Minério de ferro: Vale está oferecendo a alguns clientes chineses um desconto de 2,50 dólares por tonelada (MARCELO PRATES)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2014 às 08h33.
Xangai - A Vale, maior mineradora do mundo, começou a oferecer descontos em carregamentos da matéria-prima de siderúrgicas para o principal consumidor, a China, se juntando a rivais australianas em redução de preços após um aumento global na produção.
O movimento segue fortes cortes de preços da Rio Tinto e da australiana Fortescue Metals Group para o minério de ferro de qualidade inferior, e indica que a China está ganhando mais poder sobre os preços após anos de reclamação de que os custos eram muito altos.
A Vale está oferecendo a alguns clientes chineses um desconto de 2,50 dólares por tonelada, incluindo o custo e fretamento, disseram três fontes com conhecimento direto do assunto.
"Fomos informados pela Vale que poderíamos ter uma redução de preço de 2,50 dólares por tonelada para SSFG para contratos do terceiro trimestre. O mercado está mudando rapidamente para um comprador e a competição está se intensificando entre as mineradoras", disse um comprador de minério de ferro ligado a uma siderúrgica estatal.
Um representante de outra grande siderúrgica estatal, que também vende minério de ferro para outras usinas, disse que a companhia ainda mantém conversas com a mineradora brasileira mas alguns de seus clientes tiveram o mesmo desconto.
Uma porta-voz da Vale em Xangai não quis comentar assuntos relacionados a contratos.
Os preços de minério de ferro têm caído cerca de 30 por cento neste ano em meio ao aumento da produção, levando algumas siderúrgicas a cortar contratos de longo prazo em favor de carregamentos mais baratos de curto prazo, forçando as mineradoras a cortar preços para atrair compradores.
A China responde por cerca de dois terços das compras de minério de ferro no mercado internacional. Nos primeiros cinco meses de 2014, suas importações subiram 19 por cento para 382,7 milhões de toneladas. Mas as vendas da Austrália saltaram 34 por cento, enquanto as do Brasil tiveram alta de apenas 10 por cento.