toneladas no segundo trimestre, a melhor performance trimestral desde o terceiro trimestre de 2008.

Produção de níquel tem queda

Em contrapartida, a produção de níquel caiu 5,2 por cento no segundo trimestre na comparação com um ano antes, atingindo 61,7 mil toneladas. O níquel, em receitas operacionais da companhia, só perde para o minério de ferro e as pelotas.

O Bernstein Research destacou que os não ferrosos foram "amplamente decepcionantes" e a produção de metais básicos ficaram bem abaixo das previsões iniciais da instituição.

"O que confirma nossa visão de que a Vale ainda está lutando para diversificar e reduzir sua exposição ao minério de ferro", afirmou o Bernstein Research.

No trimestre passado, a Vale disse que esteve a 200 toneladas de ser a maior produtora global de níquel. No entanto, a produção do segundo trimestre ficou 8,5 por cento menor ante o período anterior.

O analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, ressaltou que, embora o níquel tenha tido resultados menos importantes, foram vendidos a preços em alta durante o trimestre. A redução em níquel foi motivada por um acidente e uma parada programada para manutenção no complexo de Sudbury e na refinaria Clydach, ambos no Canadá, informou a companhia em seu relatório trimestral de produção.

Cobre e carvão

A produção de cobre da Vale no segundo trimestre atingiu 81 mil toneladas, queda de 11,3 por cento ante o mesmo período de 2013, devido à parada planejada em Sudbury, no Canadá.

A produção de carvão térmico e metalúrgico caiu 7 por cento no segundo trimestre na comparação anual, atingindo 2,209 milhões de toneladas. Houve, no entanto, alta de 24 por cento ante o primeiro trimestre deste ano. A Vale citou uma melhora do desempenho operacional em operacional de Carborough Downs, na Austrália, e em Moatize, Moçambique, como motivos para a melhoria de produção desde o início do ano.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasIndústriaMineraçãoMinériosSiderúrgicasVale

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'