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Vale reforça interesse em atuar em siderurgia

“As autoridades e comunidades não estão felizes com a situação no Brasil, as siderúrgicas no Brasil não investem em aço, tentam ser mineradoras”, disse Murilo Ferreira

Explosão em Mina de carvão da Vale em Moatize (Divulgação)

Explosão em Mina de carvão da Vale em Moatize (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2011 às 14h05.

São Paulo - Durante a teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, reiterou o interesse da empresa em investir em siderurgia.

“As autoridades e comunidades não estão felizes com a situação no Brasil, as siderúrgicas no Brasil não investem em aço, tentam ser mineradoras”, disse Ferreira, em teleconferência.  O executivo afirmou que a empresa já investiu em siderurgia no passado e obteve bons resultados. “Se você não estiver apto para fazer algo, alguém pode estar”, reforçou José Carlos Martins, diretor executivo de marketing, vendas e estratégia.

“Hoje podemos ficar aqui e todo mundo virá comprar nosso minério de ferro, mas não sabemos como será no futuro”, disse Martins. Especula-se que a resistência de Roger Agnelli em investir em siderurgia foi um dos pontos que influenciou em sua substituição por Ferreira na liderança da empresa.

Plano de investimentos

A Vale enfrenta dificuldades em cumprir seu plano de investimentos desse ano. No primeiro semestre, a empresa desembolsou 28% dos 24,0 bilhões de dólares orçados para investimentos em 2011. “Continuamos a enfrentar desafios para executar nossos projetos, como atrasos no licenciamento ambiental, desenvolvimento de projetos e obras de engenharia civil”, informou a empresa, em seu balanço. "O plano de investimentos de 2011 continua o mesmo, sei que estamos muito longe do nosso target", disse Ferreira.

A Vale também informou que perdeu market share no período, mas destacou sua performance no mês de julho: "Foi um mês muito bom", disse Martins. "Provavelmente um dos melhores meses da nossa história”.

O montante investido totalizou 6,779 bilhões de dólares no primeiro semestre, aumentando 49,5% em relação aos 4,533 bilhões de dólares investidos no mesmo período de 2010. Do total investido, 77,2% foi alocado para financiar crescimento, envolvendo execução de projetos e P&D. Os valores estão em US GAAP.

 A empresa se mantém otimista quando ao cenário econômico mundial, especialmente com a China. “Estamos otimistas com o futuro da China, mas temos preocupações com a estabilidade na Europa e EUA", disse Murilo Ferreira. Considerando as vendas por país, a China foi responsável pela maior parte da receita no segundo trimestre, com 32,6% (o Brasil representou 18,9%, o Japão 11,7%, a Alemanha 6,4%, a Itália 3,6% e os Estados Unidos 2,6%).

Índia

A Índia está reduzindo o uso de minério de ferro importado, mas a Vale acredita que isso não vai afetar suas vendas, uma vez que a índia diminuirá suas exportações para a China ao concentrar sua produção no mercado interno. “O que será reduzido para a china será compensado pela produção local. Ao somar tudo, o impacto é quase neutro. Essa situação vai continuar no próximo ano", disse Martins.

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