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Vale: relação com China não avançou tanto quanto esperado

A maior produtora mundial de minério de ferro é mais dependente da China que o país é da empresa, disse o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani

Uma mulher caminha ao lado de uma coluna na sede da mineradora Vale, no Rio de Janeiro (Sérgio Moraes/Reuters)

Uma mulher caminha ao lado de uma coluna na sede da mineradora Vale, no Rio de Janeiro (Sérgio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2012 às 21h28.

São Paulo - O relacionamento da mineradora Vale com a China, seu mais importante mercado, não avançou tanto quanto a empresa esperava, disse nesta quarta-feira o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, durante evento em São Paulo.

Apesar dos "compreensíveis" temores estratégicos da China sobre sua dependência por matérias-primas de fornecedores estrangeiros, como a Vale, a maior produtora mundial de minério de ferro é mais dependente da China que o país é da empresa, disse Siani durante um painel de discussões em uma conferência comercial entre Brasil e China.

Cerca de 20 por cento do minério de ferro comprado pela China tem a Vale como fornecedora, o que dá à mineradora brasileira grande poder nas negociações de preços, e preocupa os chineses, segundo Siani.

A Vale, no entanto, provavelmente tem mais razão de temer uma dependência, uma vez que vende de 40 a 45 por cento de suas exportações para a China, ele acrescentou.

A Vale é a maior produtora mundial de minério de ferro, o principal ingrediente para a produção do aço, e a segunda maior empresa de mineração no mundo. A China é o maior produtor mundial de aço.


A desaceleração global provavelmente refletirá no plano de investimentos da Vale de 2013, que será anunciado em 3 de dezembro.

Segundo Siani, o plano será menor que o do ano passado, mas ainda assim será o maior investimento em mineração no mundo e o maior investimento privado no Brasil.

O orçamento da Vale de 2012 prevê investimentos de 21,4 bilhões de dólares e poderá terminar o ano menor do que o planejado. Os investimentos provavelmente atingiram o maior patamar em 2011 com um plano de 24 bilhões de dólares.

Siani disse que a Vale está empenhada em estabelecer uma relação de longo prazo com a China, embora os esforços para aliviar as preocupações chinesas sobre dependência ao comprar bens e serviços chineses tiveram apenas resultados mistos.

Nos últimos cinco anos, a Vale comprou 4 bilhões de dólares em equipamentos da China, ele disse. Cerca de metade dos gastos foram com navios, incluindo a gigantesca classe Valemax para transporte de minério de ferro.

Embora os navios tenham sido projetados para o comércio com a China e construídos no país com o apoio financeiro chinês, Pequim proibiu as embarcações de atracarem em seus portos por supostas preocupações ambientais.

Os navios também encontraram oposição da poderosa associação chinesa de armadores, para quem as embarcações Valemax estão tirando negócios dos navios de bandeira chinesa.

Para Siani, a relação da Vale com a China poderia ser muito mais vantajosa do que é.

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